Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dólar sobe 5,7% na semana apesar de BC ter colocado US$ 14,3 bi no mercado

O dólar subiu 5,7% nesta semana, fechando a sexta-feira em R$ 2,26, o maior preço desde 1º de abril de 2009, apesar das constantes atuações do Banco Central para conter a valorização da moeda.

O cálculo considera as cotações do dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro.

O BC despejou US$ 14,3 bilhões no mercado com sete intervenções em cinco dias.

A maioria das interferências foi por leilões de contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Foram negociados US$ 11,3 bilhões com esses instrumentos. Mas o BC também ofereceu no mercado US$ 3 bilhões em linhas de crédito.

Leilões de linhas foram muito utilizados para conter a alta do dólar quando estourou a crise global de 2008.

Outra operação feita nesta semana foi a recompra de títulos do governo brasileiro. Por um lado, ela reflete a saída de investidores desses papéis, o que reitera o ambiente de desconfiança.

"Por outro lado, com isso, o BC injetou reais no mercado para que os investidores pudessem comprar dólares nos leilões de swap", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

FUGA DE CAPITAL

A depreciação do real nesta semana refletiu a fuga de investidores de aplicações consideradas de maior risco, diante da indicação do BC dos EUA de que irá começar a cortar os estímulos econômicos no país ainda neste ano.

A Bolsa brasileira fechou a semana em queda de 4,6%, aos 47.056 pontos --o menor nível desde 28 abril de 2009. Hoje, a baixa foi de 2,4%.

O BC americano recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos.

Com a sinalização de que essa recompra vai ser totalmente encerrada no ano que vem, cresce no mercado a aposta de aumento dos juros dos EUA --atualmente quase zero-- no médio prazo.

Juro mais altos deixam os títulos do Tesouro dos EUA, remunerados pela taxa e considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores globais do que aplicações em mercados emergentes.

A projeção é que, com o fim das recompras, o BC americano deixe de injetar cerca de US$ 1 trilhão na economia americana em 12 meses.

"Essa redução se reflete na quantidade de recursos disponíveis para investimento no mercado global", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Hoje, porém, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou temer que a sinalização do banco central na quarta-feira sobre a redução das compras de títulos tenha ocorrido na hora errada. Bullard é membro com direito a voto do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) dos EUA.

"O movimento do dólar [alta menor que em dias anteriores] hoje mostrou que o mercado começa a digerir o susto inicial sobre o início do corte nos estímulos nos EUA", avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Fonte: Folha de S. Paulo

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