Falta de austeridade fiscal do governo impulsiona curva de juros futuros da BM&F.
Em um pregão no qual o dólar experimentou uma rodada global de perdas ante a maior parte de seus pares, a moeda americana voltou a subir com força frente ao Real nesta quarta-feira (12/6).
A divisa dos Estados Unidos encerrou a sessão com alta de 0,82% ante a moeda brasileira, cotada a R$ 2,154 para venda.
Trata-se do maior nível desde 30 de abril de 2009 (R$ 2,182).
O diretor da Futura Corretora, André Ferreira, explica que, na véspera, um dos principais motivos para a baixa do dólar foi a reunião que ocorreu entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a presidente Dilma Rousseff.
A expectativa do mercado era de que, no encontro, as autoridades tratariam de novas medidas para facilitar o fluxo de entrada de divisas ao país. Os agentes aguardam a zeragem do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% que incide sobre as operações de derivativos da BM&F.
"O mercado teve uma correção por conta da expectativa frustrada", pondera Ferreira.
Na avaliação do diretor da Futura, os leilões de venda do Banco Central (BC) não serão suficientes para conter a tendência de alta do dólar. "O BC já vendeu US$ 6 bilhões em swaps, e o mercado está nos R$ 2,15. Devem testar os R$ 2,20 este mês ainda", pontua.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&F, o discurso da presidente proferido nesta quarta, de contas públicas e inflação sob controle, quando a percepção do mercado é completamente oposta, puxou a curva para cima.
Além disso, o anúncio de R$ 18,7 bilhões para a compra de móveis e eletrodomésticos por beneficiários do Minha Casa, Minha Vida contribuiu para o aumento dos prêmios.
"O mercado quer medidas de controle fiscal, e o governo diz que vai continuar com o assistencialismo. Vai sobrar tudo para o Banco Central", afirma Paulo Petrassi, sócio e gestor da Leme Investimentos.
Mais negociado, com giro de R$ 32,584 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 avançou de 8,69% para 8,77%, enquanto o para janeiro de 2015 foi de 9,46% para 9,76%, com volume de R$ 30,519 bilhões.
Fonte: Brasil Econômico
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