Impulsionada por receitas extraordinárias, a economia do setor público para pagar juros da dívida (superavit primário) somou R$ 5,681 bilhões em maio, mais que o dobro do saldo do mesmo mês do ano passado (R$ 2,653 bilhões).
O valor equivale à economia dos governos federal (R$ 5,2 bilhões), estaduais e municipais (R$ 1,2 bilhão), menos o deficit de parte das estatais (de R$ 790 milhões) --Petrobras e Eletrobras não entram na conta.
Apesar do bom resultado do mês passado, o superavit registrado de janeiro a maio deste ano (R$ 46,7 bilhões) é menor do que o saldo do mesmo período de 2012 (R$ 62,9 bilhões).
Em 12 meses, o superavit acumulado é de R$ 88,8 bilhões, ou 1,95% do PIB (Produto Interno Bruto). A promessa do Ministério da Fazenda é que a taxa suba para 2,3% do PIB até dezembro.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que o bom resultado de maio reflete uma melhora na arrecadação ao longo do ano, mas que o dado isolado de apenas um mês não é uma boa referência para "extrair conclusões".
Segundo ele, o resultado mais fraco do ano reflete os desafios de enfrentar a crise mundial e elevar a competitividade da indústria nacional com desonerações.
Maciel destacou, porém, que a dívida líquida em proporção ao PIB continua recuando, o que é um "aspecto positivo da situação fiscal".
Em maio, essa relação ficou no menor patamar da série histórica iniciada em 2001 (34,8%) e a previsão do BC é que recue mais em junho, para 33,8%.
Segundo Maciel, essa queda recente foi puxada pela alta do dólar. Como o Brasil tem US$ 375 bilhões em reservas, a valorização da moeda americana tem o impacto de diminuir a dívida líquida do setor público.
PROJEÇÕES
Devido às incertezas que rondam as contas públicas do governo, o BC divulgou hoje projeções para a dívida líquida e outros indicadores considerando três cenários possíveis.
A novidade foi a inclusão do cenário em que o superavit primário será de 2,3% do PIB, conforme promessa do governo.
Segundo Maciel, esse é o cenário central considerado pelo BC hoje. Caso ele se confirme, a dívida líquida fechará o ano em 34,6% do PIB e o deficit nominal em 2,4% do PIB.O resultado nominal é saldo das contas públicas após o pagamento de juros da dívida.
Em outro cenário traçado pelo BC, em que considera um superavit primário maior do governo, de 3,2% do PIB, a dívida líquida e o deficit nominal seriam menores, de 33,7% e 1,5%, respectivamente.
Fonte: Folha de S. Paulo
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