O dólar amenizou a queda em relação ao real nesta quarta-feira (5), após o ministro Guido Mantega (Fazenda) ter negado nesta manhã que o objetivo da retirada do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre investimentos estrangeiros em renda fixa seja fazer a cotação da moeda americana recuar.
Depois de ter começado o dia em queda de mais de 2%, o dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- registrava desvalorização de 1,01% em relação ao real às 11h04 (horário de Brasília), cotado em R$ 2,124 na venda.
No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- caía 0,23%, para R$ 2,123 na venda.
Segundo Mantega, não há preocupação com a inflação, pois a tendência agora é ela diminuir.
"Inflação é combatida de outra maneira. É bom que se diga que ela está caindo. Por exemplo, os preços dos alimentos estão todos caindo. A safra começou. Daqui para a frente, a inflação será cada vez menor", disse ao chegar nesta manhã no ministério.
No final do dia de ontem, o governo anunciou a retirada do imposto, que era de 6%, para estrangeiros que investem na renda fixa.
Questionado por jornalistas sobre se a retirada do IOF estava funcionando, já que o dólar recuava nesta manhã, Mantega respondeu que a medida é de longo prazo.
"Não sabemos. Medida é de longo prazo, não é para ter efeito imediato", afirmou.
O ministro voltou a repetir a justificativa que havia dado ontem para a medida.
Segundo ele, não há mais um excesso de liquidez internacional que torne necessária a barreira para a entrada de aplicações em renda fixa.
Em outubro de 2010, quando o imposto foi estabelecido, o governo tinha uma preocupação de que a entrada muito intensa de recursos externos no país valorizasse demais o real, dificultando as exportações brasileiras.
Mantega negou também que a reversão da medida tenha como objetivo aumentar a demanda por títulos do governo. Segundo ele, o Tesouro Nacional não enfrenta dificuldades para captar recursos.
"O Tesouro não está com dificuldade. Estamos financiando muito bem a dúvida brasileira, com tranquilidade. Não há problema dessa natureza", destacou.
Fonte: Folha de S. Paulo
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