Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dólar se consagra como melhor aplicação de novembro


A moeda americana e o ouro foram os dois ativos que tiveram o melhor rendimento no mês que termina nesta sexta-feira - o dólar subiu 4,98%, e o ouro, 3,82%.

Em tempos de crise, onde os maiores blocos econômicos do planeta se encontram em dificuldades, os investidores voltam seus olhares para os ativos mais seguros possíveis.

O dólar, mesmo com os Estados Unidos em uma dura batalha política para que o abismo fiscal seja evitado, ainda é visto pelos investidores como uma mercadoria que traz conforto a seus detentores.

Além da moeda americana, outro ativo que desperta o interesse dos agentes quando o pessimismo prevalece é o ouro.

Em novembro foram esses os dois ativos que tiveram as maiores valorizações no mercado brasileiro.

A divisa dos Estados Unidos teve ganhos de 4,98%, enquanto o ouro registrou um aumento de 3,82%. No ano, a moeda aprecia 14,02%, e o metal, 23,16%.
InvestimentosOutubro
Dólar4,98%
Ouro3,82%
Ações Livre1,07%
Ibovespa0,71%
Renda Fixa0,59%
CDB0,55%
CDI0,54%
Poupança0,50%
Fonte: Brasil Econômico
O fraco PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2102 deve contribuir para que o governo trabalhe com um patamar mais alto do dólar em dezembro
O fraco PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2102 deve contribuir para que o governo trabalhe com um patamar mais alto do dólar em dezembro


Como a questão política americana ainda deve demorar mais algumas semanas para ser equacionada, e com a fragilíssima situação econômica, e social, do bloco europeu, dificilmente veremos os mercados de renda fixa ou de ações com fundamentos suficientemente atraentes para conseguir superar o dólar ou o ouro quando os agentes forem às compras.

Nesse sentido, a tendência de maior probabilidade no momento é que ambos os ativos sigam com uma forte demanda durante o mês de dezembro.

"À medida que o debate sobre o abismo se intensifica, com as propostas dos dois lados não sendo aceitas, a demanda por ouro aumenta", explica Juliano Ferreira, operador de commodities da ICap Brasil.

"Como o debate continua, os fundos vão continuar olhando um pouco mais para o ouro", complementa o especialista.

Mesmo durante o ano que vem, quando se espera uma retomada no nível de atividade do gigante chinês, o operador da ICap acredita que o metal precioso irá continuar entre as principais compras dos investidores.

Isso porque, explica Ferreira, o ouro é um ativo mais defensivo que o dólar quando a inflação mundial está em ritmo de aceleração, cenário factível para 2013 com a retomada esperada para o crescimento da China.

"O ouro é um ‘hedge' para a inflação. Sei que ele não vai perder seu poder de compra frente às outras moedas", pondera o especialista.

Em relação ao dólar, o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi, Maurício Nakahodo, acredita que a moeda pode voltar a ganhar valor frente ao real no último mês de 2012, ainda que não na mesma intensidade verificada em novembro.

A valorização da moeda deve seguir por conta da postura do governo, que, na avaliação de Nakahodo, sinaliza para uma preocupação maior com o nível da atividade do que com a pressão que o movimento cambial gera na inflação, principalmente depois do decepcionante PIB do terceiro trimestre.

"O mercado esperava que o BC poderia fazer um novo leilão de swap, para liquidar sua posição comprada, mas não foi o que aconteceu, o que sinaliza que ele pode deixar o dólar subir um pouco mais", diz o consultor.

A alta da moeda em dezembro não deve ser na mesma magnitude ocorrida neste mês devido ao acordo que todos torcem para que seja alcançado entre os congressistas americanos, e que tende a diminuir o sentimento de aversão.

"O governo tem interesse que a banda suba gradativamente. Antes era de R$ 2,00 a R$ 2,10, e agora talvez esteja indo para algo entre R$ 2,05 e R$ 2,15", palpita o especialista.

Fonte: Brasil Econômico

Risco de abismo fiscal nos EUA pode travar Ibovespa


De acordo com analista, o impasse deve ser resolvido somente na segunda quinzena de dezembro. No entanto, o anúncio de recompra de parte da dívida grega deve trazer algum alívio aos mercados.

O Ibovespa termina a semana com queda de 0,17% e as expectativas para as próximas sessões não são das mais favoráveis.

Nos Estados Unidos, a falta de um acordo entre o presidente Barack Obama e a parcela republicana do Congresso para evitar o abismo fiscal no país deve espalhar volatilidade pelos mercados mundo afora e limitar os ganhos da bolsa brasileira na próxima semana.

Os republicanos endureceram o discurso quanto a proposta de Obama que visa aumentar os impostos da parcela mais rica da população.

"As conversas voltaram à estaca zero. Acredito que o acordo seja fechado somente na segunda quinzena de dezembro e essa incerteza deve impactar o Ibovespa", avalia Eduardo Velho, economista-chefe da Planner Corretora.

No entanto, Velho aponta que a reunião dos líderes da Zona do Euro, que acontece logo no início da semana, pode dar algum fôlego aos negócios.

"O encontro deve resultar no anúncio de um acordo para a recompra de parte da dívida grega, o que pode suavizar o viés negativo dos mercados", aponta.

A dívida da Grécia deve ser reduzida em € 40 bilhões, para 124% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.

A análise técnica também não traz muito otimismo para o desempenho do Ibovespa. O índice terminou a sexta-feira (30/11) com recuo de 0,65%, aos 57.474 pontos.

