Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Índice de Preços ao Consumidor recua na terceira semana do mês

São Paulo – O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve variação de 0,66%, o equivalente a 0,09 ponto percentual abaixo da última taxa. O levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que seis das oito classes de despesas que compõem o índice tiveram decréscimo em suas taxas de variação.

A maior contribuição partiu do grupo habitação, que passou de 0,66% para 0,54%. Nessa classe de despesa, o destaque foi a tarifa de eletricidade residencial, que passou de 1,72% para 1,01%.

Também registraram decréscimos os grupos alimentação (de 1,02% para 0,90%), educação, leitura e recreação (de 0,98% para 0,64%), comunicação (de 0,48% para 0,09%), despesas diversas (de 0,87% para 0,61%) e vestuário (de 0,71% para 0,64%).

Para cada uma dessas classes de despesa, tiveram variações importantes os laticínios (de -1,75% para -2,09%), a passagem aérea (de 18,92% para 6,99%), tarifa de telefone móvel (de 0,97% para 0,57%), os cigarros (de 1,49% para 0,99%) e a blusa de malha infantil (de 2,49% para 1,14%).

Os grupos que tiveram acréscimo em suas taxas foram os transportes (de 0,67% para 0,82%), com destaque para a gasolina (de 2,17% para 2,58%), e saúde e cuidados pessoais (de 0,46% para 0,50%), com destaque para artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,14% para 0,26%).

Fonte: Agência Brasil

País voltará a crescer 4% ao ano, só se a produtividade do trabalho subir 3%

Desafio. Qualquer avanço no Produto Interno Bruto acima de 1,2% a 1,4% ao ano dependerá dos ganhos de produtividade, afetada pelo baixo nível de investimentos, infraestrutura precária e má qualificação do trabalhador, aponta estudo do Ibre/FGV.

Um cliente atento do restaurante vegetariano Green, no centro do Rio, tem a impressão de haver ali certo desperdício. O atendimento não pode ser considerado bom e, no horário do almoço de um dia chuvoso do fim de novembro, as seis garçonetes a circular pelo salão quase lotado passavam uma imagem de ociosidade. A poucas quadras dali, numa das filiais do McDonald's, não é incomum, também em horário de almoço, o mau atendimento redundar em filas, transformando a experiência de fast-food em lentidão. Os dois casos ilustram o maior desafio da economia brasileira hoje: aumentar a produtividade.
Segundo o economista David Kupfer, do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ, há consenso entre especialistas sobre a necessidade de elevar a produtividade. Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) traduziram esse desafio em números: somente com uma alta média de 3% ao ano na produtividade do trabalho será possível a economia crescer na casa de 4% ao ano, de 2012 a 2022, segundo estudo de Régis Bonelli e Júlia Fontes, que ilustra o livro Ensaios Ibre de Economia Brasileira.

Qualquer avanço no PIB acima de 1,2% a 1,4% ao ano dependerá dos ganhos de produtividade. "O ganho de importância da produtividade é muito claro. E isso é especialmente grave porque o Brasil não está tendo ganhos elevados de produtividade nos últimos tempos", diz Bonelli.

Por trás disso estão o baixo nível de investimentos, a infraestrutura precária e a má qualificação do trabalhador. "Os jovens vêm despreparados e é preciso ensinar, mas há falta de interesse deles", diz Dóris Luduvice, sócia do restaurante Green, lamentando o fato de a maioria dos empregados morar longe e não ter oportunidade de estudar.

De acordo com o estudo do Ibre/FGV, boa parte do baixo crescimento da produtividade está relacionada ao peso dos serviços na economia. De 2000 a 2012, a produtividade nos serviços cresceu apenas 0,3% ao ano, abaixo da média de todos os setores, que é de 0,9%.

Como os serviços empregam muita mão de obra, é mais difícil esse avanço aumentar a produtividade na economia como um todo. Nesses negócios, produtividade depende mais de mão de obra qualificada e de sistemas de gestão do que de investimentos em maquinário.

Gestão. Nos restaurantes, o modelo a quilo representa um ganho, lembra Bonelli. Contudo, depois de dar o salto, somente o aprimoramento da gestão permitirá novos avanços. Isso ocorreu nos cinemas multiplex. Neles, ao contrário dos cinemas de rua, a bilheteria informatizada, que atende a várias salas num só local, e a projeção digital permitem ter menos empregados.

Segundo o presidente da rede Cinemark, Marcelo Bertini, a produtividade está na digitalização dos projetores e na alocação do número de horas de trabalho por empregado em cada atividade. A rigidez das leis trabalhistas é o principal entrave. "Nos EUA, você estabelece uma grade horária para os colaboradores bastante flexível", compara Bertini. "Aqui, uma vez contratado para tais dias e horários, não pode mudar."

Para o economista Naércio Menezes Filho, professor do Insper, a baixa produtividade está relacionada também à precariedade na gestão das empresas em geral e ao baixo investimento em inovação. Um estudo publicado em 2010 na revista da Associação Econômica Americana coloca Brasil, Índia e China no fim de um ranking de 17 países em termos de práticas de gestão.

Na visão de Menezes Filho, má gestão e baixo investimento são fruto do baixo nível de competição no Brasil. "A empresa que não tiver crescimento na produtividade nos Estados Unidos é expulsa do mercado."

Para Kupfer, da UFRJ, não necessariamente a eliminação "darwinista" das firmas ineficientes elevaria a produtividade. Dependendo do caso, como na abertura da economia brasileira nos anos 90, o resultado pode ser o oposto.

