Autoridade monetária fez um leilão pela manhã no qual ofereceu cerca de US$ 3,3 bilhões no mercado futuro; queda nesta terça-feira, 25, foi de 0,63%.
SÃO PAULO - Pela terceira sessão consecutiva, o dólar fechou em baixa ante o real, em um movimento influenciado pelo exterior. Indicadores positivos divulgados nos Estados Unidos e declarações de uma autoridade do banco central chinês trouxeram alívio aos investidores, o que favoreceu as Bolsas e as moedas de países com elevada correlação com commodities, como o Brasil.
Internamente, um leilão de swap cambial (equivalente à venda da moeda norte-americana no mercado futuro), promovido mais cedo pelo Banco Central, completou o cenário nesta terça-feira, 25. Com isso, o dólar recuou 0,63% no balcão, para R$ 2,210, na menor cotação do dia. É o menor patamar de fechamento da moeda desde o último dia 18.
Na máxima do pregão, às 11h30, atingiu R$ 2,2250 (+0,04%). Perto das 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 2,019 bilhões. No mercado futuro, o dólar para julho era cotado a R$ 2,2120, em baixa de 0,81%.
A divisa dos EUA abriu o dia em baixa, em meio ao ambiente externo ameno e com o mercado à espera do leilão de swap do BC, que havia sido anunciado na véspera. Os dados divulgados nos EUA foram positivos, assim como as notícias da China. O Departamento do Comércio norte-americano informou que as encomendas de bens duráveis subiram 3,6% em maio, acima da previsão de 3,2%. Já as vendas de moradias novas subiram 2,1% em maio, na comparação com abril, para a média anualizada de 476 mil unidades - o maior volume desde julho de 2008.
Na China, o vice-diretor da filial de Xangai do BC chinês, Ling Tao, disse que o banco central irá guiar as taxas de juros para um "intervalo razoável", sugerindo um potencial fim para a crise de liquidez que tem assolado o sistema financeiro da segunda maior economia. Ling também disse em entrevista à imprensa em Xangai que a recente volatilidade da taxa de juros no mercado monetário do país é temporária.
"O dólar recua ante o real hoje por causa do exterior. Está tudo mais calmo hoje", comentou à tarde um profissional da mesa de câmbio de um grande banco. "O fluxo diário também estava levemente negativo. Como o mercado (o dólar) caiu, começa a aparecer um pouco mais de saída", acrescentou.
O BC vendeu em leilão 65.500 contratos de swap cambial para dois vencimentos, de uma oferta total de até 66.600 contratos. O volume financeiro da operação somou US$ 3,257 bilhões, equivalente a 98,7% da oferta integral de cerca de US$ 3,3 bilhões.
"O swap ajudou um pouco (na queda do dólar), já que houve uma rolagem de vencimentos, mas foi o exterior que definiu. Se o governo não tivesse rolado os vencimentos, aí sim haveria uma pressão de alta do dólar", disse o profissional do banco, em referência à rolagem, por meio do leilão de hoje, de contratos de swap cambial que venceriam no dia 1º de julho.
Apesar dos recuos do dólar nos últimos três dias, profissionais do mercado afirmam que a tendência é de alta. Paulo Fujisaki, gestor da área cambio da corretora Socopa, lembra que a redução dos estímulos do Federal Reserve (Fed) à economia norte-americana segue no cenário, o que traz um viés de alta. "Com a economia dos EUA melhorando, a tendência é os juros subirem por lá. Então, o capital procura os EUA", comentou.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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