"A partir desse resultado, o gráfico mostra uma formação de queda e o índice deve oscilar entre as mínimas de 55.500 e 56.000 pontos na semana", diz o analista técnico Luiz Rodrigo Correia, da Doji Star.

Essa tendência só será revertida se uma notícia muito positiva espalhar otimismo entre os investidores.

"Caso o cenário mude e o índice quebre a resistência dos 56.000 pontos, a tendência é a busca pelo objetivo dos 58.000 pontos", afirma.

Na agenda doméstica, destaque para a produção industrial referente ao mês de outubro, que será divulgada na terça-feira (4/12).

"Por questões sazonais, esse dado costuma não decepcionar em outubro. A previsão é que haja um aumento de 1,3% em relação a setembro. O indicador só vai impactar de forma positiva se vier muito acima disso", aponta Velho.

Vale lembrar que na terça-feira (4/12) vence o prazo para as elétricas assinarem os contratos de renovação antecipada das concessões.

Mesmo após a revisão das indenizações, que aumenta o valor a ser pago às elétricas em R$ 870 milhões, o economista Celso Grisi é pessimista quanto ao desempenho do setor.

"O destino do setor é uma grande incógnita. Acredito que essa intervenção excessiva do governo abalou a confiança do investidor. Assim, as ações das elétricas devem continuar sendo impactadas no curto e médio prazos", analisa.

No cenário externo, os indicadores mais relevantes estão ligados ao mercado de trabalho americano.

Na quarta-feira (5/12), será divulgado o relatório de emprego do setor privado dos Estados Unidos, que é uma prévia do Payroll (relatório geral de emprego). Este é o indicador mais importante da semana, que será conhecido na sexta-feira (7/12).

Fonte: Brasil Econômico

Apesar de PIB abaixo do estimado, BC vê importante reação da economia com efeitos sobre resultados fiscais


Brasília – A atividade econômica mostrou reação no terceiro trimestre deste ano e isso contribui para melhores resultados fiscais, avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

“Está havendo uma reação da atividade e isso deverá influenciar positivamente os resultados fiscais”, disse Maciel. Em 12 meses encerrados em outubro, o superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública, ficou em R$ 98,352 bilhões, o que representa 2,25% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). Nos dez meses do ano, o superávit primário ficou em R$ 88,214 bilhões (2,42% do PIB).

No último dia 20, o governo anunciou o abatimento de R$ 25,6 bilhões da meta de superávit primário, o que reduziu de R$ 139,8 bilhões para R$ 114,2 bilhões o volume a ser economizado pela União, pelos estados e municípios neste ano.

Na avaliação de Maciel, os resultados fiscais serão melhores no final deste ano e no início de 2013, com expectativa de continuidade de reação da economia e consequente aumento de receitas pelo governo.

Maciel argumentou que, apesar de o crescimento da economia no terceiro trimestre deste ano comparado ao período anterior (0,6%) ter ficado abaixo de indicadores antecedentes, isso “não significa que o PIB não tenha mostrado reação importante”.

No último dia 14, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontava crescimento de 1,15%, no terceiro trimestre, na comparação com o período anterior.

Fonte: Agência Brasil

Mantega vê recuperação da economia apesar de surpresa no 3o tri


SÃO PAULO, 30 Nov (Reuters) - Mesmo dizendo-se "surpreso" com o mau desempenho da economia no trimestre passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que a economia está em trajetória de recuperação, apesar de não da maneira como se gostaria.

Mesmo assim, ele continuou defendendo que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 4 por cento no próximo ano, uma vez que as medidas de estímulo adotadas pelo governo ainda não surtiram pleno efeito.

"Ninguém acertou (o resultado do PIB no trimestre passado). Acho que todo mundo se descuidou do setor de serviços. Mas posso afirmar que economia está em trajetória de aquecimento, embora não tanto como gostaríamos", afirmou Mantega a jornalistas.

A economia brasileira cresceu apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre deste ano quando comparada com o segundo trimestre, metade do esperado pelo mercado, com a pior retração dos investimentos em mais de três anos e estagnação no setor de serviços.

Para piorar, o crescimento do segundo trimestre foi revisado para baixo, a 0,2 por cento, ante os 0,4 por cento divulgados anteriormente.

"SATISFEITO"

O ministro se disse "satisfeito com a reação da economia brasileira", prometendo que as medidas adotadas pelo governo ainda vão surtir efeito ao longo dos próximos meses. Por isso, ele acredita que o PIB crescerá cerca de 1 por cento no quarto trimestre e 4 por cento em 2013, num "movimento difuso" de recuperação.

Para ele, o mau desempenho no trimestre passado veio sobretudo do setor de serviços, afetado pela atividade de Intermediação financeira, que recuou 1,3 por cento. Mantega ressaltou que isso ocorreu porque os bancos sentiram a queda nos spreads e, ao mesmo tempo, não compensaram com concessões de crédito.

O ministro também defendeu que o governo tem tomado medidas "mais estruturais", que vão reduzir os custos do setor produtivo. Ele acredita que o setor industrial, bastante afetado pela crise internacional e que mostrou recuperação no trimestre passado, está ganhando velocidade.