Fonte: O Estado de S. Paulo

CÂMBIO-Dólar fecha em queda de 0,11% a R$2,3553, em dia de forte volume

SÃO PAULO, 26 Dez (Reuters) - O dólar fechou em leve queda em relação ao real nesta quinta-feira, diante do forte volume de negociação pela briga no mercado pela formação da Ptax do ano, com os investidores ainda de olho no Banco Central.

A divisa recuou 0,11 por cento, a 2,3553 reais na venda. O volume de negociação ficou em cerca de 2,1 bilhões de dólares, segundo a BM&F, valor bem acima da média diária do mês de 1,390 bilhão de dólares.

Fonte: Reuters Brasil

Ibovespa fecha em leve baixa, pressionado por Petrobras

SÃO PAULO, 26 Dez (Reuters) - O principal índice da Bovespa encerrou o pregão desta quinta-feira em leve baixa, pressionado por Petrobras e Eletropaulo, que anularam a influência positiva de BM&FBovespa e Vale.

O Ibovespa caiu 0,26 por cento, a 51.221 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 3,89 bilhões de reais.

A sessão foi marcada por volatilidade limitada, com o índice gravitando em torno da estabilidade, em meio ao baixo volume financeiro e à fraca agenda macroeconômica após o Natal.

"(A bolsa) está sem tendência, com poucos negócios e liquidez comprometida. Não há tendência definida nem dentro dos setores", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe no banco Mizuho.

Enquanto as ações da Petrobras cederam, as da Vale avançaram, impedindo uma queda mais forte do Ibovespa. No setor financeiro, Itaú Unibanco e BM&FBovespa influenciaram positivamente.

Para Rostagno, o Ibovespa deve continuar sem tendência definida nas próximas sessões, com a liquidez diminuindo ainda mais na sexta-feira com a proximidade do Ano Novo.

Fora do índice, a Óleo e Gás Participações, ex-OGX, e a OSX subiram forte, após anúncio de acordo em que a empresa de construção naval teve reconhecidos valores pleiteados pela rescisão de contratos de afretamento e de operações de unidades flutuantes de produção e armazenamento, e rescisão do arrendamento da plataforma WHP 2, no valor de 1,5 bilhão de dólares.

Externamente, as praças acionárias na Europa seguiram fechadas, enquanto nos EUA, onde a agenda trouxe apenas dados de auxílio-desemprego, os principais índices de ações subiam.

Fonte: Reuters Brasil

Meta de primário em 2014 deve ser inferior a 2% do PIB; no mínimo igual ao resultado de 2013

BRASÍLIA, 26 Dez (Reuters) - Num esforço para melhorar a confiança dos agentes econômicos, o governo brasileiro pretende adotar como piso da meta de superávit primário para 2014 o resultado a ser alcançado neste ano e já reconhece que o objetivo ajustado para o próximo ano está defasado, afirmaram à Reuters fontes próximas ao assunto.

A equipe econômica ainda avalia a meta que de fato assumirá no próximo ano, mas a indicação é que o alvo deve ficar abaixo de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), porém não será pior do que a deste ano. Dentro do Ministério da Fazenda, há projeções de que a economia feita para pagamento de juros do setor público consolidado --governo central (governo federal, Banco Central, Previdência), Estados, municípios e estatais-- ficará em 1,9 por cento do PIB neste ano.

"O ano de 2014 vai ser um ano difícil", comentou uma fonte do Ministério da Fazenda referindo-se à decisão do governo de calcular um novo alvo para a política fiscal.

A meta ajustada de primário para 2014 é de 2,1 por cento do PIB e, nos bastidores, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já reconhece que esse parâmetro está defasado, mas que o objetivo será suficiente para manter a relação dívida líquida/PIB em queda.

Dentro da equipe econômica, há cálculos de que cerca de 1,8 por cento do PIB já garantiria esse movimento e também serviria para assegurar um primário neutro em termos inflacionários, como defende o Banco Central, já que seria igual ao do ano anterior.

Para 2014, a meta cheia de primário é de 167,4 bilhões de reais, ou cerca de 3 por cento do PIB para o setor público consolidado, mas o governo já assumiu que deverá abater 58 bilhões de reais com gastos em investimentos e desonerações, gerando uma meta ajustada de 2,1 por cento do PIB.

Mesmo com esses acertos, o governo não convenceu os agentes econômicos de que a nova meta de 2014 poderá ser atingida e, diante das crescentes críticas sobre gastos públicos e manobras para fechar as contas, prepara-se para adotar um discurso fiscal mais crível.

"O superávit primário de 2013 será referência para 2014. Dificilmente a meta do próximo ano será menor do que a que for feita em 2013", afirmou uma fonte próxima da equipe econômica, sob condição de anonimato.

O baixo crescimento, as incertezas sobre a arrecadação e as limitações de corte de gasto em ano eleitoral levaram o governo a abandonar o alvo ajustado. Nos últimos anos, o governo adotou diversas medidas contábeis para o superávit primário, como usar recursos do Fundo Soberano, gerando desconfianças junto aos mercados e até mesmo das agências de classificação de risco, que podem cortar o rating brasileiro no próximo ano.

No mercado, a avaliação é que o superávit de 2013 ficará abaixo de 2 por cento do PIB. O Bradesco calcula 1,9 por cento do PIB para o resultado total.