Fonte: Reuters Brasil

Mantega diz que novas medidas de estímulo serão anunciadas na próxima semana


São Paulo – Apesar de considerar abaixo do esperado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou hoje (30) na capital paulista que está satisfeito com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,6% no terceiro trimestre, em comparação com os três meses anteriores, divulgado nessa manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, confirmou que novas medidas de estímulo estão sendo preparadas.

“A taxa não foi tudo aquilo que esperávamos, mas estamos na direção certa”, avaliou. Mantega anunciou que o governo federal, como forma de continuar estimulando a economia, tomará novas medidas de incentivo. Segundo ele, essas medidas serão no âmbito do financiamento. O anúncio oficial deve acontecer nos próximos dias. “Vamos deixar para a próxima semana”, disse.

Mantega salientou que a reação da economia brasileira durante os últimos trimestres reflete a recuperação de todos os setores econômicos. Porém, o crescimento do terceiro trimestre foi aquém do esperado. “Não foi tão alto quanto esperávamos. Nenhum analista previu um crescimento inferior a 1%”. Mantega referia-se às cerca de 40 consultorias que realizaram previsões a respeito do PIB.

De acordo com ele, o crescimento de 0,6% foi puxado pelo setor de agronegócios, que obteve crescimento de 2,5%. “Foi um bom resultado. Isso reflete que esse setor vai ter um recorde na produção de grãos”, avaliou.

A surpresa nos dados do IBGE, para o ministro, foi o desempenho do setor de serviços, que representa mais de 60% do PIB nacional. “A sua variação afeta o PIB e teve crescimento zero”, disse. Para o quarto trimestre, o ministro prevê um crescimento de 1% na economia e, para o próximo ano, o PIB deverá crescer 4%.

Fonte: Agência Brasil

Com queda nos investimentos, Brasil cresce só 0,6% no 3o tri


RIO DE JANEIRO, 30 Nov (Reuters) - A economia brasileira cresceu apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre deste ano quando comparada com o segundo trimestre, muito abaixo do esperado pelo mercado, com a pior retração dos investimentos em mais de três anos.

Pesou ainda o consumo do governo, que cresceu apenas 0,1 por cento --o pior desempenho em um ano, por conta das restrições de gastos em período eleitoral--, e o fato de o setor de serviços, até então um dos motores da atividade, ter mostrado estagnação.

Mesmo a leve aceleração do consumo das famílias --que cresceu 0,9 por cento no período ante 0,7 por cento no segundo trimestre-- serviu pouco para compensar os números ruins.

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou expansão de 0,9 por cento entre julho e setembro.

A expectativa de economistas era de crescimento de 1,2 por cento na comparação trimestral e de 1,9 por cento na anual, segundo a mediana das previsões. Os números reais ficaram bem abaixo até das piores projeções --1,0 e 1,5 por cento, respectivamente.

O fraco desempenho levou economistas a iniciarem um processo de revisão da expectativa de crescimento neste ano para no máximo 1 por cento, além de gerar críticas à forma como o governo tem tentado estimular a economia.

"(O governo tomou) medidas de curto prazo que contemplam um outro ou outro setor, o que no fundo gera muitas restrições, tem muito intervencionismo. Essa é uma das razões que tem afastado o investimento", avaliou o economista da Tendências Rafael Bacciotti.

Apesar de fraca, a expansão trimestral registrada entre julho e setembro foi a melhor desde o primeiro trimestre de 2011, quando ela foi de 0,7 por cento, e mostrou uma modesta melhora sobre o desempenho do segundo trimestre, cujo crescimento foi revisado para 0,2 por cento, ante 0,4 por cento sobre o trimestre anterior.

Segundo o IBGE, com produção menor, demanda maior e importações em queda, a economia brasileira foi atendida por estoques formados anteriormente no terceiro trimestre desse ano. Somente entre julho e setembro desse ano, os estoques caíram 11 bilhões de reais, sendo que ao longo de todo o ano passado haviam aumentado em 18 bilhões de reais.

"Houve um descasamento entre oferta e demanda nesse trimestre e a demanda foi suprida com estoques formados em períodos anteriores", disse a economista do IBGE, Rebeca Palis, ao destacar o fenômeno típico de períodos de baixo aquecimento.

Autoridades do governo procuraram mostrar otimismo quanto às perspectivas da economia daqui para frente.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que "a economia está em trajetória de aquecimento", mesmo admitindo que "não tanto como gostaríamos". Enquanto isso, para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, "as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade no próximo ano".

Mas as incertezas sobre a recuperação persistem ainda mais com a quinta retração trimestral seguida dos investimentos. No período, a formação bruta de capital fixo, uma medida de investimentos, caiu 2 por cento, a queda trimestral mais forte desde o primeiro trimestre de 2009, quando despencou 11,9 por cento por conta do auge da crise internacional.

Para o setor produtivo, a recuperação da economia somente vai ocorrer com estímulos mais abrangentes e com a redução da carga tributária.

"O quadro é bem ruim... O estímulo ao consumo é parte do modelo que pode funcionar, mas não é suficiente, tem que estimular toda a economia. Em vez de criar medidas pontuais, o governo precisa dar sinais claros de que vai fazer reformas, de que o Brasil vai ser competitivo no futuro", economista da Fecomercio de São Paulo, Fábio Pina.

SERVIÇOS ESTAGNADOS

O setor de serviços, que vinha sendo um dos suportes para o PIB, teve crescimento zero na comparação trimestral, afetado pela queda de 1,3 por cento em intermediação financeira e seguros. Este foi o pior resultado desde o quarto trimestre de 2008 (-2,9 por cento) no segmento, que responde por cerca de 7 por cento do PIB.