META DE 2014

O alvo para 2014 que está sendo calculado pelo Ministério da Fazenda levará em conta a previsão de crescimento do PIB --que será abaixo de 3,8 por cento que consta no Orçamento do próximo ano-- e o efeito do aperto monetário no aumento da despesa com os juros. O objetivo é garantir que a relação dívida/PIB continue recuando, segundo as fontes, levando em consideração essas duas variáveis. Hoje, a dívida está em torno de 35 por cento.

Em abril, o BC deu início a um ciclo de aperto monetário para controle da inflação, tirando os juros básicos da mínima histórica de 7,25 por cento ao ano e levando-os para o atual patamar de 10 por cento. E a autoridade monetária já deu todas as sinalizações que mais altas virão em 2014.

No Palácio do Planalto a indicação é que há no governo um grupo que defende reforço da credibilidade da política fiscal, como forma de melhorar a avaliação da política macroeconômica. Publicamente, a presidente Dilma Rousseff já adiantou que o governo vai anunciar uma nova meta de primário de 2014.

Fonte: Reuters Brasil

Vendas de Natal têm pior desempenho em 11 anos, segundo Serasa

Fraco desempenho do Natal confirma as previsões de economistas de que o comércio deva fechar o ano com o menor crescimento em uma década.

Crédito restrito, confiança em baixa, juros em alta e dólar mais caro levaram os brasileiros a reduzir o ritmo de consumo neste Natal, a principal data do ano para o comércio. Balanços preliminares indicam o pior desempenho em 11 anos.

Os fatores acima, somados ao ainda alto endividamento das famílias, provocaram, em 2013, uma desaceleração do comércio depois do forte ritmo registrado nos últimos anos. Até então, o consumo vinha se mantendo como o principal vetor de crescimento da economia brasileira.
O fraco desempenho do Natal confirma as previsões de economistas de que o comércio deva fechar o ano com o menor crescimento em uma década.

Segundo a Serasa Experian, as vendas do varejo subiram 2,7% no período entre 18 a 24 de dezembro, o menor percentual desde quando o dado começou a ser medido, em 2003. A média anual de crescimento no período foi de 7,55%.

Dados da Boa Vista também indicam perda de ritmo. O crescimento foi de 2,5%, ante os 4,5% registrados em 2012. Não há dados históricos para o indicador.

Os balanços de ambas as empresas são feitos com base nas consultas dos varejistas aos bancos de dados disponíveis sobre os consumidores.

Nos shoppings, as vendas tiveram um incremento de 5%, o menor ritmo dos últimos cinco anos, segundo a Alshop (associação do setor).

Para o presidente da entidade, Luiz Augusto Idelfonso, a desaceleração veio para ficar. "A volúpia de compras acabou. As pessoas ja compraram o que precisavam e agora estão fazendo reposição", diz.

O gasto individual do brasileiro nos shoppings neste Natal caiu 10% com relação ao ano anterior. Nos empreendimentos populares, o ticket médio ficou entre R$ 35 e R$ 55. Já nos de classe média e alta, variou entre R$ 75 e R$ 125.

Fonte: Gazeta do Povo

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Cenário adverso faz setor de vestuário rever planos para 2014

Copa do Mundo e crescimento abaixo das expectativas em 2013 mostram que perspectivas para consumo no próximo ano são pouco favoráveis.

As varejistas de vestuário tiveram um ano de crescimento abaixo das expectativas e ainda esperam dificuldades em 2014. Com perspectivas macroeconômicas ainda pouco favoráveis para o consumo, o desempenho das empresas vai depender mais da boa execução dos planos de expansão de lojas e de coleções sem erros. A Copa do Mundo, segundo executivos, tende a não contribuir para o crescimento das vendas.

A estimativa é que em 2014 a receita do varejo têxtil cresça 8,1% em valores nominais, de acordo com o Iemi - Inteligência de Mercado, instituto que coleta informações sobre o setor. O número é inferior ao esperado para 2013, de 9,6%, e marca uma desaceleração em relação aos níveis de 2010 - época em que o consumo brasileiro se aqueceu e o varejo de vestuário cresceu 15,1%.

As grandes varejistas concordam que o cenário geral não é de grande fôlego. “Acredito que teremos um ambiente parecido ou até pior que o de 2013”, avaliou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cia. Hering, Frederico Oldani. Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex), José Luiz da Cunha, o ambiente econômico em 2014 pode não melhorar significativamente na comparação com o ano anterior. “O cenário de juros e inflação não deve mudar e não vemos mais tanto espaço para acréscimo de renda.”

A Copa do Mundo, na avaliação de Oldani, “só deve atrapalhar”. A possibilidade de fechamento de lojas durante os jogos e de manifestações como as que ocorreram em 2013 com a Copa das Confederações deve ser um problema para as varejistas. O diretor Financeiro da Marisa Lojas, Paulo Borsatto, ressalta ainda que a atenção dos consumidores deverá se voltar para eletrônicos, especialmente aparelhos de TV, o que tende a retirar renda disponível das famílias e forçar uma desaceleração nas compras de bens como vestuário.

A competição de futebol ainda pode se transformar num desafio também para a indústria. Marcelo Prado, diretor do Iemi, destaca que as vendas para o varejo de peças para a coleção de verão, que chega às lojas no segundo semestre, devem ser antecipadas para abril ou maio em vez de julho por causa da Copa. “As varejistas podem ainda não estar com uma posição de caixa boa e podem acabar comprando menos por conta disso”, pondera.

Apesar das razões para pessimismo, executivos acreditam que o crescimento das varejistas estará associado à expansão das redes de lojas e a melhorias internas. Cunha destaca que o lançamento de shopping centers deve continuar em ritmo forte no próximo ano.

A Cia. Hering anunciou que deve abrir 100 novas lojas em 2014. A Renner espera de 25 a 30 lojas apenas na bandeira principal. Na contramão, Marisa Lojas prevê 15 novas lojas e 13 reformas, uma redução na comparação com as 39 inaugurações e 19 reformas de 2013.

As companhias concordam que o foco no ano que chega deve estar na execução. A Marisa implantará em 2014 um novo modelo de abastecimento. Na Renner, o caminho passa pela expansão da rede de moda jovem Youcom, e por melhorias nos sistemas logísticos.

Fonte: Gazeta do Povo

'The Economist' coloca Argentina em lista de países com alto risco social

Unidade de Inteligência Econômica da publicação faz o ranking, que mede a probabilidade de convulsão social em 150 países no mundo em base a fraquezas políticas e institucionais.

A Argentina será um dos países com mais alto risco de instabilidade social do mundo em 2014, segundo um ranking elaborado pela Unidade de Inteligência Econômica da revista britânica The Economist.

O ranking, que mede a probabilidade de convulsão social em 150 países no mundo em base a fraquezas políticas e institucionais, colocou a Argentina na mesma categoria da Bolívia, Venezuela, Egito, Grécia e Iraque, denominada de "muito alto risco".

Segundo Lazla Kekic, da Unidade de Inteligência, "somente quando os problemas econômicos são acompanhados por outros elementos de vulnerabilidade é quando existe risco de instabilidade. Das convulsões sociais recentes as erosões dos governos e das instituições aparecem como um elemento desencadeante de grande importância: uma crise na democracia".

Ao longo deste ano, além dos protestos sociais ocorridos o país teve diversos problemas institucionais, entre eles, tentativas do Poder Executivo em limitar a ação do Poder Judiciário. Além disso, no início de dezembro a Argentina foi o cenário de saques a estabelecimentos comerciais e residências em dezesseis das vinte e quatro províncias do país.

Fonte: Gazeta do Povo

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Entre a ortodoxia e a mudança do modelo econômico

Insatisfação com o desempenho econômico é o ponto de contato na série de artigos escritos para o 'Estado'.

O ano de 2013 termina com uma situação global um pouco menos desconfortável para o Brasil, comparada à turbulência de junho a agosto, mas há um nítido sentimento de insatisfação, à esquerda e à direita, com o desempenho econômico do País.
Na seleção de artigos publicados neste caderno, escritos especialmente para o Estado, é reconfortante verificar que Barry Eichengreen, um dos mais respeitados especialistas em economia internacional do planeta, considera que o início do "tapering", a redução gradual da política expansionista de compra de títulos pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano), não deve trazer um novo surto de instabilidade para as economias emergentes, como o Brasil.

Por outro lado, as críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff vêm de pontos de vista tão distintos quanto os de Amir Khair, ex-secretário de Finanças de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo, e André Lara Resende e Gustavo Franco, ligados ao Plano Real.

Para Khair, o "fracasso da política econômica", com o crescimento médio no triênio 2011/2013 de apenas 2%, a alta da inflação e o aumento dos déficits nominal e em conta corrente, só pode ser superado com novas rodadas de redução dos juros e de desvalorização do câmbio. Essa visão choca-se de frente com a crítica ortodoxa ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua equipe, segundo a qual a tentativa de forçar a queda dos juros e a alta do dólar foi um dos elementos da "nova matriz econômica" que torpedeou o crescimento do PIB.

Segundo Franco, o Brasil foi bafejado pelos ventos favoráveis da internacionalização da economia, do crescimento chinês, do bônus demográfico (força de trabalho crescendo mais que a população) e saneamento do sistema bancário. Diante de tantos trunfos, o governo optou por não cuidar do ambiente de negócios, degradar a política fiscal e fechar a economia.

Já Lara Resende desenvolve em seu artigo um diagnóstico amplo sobre o "capitalismo de Estado patrimonialista", no qual afirma que "o Estado brasileiro não está à altura do estágio de desenvolvimento do País". Assim, para além dos problemas conjunturais causados pela piora do desempenho fiscal, existe a questão de que o setor público no Brasil "atua contra a sociedade, e a favor de seus próprios interesses".

Lara Resende considera que a primeira tarefa do próximo governo deveria ser a de "reconstruir o Estado", que é "caro e incompetente". Ele faz a comparação com o Estado chinês, que "é competente, custa pouco e investe muito", mas ressalva que o Brasil não tem como adotar o "autoritarismo burocrático competente da China". Assim, a solução sugerida é a descentralização, com "autonomia aos Estados e aos municípios em todas as suas esferas, desde a fiscal, até a segurança, a saúde e a educação".

O economista José Roberto Mendonça de Barros, por sua vez, reflete sobre os prolongados problemas da indústria brasileira, que nem a desvalorização de aproximadamente 15% do real conseguiu resolver. Criticando a falta de integração industrial do Mercosul e o alheamento do Brasil das cadeias internacionais de produção, Mendonça de Barros elogia, por outro lado, os programas de estímulo à inovação.

Para o economista, os grandes testes da atual política industrial serão os setores petrolífero e automotivo. No primeiro, é preciso compatibilizar a saúde financeira da Petrobrás com seu pesado programa de investimentos, e relançar a petroquímica e o etanol. No setor automotivo, o economista dá como certa uma "crise de superprodução".