"Os números indicam que apesar de todos os estímulos injetados na economia, ela não está reagindo como se esperava e que é necessário o governo continuar dando suporte para o crescimento porque claramente o setor privado ainda não se engajou nessa recuperação", disse o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno.

Já a produção agropecuária teve crescimento de 2,5 por cento no trimestre passado, depois de ter avançado de acordo com dados atualizados 6,8 por cento no segundo trimestre. O setor iniciou o ano com queda expressiva de 7,7 por cento, afetada pelas más condições climáticas.

E a indústria, setor que mais sofreu com a turbulência internacional, mostrou uma pequena recuperação na comparação trimestral, com crescimento de 1,1 por cento. Beneficiada por medidas de estímulo do governo, teve o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2010.

A expansão foi puxada pelos segmento da indústria de transformação (+1,5 por cento) e construção civil (+0,3 por cento). Mas na comparação anual a produção industrial teve queda de 0,9 por cento em relação ao mesmo trimestre de 2011.

Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, já adiantaram que novos estímulos virão, depois das várias medias adotadas neste ano para alimentar a economia, afetada pela crise internacional.

"Todas as medidas atenuaram os efeitos da crise externa, e se o governo não tivesse adotado nenhuma, possivelmente estaríamos (com crescimento) entre zero e 0,5 por cento no ano", estimou o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.

O governo adotou várias medidas neste ano para não deixar a atividade perder o fôlego, afetada pela crise internacional. Entre elas, desonerações fiscais a alguns segmentos, como automotivo e linha branca, e ações para manter o dólar acima de 2 reais e aumentar a competitividade no exterior.

O BC também fez parte da ação e reduziu a Selic para a mínima histórica de 7,25 por cento ao ano, indicando que vai mantê-la assim pelo próximo ano.

Fonte: Reuters Brasil

Desemprego na zona do euro atinge recorde mas inflação desacelera

Taxa de desemprego subiu para 11,7% em outubro, acima da taxa de 11,6% em setembro e um aumento expressivo em relação ao nível de 9,9% um ano antes, com cerca de 19 milhões de pessoas sem emprego

O desemprego na zona do euro atingiu novo recorde em outubro, com outras 173 mil pessoas desempregadas, mas os preços ao consumidor caíram fortemente em novembro e deram certo alívio às famílias durante a recessão.

A inflação anual na zona do euro ficou em 2,2 por cento em novembro, informou nesta sexta-feira o escritório de estatísticas da União Europeia (UE) Eurostat, recuo ante a taxa de 2,5 por cento em outubro e abaixo do nível de 2,4 por cento previsto em pesquisa da Reuters.

Meses de sustentação da inflação combinada com desemprego recorde tornaram a vida de famílias endividadas ainda mais difícil, que sofrem a três anos com a crise de dívida pública que forçou governos e empresas a cortar empregos drasticamente.

Um dos menores aumentos na inflação dos preços de energia em um ano ajudaram a trazer a inflação ao consumidor para perto da meta do Banco Central Europeu (BCE) de próximo, mas um pouco abaixo de 2 por cento, segundo a estimativa da Eurostat.

Mas a economia da zona do euro, que este ano caiu em recessão pela segunda vez desde 2009, pode ter apenas uma fraca recuperação no ano que vem e os níveis de desemprego continuarão subindo, dizem economistas e autoridades.

"Nós ainda não saímos da crise", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, nesta sexta-feira. "A recuperação para boa parte da zona do euro certamente começará na segunda metade de 2013", afirmou ele à rádio francesa Europe 1.

O desemprego subiu para 11,7 por cento em outubro, de acordo com a Eurostat, acima da taxa de 11,6 por cento em setembro e um aumento expressivo em relação ao nível de 9,9 por cento um ano antes, deixando quase 19 milhões de pessoas sem emprego.

Portugal, por exemplo, cortou mais que uma em vinte vagas no setor público nos primeiros nove meses de 2012, enquanto empresas, que variam de fabricantes de automóveis até grupos financeiros, anunciaram milhares de cortes de empregos desde setembro.

Ainda assim, os números gerais mascaram amplas diferenças pelo bloco de 17 países, com o desemprego na Áustria a 4,3 por cento da população ativa e os níveis de desemprego na Espanha a 26,2 por cento, o maior na Europa.

Fonte: IG Economia

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Disputa de mercado descola dólar do movimento global


Bom humor dos investidores atrelado ao possível acordo sobre o abismo fiscal americano gerou uma leve abertura da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

O dólar encerrou o pregão com uma alta relativamente expressiva pelo segundo dia consecutivo - subiu 0,48% na quarta -, principalmente se considerarmos o engessamento vivido por esse mercado nos últimos meses.

A moeda americana terminou a sessão desta quinta-feira (29/11) com ganhos de 0,33%, a R$ 2,097 na venda.
Cotações de fechamento para venda em29/11/2012
PaísMoedaR$US$
Argentina Peso 0,43484,8300
Canadá Dólar 2,11620,9920
Chile Peso 0,0044480,1000
China Iuan 0,33766,2382
Coreia do Sul Won 0,00191.084,2500
União Europeia Euro 2,73011,3006
Estados Unidos Dólar 2,09911,0000
Índia Rúpia 0,038354,8300
Japão Iene 0,025682,0000
México Peso 0,162212,9467
Paraguai Guarani 0,00054.460,000
Reino Unido Libra 3,36781,6044
Uruguai Peso 0,107519,7300
Rússia Rublo 0,068130,8490
Venezuela Bolivar Forte 0,48944,3000
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico.