Centralização. Luiz Gonzaga Belluzzo, interlocutor da presidente Dilma Rousseff, ao contrário de Mendonça de Barros, vê um papel crucial do real valorizado nas agruras da indústria. Ele enxerga um "risco de regressão da estrutura industrial, a despeito da modernização defensiva dos setores que ainda sobrevivem à ofensiva dos manufaturados chineses". Segundo Belluzzo, a "dilaceração das cadeias produtivas" só será reparada com "a centralização do capital, agora disperso em empresas sem a escala requerida para participar do atual estágio da concorrência global".

Fica claro, portanto, que os problemas que a economia brasileira enfrenta, com o mercado de trabalho aquecido como único ponto positivo remanescente, não estão levando a um diagnóstico consensual. Ao contrário, o que este caderno de artigos deixa evidente é a divisão cada vez mais acirrada entre a corrente que prega a volta à ortodoxia e aqueles que gostariam de redobrar a aposta nas mudanças do modelo econômico. Num ano eleitoral, essa disputa promete debates acalorados. Se, porém, o cenário internacional piorar muito para o Brasil, o que não é a aposta principal neste momento, o País pode ser forçado a um ajuste doloroso que independe das escolhas de política econômica.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Brasil só perde para Gâmbia entre países que mais subiram juros em 2013

Pequeno país da África lidera lista de 90 países com maior elevação dos juros no ano, com alta de 6 pontos porcentuais; Brasil ficou em segundo com 2,75 pontos.

SÃO PAULO - O Brasil ficou em segundo lugar em 2013 entre os países que mais elevaram os juros. Entre 90 países, o Banco Central brasileiro só perdeu para o da República de Gâmbia, um dos menores países da África, com 1,6 milhão de habitantes na fronteira com o Senegal.

A alta da taxa básica de juros no Brasil (taxa Selic) foi de 2,75 pontos porcentuais, fechando o ano em 10% ao ano. Gâmbia, o primeiro lugar do ranking, elevou seus juros em 6 pontos porcentuais, encerrando 2013 com 18% ao ano.

A Indonésia, que também enfrenta inflação alta, terminou 2013 em terceiro lugar no ranking: o país elevou os juros em 1,75 ponto porcentual, para 7,5%. 

No fechamento das reuniões de política monetária em 2013 ao redor do mundo, na semana passada, quatro bancos centrais reduziram suas taxas básicas de juros: Suécia, Sérvia, Hungria e Albânia. Motivo: inflação cada vez mais baixa.

No balanço do ano das ações de política monetária de 90 bancos centrais acompanhados pelo site especializado Central Bank News, das 499 decisões de política monetária em 51 semanas do ano, houve corte de juros em 23,2% delas. A elevação de juros representou apenas 5,2% do total de ações de política monetária.

Ano Novo
Para 2014, o mundo estará dividido em duas esferas opostas: os países com inflação muito baixa e os com problemas inflacionários. 

O risco de deflação, ou um temor mesmo que injustificado, desempenhará um papel importante nas decisões de autoridades monetárias de países desenvolvidos, em particular dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. 

A contínua desaceleração da inflação em boa parte do mundo desenvolvido poderá adiar o processo de normalização das condições monetárias, ou seja, elevação, de fato, da taxa básica de juros.

O Federal Reserve (Fed), o BC americano, já começou a retirar os estímulos monetários, reduzindo em US$ 10 bilhões o seu programa de compras de ativos, processo chamado de 'tapering' no jargão do mercado financeiro. 

Os indicadores de atividade, em especial a criação de vagas de trabalho, já vinham endossando uma recuperação mais sólida da economia americana e, portanto, a retirada dos estímulos.

Mas a desaceleração da inflação pode ser um obstáculo ao ritmo do 'tapering' e até mesmo à primeira elevação da taxa básica de juros. 

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável em novembro ante outubro. Na comparação anual, o CPI avançou 1,2% em novembro, permanecendo bem abaixo da meta oficial de 2% do Fed.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) enfrenta um dilema parecido: enquanto a economia da zona do euro se recupera e vai deixando para trás o pior da recessão que atingiu a região nos últimos anos, a inflação permanece perigosamente baixa. 

O CPI da zona do euro subiu 0,9% em novembro, ante o mesmo mês do ano passado, ficando ainda bem abaixo da meta do BCE, de 2%.

Os economistas do banco HSBC, em relatório enviado a clientes, estimam para 2014 uma inflação média de 1,6% nos países desenvolvidos. 

Para 2015, a projeção é de uma inflação de 1,7% para as nações mais ricas. Já para os emergentes o HSBC estima uma inflação média de 5,7% em 2014 e de 6,1% em 2015. Para o Brasil, por exemplo, o HSBC prevê que o IPCA feche em 6% em 2014 e 6,2% em 2015.

Assim, 2014 e 2015 provavelmente serão anos em que o mundo estará polarizado em termos de política monetária. E o Brasil estará do lado onde o BC lutará contra não só a inflação, mas também contra as expectativas inflacionárias, decorrentes, em parte, das dificuldades de se controlar tais problemas em ano eleitoral. 

Em tempo: a pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, aponta uma projeção para o IPCA em 2014 de 5,97%. Já para os juros, a projeção é de 10,50% ao ano no final de 2014.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Balança comercial brasileira tem superávit de US$1,008 bi na 3ª semana de dezembro

SÃO PAULO, 23 Dez (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,008 bilhão de dólares na terceira semana de dezembro, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Entre os dias 16 e 22 deste mês, as exportações somaram 6,518 bilhões de dólares e as importações, 5,510 bilhões de dólares.

Na semana anterior, a balança havia registrado superávit de 383 milhões de dólares.

Com esses resultados, o saldo da balança comercial em dezembro está positivo em 1,116 bilhão de dólares, com exportações somando 15,602 bilhões de dólares e as importações, 14,486 bilhões de dólares.

No acumulado do ano, o saldo comercial está positivo em 1,023 bilhões de dólares no ano.

Com esse desempenho, a balança comercial vai encerrando um ano marcado por fraco desempenho das exportações e elevado déficit na conta petróleo.

A ausência de um superávit robusto na balança comercial é um dos fatores do elevado déficit na conta transações correntes, que, em novembro, ficou em 5,145 bilhões de dólares, elevando para 72,7 bilhões de dólares o rombo no ano.

Para 2014, o BC prevê um ano melhor para o comércio, projetando superávit comercial de 10 bilhões de dólares em função de melhor expectativa para as exportações.


Fonte: Reuters Brasil

Dívida mobiliária brasileira interna sobe 1,99% em novembro

BRASÍLIA, 23 Dez (Reuters) - A dívida pública mobiliária federal interna subiu 1,99 por cento em novembro frente a outubro, atingindo 1,972 trilhão de reais, devido a emissão líquida de títulos e a apropriação de juros.

De acordo com informações apresentadas pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira, novembro registrou emissão líquida de 20,7 bilhões de reais, enquanto os juros apropriados representaram 17,90 bilhões de reais.

O Tesouro anunciou ainda que o estoque da dívida pública federal, incluindo também a dívida externa, subiu 2,32 por cento em novembro, para 2,069 trilhões de reais.

No mês passado, o total da dívida correspondente a títulos prefixados ficou em 41,32 por cento, maior que os 40,74 por cento em outubro.

A parcela correspondente aos papéis indexados à inflação representou 34,43 por cento, inferior aos 35,04 por cento verificado no mês anterior. Já os papéis corrigidos pela taxa Selic corresponderam a 19,66 por cento da dívida total em novembro, ante 19,95 por cento verificado no mês anterior.

A parcela dos títulos da dívida brasileira em poder de investidores estrangeiros ficou em novembro em 16,53 por cento, menor que o percentual de 16,91 por cento apurado no mês anterior.

Os dados apresentados mostraram ainda que a dívida de curto prazo em títulos federais a vencer em 12 meses ficou em 510,94 bilhões de reais em novembro, equivalente a 24,69 por cento, ligeiramente acima 24,64 por cento em outubro.

Os dados da dívida de novembro não contabilizaram o aporte de 24 bilhões de reais do Tesouro ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Apesar de a medida provisória com a autorização do crédito ter sido publicada no fim de novembro, a emissão dos títulos públicos ocorreu apenas no dia 6 de dezembro.

Fonte: Reuters Brasil

Dólar fecha em queda superior a 1% ante real, em dia de ajuste

SÃO PAULO, 23 Dez (Reuters) - O dólar fechou em queda superior a 1 por cento em relação ao real nesta segunda-feira e se aproximou do patamar de 2,35 reais, diante de um movimento de correção após acumular alta de quase 3 por cento nas últimas três sessões.

A moeda norte-americana caiu 1,15 por cento, para 2,3601 reais na venda, próximo da mínima da sessão de 2,3594 reais; o volume ficou em cerca de 1,4 bilhão de dólares.

Somente na sexta-feira, a divisa saltou 1,6 por cento, flertando com o patamar de 2,40 reais.

O mercado de câmbio fechará mais cedo na terça-feira e só voltará a abrir na quinta-feira.

"É absolutamente natural a correção de hoje, mas o dólar segue com viés comprador no longo prazo", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki, acrescentando haver espaço para a moeda fechar o ano no patamar de 2,40.

Segundo ele, o viés de alta deve-se ao cenário de redução gradual no programa de estímulo do Federal Reserve, à perspectiva de menor intervenção no mercado cambial pelo Banco Central no ano que vem e pelo pessimismo de investidores com a política fiscal brasileira.

O BC anunciou que diminuirá o montante de swaps cambiais a serem ofertados no ano que vem e realizará apenas eventualmente leilões de linha. Nesta sessão, ele deu continuidade à ração diária e vendeu os 10 mil contratos de swap com vencimentos em 1º de julho e 5 de março, numa operação de 496,1 milhões de dólares.

O dólar registrou queda mais expressiva no Brasil do que em outras praças latino-americanas. Em relação ao peso mexicano, por exemplo, a divisa dos EUA tinha variação negativa de 0,01 por cento.

Fonte: Reuters Brasil

Aumento dos custos leva indústrias têxteis da Ásia a migrar para os EUA

Zhu Shanqing, dono de uma fábrica de fiação em Hangzhou, na província chinesa de Zhejiang, enfrenta dificuldades com o aumento dos custos de mão de obra, eletricidade e terrenos industriais. Então, ele embalou algumas de suas máquinas e decidiu se mudar. Para a Carolina do Sul.

Zhu é só um exemplo do crescente número de fabricantes têxteis asiáticos que estão montando fábricas no sudeste dos Estados Unidos para economizar dinheiro à medida que salários, eletricidade e outros custos aumentam nos seus países. Sua empresa, a Keer Group Co., comprometeu-se a investir US$ 218 milhões na construção de uma fábrica em no condado de Lancaster, perto de Charlotte, capital do Estado vizinho da Carolina do Norte. A nova fábrica vai gastar metade do que Zhu paga por eletricidade na China e contará com apoio do governo local, diz ele. A Keer deve criar pelo menos 500 empregos.