O movimento do câmbio doméstico ficou na contramão dos pares internacionais - o Dollar Index recuava 0,16% nesta tarde.

O bom humor que prevaleceu nos mercados devido a expectativa por um acordo sobre o abismo fiscal americano, e também por dados fortes da economia dos Estados Unidos, favoreceu uma sessão na qual os investidores foram atrás de ativos de maior risco atrelado.

Barack Obama afirmou na quarta-feira (28/11) que os cortes de gastos e o aumento de impostos poderiam ser evitados. O presidente dos Estados Unidos anunciou que o consenso entre republicanos e democratas poderia sair antes do esperado pelos mercados.

Entre os indicadores, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos acelerou para 2,7% no terceiro trimestre, contra 1,3% no período anterior.

A primeira estimativa, divulgada no dia 26 de outubro, indicava uma alta de 2%.

Além disso, no mercado imobiliário americano, as vendas de imóveis pendentes subiram 5,2%, enquanto os analistas esperavam um avanço de 1%.

"A questão da Ptax gerou essa alta descolada do exterior", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB.

A forte apreciação que chegou a ocorrer, quando o dólar subiu 0,90% a R$ 2,109, na máxima do dia, demonstra que os comprados devem estar com mais força nesta disputa.

Juros

A curva de juros futuros da BM&F Bovespa foi influenciada pelo otimismo dos investidores, na visão do estrategista do WestLB, e terminou o pregão com leve viés de abertura.

Mais negociado, com giro de R$ 21,289 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,30% para 7,31%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,90% para 7,93%, com volume de R$ 12,869 bilhões.

"O mercado acredita que os congressistas americanos vão conseguir chegar a um acordo até o final do ano", nota Rostagno.

Fonte: Brasil Econômico

Com fechamento de mês, dólar volta aos R$ 2,10


A preocupação de que um real mais depreciado possa levar o BC a elevar a taxa de juros antes do desejado influencia no movimento de abertura verificado na curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

A tradicional briga de final de mês pela Ptax, que mostra uma clara predominância dos comprados nesta quinta-feira (29/11), joga para cima a taxa do dólar, que já se encontra em patamar superior aos R$ 2,10.

A moeda americana tinha valorização de 0,90% nesta tarde, negociada a R$ 2,109 na venda, enquanto o Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, recuava 0,30%.

Na semana passada, quando a cotação da moeda americana ultrapassou o teto dos R$ 2,10, o BC aguardou ela se aproximar dos R$ 2,12 para entrar com um leilão de venda, que a recolocou nos R$ 2,082.

Certamente a autoridade monetária monitora de perto as variações que ocorrem no mercado cambial doméstico nesta quinta, e apenas aguarda o ponto que considera ideal para realizar nova operação similar à da semana anterior.

Os especialistas de mercado entendem que, no momento, a autoridade está mais preocupada em aquecer a economia do que com uma possível pressão inflacionária em 2013 decorrente do dólar mais caro.

Alguns agentes devem estar com posições compradas nos R$ 2,12 da semana anterior, e brigam para jogar a Ptax acima desse nível e obter ganhos no fechamento da taxa, explica Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

"No ano que vem tem o aumento dos combustíveis, o realinhamento de preço dos importados, e a intromissão do governo no mercado tem assustado bastante os investidores. Já não tem fluxo de divisas suficiente", pondera Galhardo.

Um cenário onde o Copom inicie o ciclo de aperto monetário já na primeira reunião de 2013, que acontece nos dias 15 e 16 de janeiro, não é totalmente descartado pelo gerente da Treviso.

"O Copom pode ter mantido os juros agora justamente para antecipara a política no ano que vem".

Juros

A perspectiva de que um dólar mais valorizado irá jogar pressão na alta dos preços nos próximos meses empurra para cima a curva de juros futuros da BM&FBovespa.

Mais negociado, com giro de R$ 13,356 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subia de 7,30% para 7,32%, enquanto o para janeiro de 2015 avançava de 7,90% para 7,94%, com volume de R$ 7,725 bilhões.

"Mesmo esperando algum aperto no final do ano que vem, temos a visão de que o BC deve primeiro recorrer a medidas macroprudenciais e à apreciação da taxa de câmbio para ajudar a combater a inflação. A elevação da taxa Selic deve ser o último recurso da autoridade", afirma Marcelo Salomon, do Barclays, em relatório.

O Itaú Unibanco, por sua vez, entende que, caso tenhamos significativas decepções no nível da atividade econômica neste, e nos próximos trimestres, o Copom poderá realizar novos cortes na Selic.

"O sinal de manutenção dos juros por um tempo suficientemente prolongado revela confiança em um nível menor de juros reais de equilíbrio e também a necessidade de manter o estímulo para a economia", diz o relatório da instituição assinada pelo economista-chefe Ilan Goldfajn, que foi diretor de política econômica do BC de 2000 a 2003.

"A decisão do Copom de manter a taxa em 7,25% é decisiva para garantir a confiança e estimular os investimentos", avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A FecomercioSP, por sua vez, entende que a permanência da Selic no atual patamar foi a ação mais razoável, já que, com a inflação acima do centro da meta, não há mais espaços para novas reduções.