Há ainda outra vantagem. Como os custos continuam subindo na China, a Keer pode enviar fios para fabricantes na América Central que, por sua vez, ao contrário de empresas na China, podem mandar roupas livres de impostos para os EUA.

A mudança de Zhu e de outros fabricantes asiáticos provavelmente não será suficiente para revigorar a indústria têxtil do Sul dos EUA, que já foi uma referência nacional. Mas ilustra como as mudanças no comércio mundial estão criando vantagens para o setor manufatureiro americano.
"Estamos na vanguarda de um ciclo maduro", com o aumento dos custos incentivando empresas asiáticas a considerar uma mudança para os EUA, diz Robert Hitt III, secretário de Comércio da Carolina do Sul.

Em outubro, o ShriVallabh Pittie Group, empresa com sede em Mumbai, anunciou que ia construir uma fábrica de fiação de US$ 70 milhões em Sylvania, comunidade rural da Geórgia, e criar 250 empregos. A empresa quer evitar impostos de exportação para os EUA e garantir energia "barata, abundante e confiável" para sua fiação, diante da instabilidade de fornecimento de energia na Índia, diz Zulfiqar Ramzan, diretor de desenvolvimento internacional. As máquinas de fiação funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, durante a maior parte do ano, e quaisquer interrupções no abastecimento de eletricidade causam atrasos e enormes desperdícios, diz ele.

Em abril, a Alok Industries, outra produtora têxtil com sede em Mumbai, anunciou planos para construir uma fábrica de fiação no Sul dos EUA, embora não tenha revelado onde. A empresa espera economizar em impostos ao fabricar fios nos EUA e pagar menos que 10% do que paga em energia na Índia, diz o diretor-presidente, Arun Agarwal.

Em setembro, a chinesa JN Fibers Inc. fechou um acordo para construir uma fábrica de US$ 45 milhões na Carolina do Sul. A empresa transforma garrafas de plástico em fibras de poliéster usadas para estofar travesseiros e móveis. Esse investimento deverá criar 318 empregos. Autoridades ligadas ao desenvolvimento da Carolina do Sul e da Geórgia dizem que outros fabricantes têxteis entraram em contato com eles este ano.

O aumento dos custos tornou a atividade de fiação na China mais cara que nos EUA, diz Brian Hamilton, que fez doutorado na Faculdade de Têxteis da Universidade do Estado da Carolina do Norte e escreveu uma dissertação sobre a indústria têxtil mundial.

Ele diz que, em 2003, produzir um quilo de fios têxteis nos EUA custava US$ 2,86, comparado com US$ 2,76 na China. Em 2010, no entanto, produzir um quilo de fios têxteis nos EUA custava US$ 3,45, comparado com um salto para US$ 4,13 na China. Os custos de produção dos EUA eram menores que os da Turquia, Coreia do Sul e Brasil.

Impostos americanos sobre fios e roupas importadas existem há décadas. Mas acordos comerciais, como o Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte), criaram zonas francas entre os EUA e vários parceiros comerciais.

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Nesses acordos, os EUA impuseram a condição de que os têxteis importados de países parceiros devem ser feitos de materiais produzido completamente nesses países ou nos EUA. Caso não sejam, eles pagam impostos que geralmente variam de 5% a 6% para fios, 10% a 12% para tecidos e 15% a 20% para roupas, de acordo com o Conselho Nacional de Organizações Têxteis, um grupo da indústria têxtil americana.

Durante anos, produtores asiáticos de roupas acabavam pagando os impostos, porque os custos de produção e de transporte eram baixos. Agora eles estão reavaliando essa prática.

Zhu, da Keer, diz que os impostos americanos pesaram na decisão de abrir uma fábrica nos EUA, já que poderá aproveitar as tecelagens da América Central e deixar de depender da China, que está cada vez mais cara.

Zhu diz que, em Hangzhou — uma das cidades mais ricas da China — os preços de terrenos industriais dispararam, dificultando a expansão. A indústria têxtil chinesa enfrenta um excesso de capacidade, o que comprime as margens, e os governos locais relutam em vender terras a produtores.

Os custos trabalhistas nos EUA ainda superam aqueles pagos pela Keer na China, mas essa diferença deve diminuir conforme os salários chineses continuem subindo, diz Zhu, acrescentando que espera que a diferença seja mais que compensada por outras economias. A empresa se estabeleceu na Carolina do Sul, em parte, por causa da proximidade com os bancos de Charlotte e o porto de Charleston, diz ele.

Fonte: The Wall Street Journal

Recuperação econômica ganha força nos EUA

A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em dois anos, num sinal de que a recuperação, que vinha em marcha lenta, está ganhando tração rumo ao novo ano.

O principal indicador de crescimento usado pelo governo — o produto interno bruto — subiu a uma taxa anualizada de 4,1% no terceiro trimestre, na segunda vez desde o fim da recessão, em 2009, que a produção de bens e serviços se expandiu acima de 4%. O relatório de sexta-feira mostrou que o consumo, um motor essencial da economia, cresceu a uma taxa anualizada de 2% no terceiro trimestre, acima do 1,4% previsto.

Outros dados recentes sugerem que os americanos continuaram comprando mesmo em meio à guerra sobre o orçamento federal em Washington, que por um tempo chegou a afetar a disposição deles para gastar. Paralelamente, a construção de imóveis residenciais se intensificou, os fabricantes aumentaram a produção e as empresas continuaram contratando a um ritmo estável. Como resultado, muitos economistas agora esperam que o país registre um crescimento anualizado de cerca de 3% neste segundo semestre, depois de ter fechado o primeiro semestre com uma pequena expansão de 1,8%.
Embora ainda haja razões para cautela, já que uma grande parte do crescimento do PIB foi resultado de empresas comprando bens para reabastecer estoques, o panorama mais amplo é de uma economia que, finalmente, está pisando no acelerador.