"Porém, a FecomercioSP destaca que a atual situação do BC não é das mais simples, uma vez que é preciso lidar com a necessidade simultânea de manter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) controlado, reduzir o custo da dívida e estimular a economia do País, que vem crescendo em baixo ritmo", diz o comunicado da entidade, que projeta a Selic em 9% no final do próximo ano.

Fonte: Brasil Econômico

Abismo fiscal segue no radar; bolsas mundiais sobem


Expectativa com reunião no Congresso estabelece bom humor entre os investidores; PIB dos Estados Unidos não surpreende e tendência de ligeira alta deve prevalecer.

Com os holofotes voltados ao cenário americano, os investidores globais operam otimistas com expectativas de que a negociação entre republicanos e democratas sobre o abismo fiscal avance nesta quinta-feira (29/11).

Barack Obama afirmou na quarta-feira (28/11) que os cortes de gastos e o aumento de impostos poderiam ser evitados. O presidente dos Estados Unidos anunciou que o consenso entre republicanos e democratas poderia sair antes do esperado pelos mercados. 

De acordo com Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, as declarações do presidente realmente contribuem para a expectativa de uma resolução para a questão fiscal dos Estados Unidos. "O otimismo prevalece após as afirmações que indicaram que o acordo fiscal estaria mais próximo. Isso seria assimilado com bom humor pelos analistas porque daria fôlego à economia americana, que dificilmente entraria em recessão".

O discurso de John Boehner, republicano que preside a Câmara dos Representantes, que sinalizou a proximidade de um acordo em relação ao orçamento dos Estados Unidos também contribui. 

Galdi afirmou que a reunião entre os congressistas para renegociar medidas pode trazer resultados satisfatórios. Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, se junta hoje a outras lideranças do Congresso para definir soluções que poderiam estabelecer a redução do déficit fiscal, evitando a recessão e tentando buscar um crescimento econômico mais satisfatório.

O analista acredita que até que seja definido algum plano para evitar o abismo fiscal a tendência é que as bolsas fiquem voláteis, alternando dias de alta e de queda.

Entre os indicadores do país, o grande destaque era a segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que subiu 2,7%, em linha com as estimativas. "O fato de o PIB ter ficado alinhado às expectativas do mercado faz com que as variações não sejam muito acentuadas", considera Galdi. 

Os pedidos de auxílio-desemprego recuaram em 23 mil na leitura da última semana, porém não surpreenderam os analistas, o que faz com que o resultado não interfira no ritmo dos índices de ações.

Apenas as vendas pendentes de casas surpreenderam e podem dar um pouco mais de fôlego aos investidores de Wall Street. 

Neste sentido, as bolsas americanas operam com valorização. O Dow Jones avança 0,33%, o S&P sobe 0,68%, e o Nasdaq tem elevação de 0,52%.

No continente europeu, a taxa de desemprego da Alemanha, que registrou aumento do número de desempregados em 5 mil não foi suficiente para derrubar o humor dos agentes da região. Além disso, a agenda do velho continente também foi preenchida pela divulgação do índice de confiança na economia da Zona do Euro, que melhorou no último mês. 

Desta maneira, o CAC, de Paris, tem incremento de 1,25%; o DAX, da Alemanha, valoriza 0,93%; e o FTSE, de Londres, sobe 1,07%.

"A Grécia saiu de cena após o acordo. Podemos esperar que os holofotes voltem a estar focados na Espanha dentro de alguns dias. Os Estados Unidos, porém, deve permanecer entre os principais pontos de referência do cenário global", explica Galdi. Vale citar o pacote de € 37 bilhões destinados ao sistema financeiro espanhol pela União Europeia.

No cenário doméstico, o Ibovespa opera em linha com os mercados internacionais. Instantes atrás, o Ibovespa subia 1,13%, aos 57.182 pontos, com giro financeiro de R$ 2,63 bilhões.

Entre os indicadores, chama a atenção o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que manteve tendência de queda e caiu 0,03% em novembro. Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,21% em comparação com o mês passado.

Adicionalmente, o Banco Central informou que o estoque de operações de crédito do sistema financeiro somou R$ 2,269 trilhões em outubro, o que corresponde a um crescimento de 1,4% frente ao mês anterior.

Destaques

Entre as maiores altas do Ibovespa figuram os papéis da LLX Logística (LLXL3), que subiam 18,39%, para R$ 2,06. Em seguida, as ações da CSN (CSNA3) avançavam 6,24%, cotadas a R$ 10,72.

Do lado negativo, o papel da Eletrobras (ELET6) tinha a maior queda, de 7,70%, negociado a R$ 7,79, seguido pelos papéis da B2W Varejo (BTOW3), que caíam 6,71%, cotados à R$ 7,79.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar opera com valorização de 0,66% em relação ao real, negociado a R$ 2,1020 na compra e R$ 2,1040 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

PIB dos EUA cresce 2,7% no 3o trimestre com acúmulo de estoques


WASHINGTON, 29 Nov (Reuters) - A economia norte-americana cresceu mais rápido do que o inicialmente estimado no terceiro trimestre, mas a dinâmica não deve ser sustentada, uma vez que o país prepara-se para grandes cortes em gastos do governo e aumentos tributários no começo do ano que vem.

O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 2,7 por cento, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira, à medida que a acumulação mais rápida de estoques e o crescimento das exportações compensaram gastos fracos do consumidor e a primeira queda em investimento empresarial em mais de um ano.

Embora o ritmo de crescimento tenha sido muito mais rápido do que a taxa de 2,0 por cento que o governo estimou no mês passado e o melhor desde o quarto trimestre de 2011, isso dificilmente é um sinal de fortalecimento na economia dado o impulso da formação dos estoques e gastos mais fracos do consumidor.

Isso será provavelmente perdido no quarto trimestre e os estoques podem ser um fator negativo para o crescimento, que já está sendo pressionado por temores de austeridade, conhecido como abismo fiscal.

Legisladores e a administração Obama estão engajados em negociações para evitar o abismo fiscal, que pode sugar 600 bilhões de dólares da economia e levar o país para uma nova recessão.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB fosse elevado a 2,8 por cento. Os estoques empresariais somaram 0,77 ponto percentual ao crescimento do PIB do terceiro trimestre. A estimativa preliminar para essa leitura havia sido de uma subtração de 0,12 ponto percentual.

Excluindo estoques, o PIB cresceu a uma taxa revisada de 1,9 por cento, destacando demanda fraca. As vendas finais de bens e serviços produzidos nos Estados Unidos foram previamente estimados em um aumento de 2,1 por cento.

A produção no trimestre entre julho e setembro também foi revisada, para mostrar um déficit comercial menor, ao passo que o crescimento das exportações superou o aumento das importações. Mas a tendência nas exportações não deve ser sustentada dada a desaceleração da demanda global, especialmente na China e na endividada Europa.

O comércio contribuiu com 0,14 ponto percentual ao crescimento do PIB, em vez de subtrair 0,18 ponto percentual como previamente reportado.

Fora as exportações, outros detalhes do relatório foram fracos. Os gastos do consumidor, que são responsáveis por cerca de 70 por cento da atividade econômica norte-americana, foram reduzidos para uma taxa de crescimento de 1,4 por cento --a menor desde o segundo trimestre de 2011, e abaixo do ganho de 2 por cento previamente reportado.

Os gastos do consumidor subiram a uma taxa de 1,5 por cento no segundo trimestre.

Os gastos empresariais foram revisados para mostrar reduções muito mais profundas, derivadas dos temores de aperto da política fiscal no ano que vem. O investimento empresarial caiu para uma taxa revisada de 2,2 por cento, em vez de declínio de 1,3 por cento. Essa foi a primeira queda desde o primeiro trimestre de 2011.

Parte da queda dos investimentos empresariais, que tem sido uma fonte de fortalecimento para a economia, teve origem em equipamentos e software, nos quais os gastos foram os menores desde o segundo trimestre de 2009.

O crescimento do investimento imobiliário teve ligeira redução para 14,2 por cento ante 14,4 por cento. A construção residencial está se beneficiando da política monetária ultra-acomodativa do Federal Reserve, banco central do país, que puxou as taxas hipotecárias para mínimas recordes.

Fonte: Reuters Brasil

Consumidor está mais consciente na hora de escolher modalidades de crédito, avalia BC


Brasília – Os consumidores estão mais conscientes na hora de escolher modalidades de crédito, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

De acordo com os dados do BC, no caso cheque especial, com taxa de juros de 143,4% ao ano, em outubro, a expansão do saldo dessas operações ficou em 16%, em 2011. Já em 12 meses encerrados em outubro, houve queda no saldo dessa modalidade de crédito de 1,6%.

No caso do cartão de crédito, a expansão do saldo no ano passado ficou em 22% e neste ano, em 12 meses encerrados em outubro, em 2,4%. O BC não tem dados da taxa de juros do cartão de crédito. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em outubro, a taxa de juros média do rotativo do cartão de crédito ficou em 192,94%, ao ano.

Já o crédito pessoal, incluídas operações consignadas em folha, apresentou expansão de 19%, em 2011, e de 15,4%, em 12 meses até outubro. De acordo com Maciel, apesar da redução do ritmo de contratação desse tipo de crédito, a redução foi menor que em outras modalidades com taxas de juros mais altas. “Isso evidencia mudança de comportamento clara”, disse.

De acordo com ele, neste ano, o crédito e as taxas de juros foram assuntos bastante debatidos, o que ajudou os consumidores a terem mais acesso a informações ao tomar um empréstimo. “Este ano, ficou em bastante em evidência essa questão do custo do crédito e isso favoreceu a reflexão por parte do público”, enfatizou.

Maciel acrescentou que a troca de empréstimos mais caros por outros com taxas menores contribuiu para a redução dos juros médios. Outro fator que estimulou essa queda foram as reduções da taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para as taxas de crédito.

Em outubro, a taxa de juros cobrada das famílias caiu 0,4 ponto percentual para 35,4% ao ano, de setembro para outubro. É o menor nível registrado pelo BC na série histórica, iniciada em 1994.

Fonte: Agência Brasil

Taxa média de juros do cheque especial cai 4,2 pontos percentuais em outubro


Brasília – A taxa média de juros do cheque especial caiu 4,2 pontos percentuais, de setembro para outubro, de acordo com relatório do Banco Central (BC), divulgado hoje (29). Apesar da queda, a taxa continua alta na comparação com outras modalidades de crédito. A taxa do cheque especial ficou em 143,4% ao ano, em outubro.

A taxa do crédito especial, incluídas operações consignadas em folha de pagamento, caiu 0,6 ponto percentual e chegou a 39,1% ao ano.

No caso dos empréstimos para a compra de carro, a redução na taxa média de juros, de setembro para outubro, foi 0,2 ponto percentual para 20,7% ao ano.

Fonte: Agência Brasil

Madeireiros ilegais desafiam combate ao desmatamento na Amazônia


O desmatamento na Amazônia brasileira chegou a sua menor taxa desde 1988, em parte graças ao melhor monitoramento de atividades irregulares. No entanto, apesar da implementação de medidas mais duras, madeireiros ilegais ainda conseguem extrair madeira da selva e vendê-la como se fosse legal, apontam moradores locais.
O jovem fazendeiro Fábio Lourenço de Souza mora em um assentamento conhecido como PDS Esperança, no vale do Xingu, no Pará. Apesar de viver em uma região rica em madeira tropical, ele, bem como a maioria das 300 famílias do assentamento, tenta manter distância de madeireiros.
"Não faz sentido para nós começar a extrair a madeira de nosso assentamento", diz Fábio, que interrompeu a construção de uma nova casa de madeira para conversar com a BBC. "As empresas madeireiras não nos pagariam o suficiente, e isso destruiria a floresta. E precisamos dela para o futuro de nossas crianças."
Ele prefere dedicar-se ao plantio de cacau.

Subornos e ameaças
Durante anos, os moradores do PDS Esperança levantam preocupações quanto ao roubo de madeira de sua terra. Eles dizem que a prática é rotineira e que os madeireiros falsificam documentos para fazer parecer que a madeira foi extraída legalmente.
Para que a extração seja legal, é preciso que o dono da terra faça um inventário de suas espécies de madeira e peçam autorização do governo para explorá-las, dentro de um limite. A autorização prevê também que, após a retirada da madeira, a área seja reflorestada.
Mas madeireiros ilegais obtêm autorizações por meio de subornos e ameaças a donos de terras. Depois, os madeireiros usam essas autorizações para encobrir a extração ilegal feita em outras áreas.
Procurado pela BBC, o governo brasileiro se recusou a comentar a respeito dessa prática.

Assentamentos vigiados
Anos atrás, preocupados com o extrativismo ilegal, os moradores do PDS Esperança bloquearam a entrada de seu assentamento, para evitar a entrada de madeireiros.
Após sete meses de tensões, conseguiram convencer o Incra, que distribui e organiza os assentamentos, a construir guaritas para que o PDS Esperança pudesse ser vigiado e a pagar por vigias privados.
A guarita ainda está de pé, e ajuda a explicar por que a vida é relativamente tranquila no PDS Esperança, apesar de alguns moradores ainda receberem ameaças de morte de madeireiros.
A tensão é maior em outro assentamento, o PDS Virola-Jatobá, onde a maioria das 180 famílias tenta impedir que extrativistas ilegais continuem a roubar sua madeira.
Eles fazem rodízio durante as 24 horas do dia para guardar a entrada do local.
No final de setembro, uma família descobriu que os madeireiros haviam construído em segredo uma trilha para os fundos de sua terra, para que pudessem escoar a madeira cortada por um afluente do rio Amazonas. No dia seguinte, um pequeno grupo de assentados, acompanhado por funcionários do Incra, acompanharam à distância o som das motosserras até flagrarem a atuação dos madeireiros.
Um dos assentados, que prefere não se identificar, admite ter sentido medo. "Não sabíamos o que esperar. Tínhamos medo de que houvesse guardas armados protegendo (os madeireiros)."
Mas não estavam, e aceitaram interromper a extração de madeira. Os dois lados acabaram jantando juntos.

Ameaças
Ao mesmo tempo, autoridades brasileiras estão capacitando alguns assentados para que eles façam a extração de madeira dentro da lei, mas, por conta disso, passam a sofrer ameaças dos extrativistas ilegais.
Urará, uma cidade de 50 mil habitantes na região da Transamazônica, é uma típica cidade de fronteira, sem água corrente, esgoto ou aeroporto - exceto as pequenas pistas clandestinas, que muitos dizem ser usadas para o tráfico de drogas.
A cidade tem em abundância, porém, empresas madeireiras, principais motores de sua economia.
Quando escurece, caminhões sem placas chegam a áreas repletas de madeira que, segundo os moradores, são extraídas ilegalmente.
Na manhã seguinte, saem emplacados e carregados com madeiras identificadas, conforme a lei. Essa madeira poderá ser vendida no mercado doméstico ou exportada.

Conflitos de terra
Os assentamentos de Esperança e Virola-Jatobá foram criados pela freira americana Dorothy Stang (morta em 2005 por atiradores que agiam em nome de proprietários de terra da região) como uma forma de reagir à ocupação da floresta feita pelos madeireiros.
Os locais têm forte ênfase na conservação da Amazônia - os assentados podem cultivar suas terras, mas não vendê-las.
Tanto o Esperança quanto o Virola-Jatobá se mostraram bem-sucedidos, mas - considerando que eles não foram totalmente endossados pelo governo brasileiro - seu modelo são foi replicado na região, como queria Dorothy Stang.
As disputas de terra que resultaram em sua morte permanecem vivas.
Em 2009, uma placa de homenagem foi pregada a uma árvore próxima de onde a irmã Dorothy foi assassinada. Logo a placa foi cravada com balas de revólver. A mensagem é clara: fazendeiros que resistem à extração ilegal de madeira estão correndo riscos.

Fonte: BBC Brasil