A economia americana parece estar "um pouco melhor", disse o presidente da General Electric Co., GE -0.02% Jeff Immelt, depois de uma reunião com investidores na semana passada. "Estamos vendo um aumento na demanda de empresas por crédito", disse, um sinal positivo de que elas estão investindo. O relatório do PIB de sexta-feira mostrou que o indicador mais amplo de gastos das empresas subiu 4,8%, um ligeiro aumento em relação ao trimestre anterior.

Os dados positivos de sexta-feira levaram as bolsas para novos recordes. A Média Industrial Dow Jones Industrial ganhou 42,06 pontos, ou 0,3%, fechando o dia em 16.221,14 pontos. É a primeira vez que o índice supera o pico de 16.186,39 pontos, registrado em janeiro de 2000, depois de ser ajustado pela inflação, de acordo com cálculos do historiador econômico William Hausman, da Faculdade de William & Mary, no Estado de Virgínia.

O preço das notas de dez anos do Tesouro dos EUA subiu, derrubando o rendimento do papel para 2,89% ao ano. Na semana passada, o rendimento chegou perto de 3%. Os investidores monitoram os juros das notas do Tesouro de dez anos por considerá-lo um indicador da saúde da economia dos EUA. (Quando a procura pelo ativo aumenta, o preço sobe e o rendimento cai.)

A questão que paira no ar agora é se economia americana está genuinamente decolando. Será que o recente impulso do mercado de trabalho está alimentando um ciclo mais robusto de consumo e gastos de empresas que, por sua vez, geraria mais emprego? Ou será que a expansão recente perderá força, como ocorreu repetidamente ao longo da atual recuperação?

"Cada vez que pensamos que estávamos finalmente começando a decolar, fomos arrastados de volta para baixo", diz Richard Moody, economista-chefe do banco Regions Financial Corp. RF +2.08% Mas dessa vez é diferente, acrescenta, citando os efeitos menores dos cortes no orçamento do governo, que vinham pesando sobre o crescimento.

Mesmo com cautela, o Federal Reserve concorda com a noção de uma trajetória de crescimento sustentável. O relatório do PIB veio dois dias depois de o Fed, o banco central dos EUA, ter anunciado que a economia estava forte o suficiente para que pudesse começar a reduzir gradualmente seu programa de estímulo econômico, que inclui a compra de US$ 85 bilhões em títulos de dívida por mês. O Fed tinha evitado tomar esta medida em reuniões de política monetária anteriores devido a receios sobre o crescimento.

O impulso mais recente veio em grande parte dos consumidores, cujos gastos representam mais de dois terços da demanda na economia dos EUA. O relatório do PIB mostra que, no terceiro trimestre, as famílias gastaram mais em todas as áreas de consumo, inclusive a de bens duráveis, como geladeiras, itens do dia a dia, como alimentos, e serviços, como os de saúde.

Os ganhos, embora modestos, refletem uma melhora do mercado de trabalho, que colocou dinheiro no bolso de trabalhadores que antes estavam desempregados. Os ganhos também poderiam ser um sinal de que as famílias já se ajustaram ao aumento de impostos sobre a folha de pagamento feito no início do ano e estão se beneficiando do salto no mercado de ações e de um aumento no valor dos imóveis.

Susan Gilpin é uma delas. Sua casa em Durham, na Carolina do Norte, tinha perdido US$ 60.000 do valor de mercado durante a crise imobiliária, mas recuperou quase a metade disso nos últimos 18 meses.

Gilpin, de 56 anos, disse que a recuperação dos preços dos imóveis e da economia em geral deu a ela a confiança necessária para montar um negócio. Ela está se preparando para abrir um consultório de terapia para crianças com problemas de saúde mental. "Estou esperançosa. Sinto que tenho o apoio que preciso", diz ela.

Alguns economistas dizem que ganhos futuros no consumo dependerão de a renda dos americanos continuar subindo. A renda das famílias ficou estagnada ao longo da recuperação, em grande parte devido à elevada taxa de desemprego, hoje em 7%, com 10,9 milhões de pessoas ainda procurando trabalho.

Um aumento da demanda em toda a economia poderia ser um catalisador para salários mais altos. Muitas empresas estão contando com um crescimento mais forte, apontando para uma demanda maior que impulsionaram as vendas de imóveis e automóveis no ano passado.

A gigante ferroviária Union Pacific Corp., UNP +0.81% por exemplo, está gastando US$ 3,6 bilhões, ou 16 % de sua receita, em melhorias de capital este ano, diz Rob Knight, diretor financeiro da empresa. Os negócios da companhia melhoraram em parte por causa do fortalecimento da indústria automobilística.

A empresa está concluindo a construção de uma unidade de 890 hectares no Novo México, um projeto que deve custar cerca de US$ 400 milhões. Knight prevê que um montante parecido de receita da empresa seja investido nos próximos anos. "Outras pessoas estão fazendo o mesmo" quando os retornos existem, diz Knight.

Fonte: The Wall Street Journal

sábado, 21 de dezembro de 2013

Dólar fecha em forte alta e se aproxima de R$2,40

SÃO PAULO, 20 Dez (Reuters) - O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira puxado pela maior demanda no fim do ano diante da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos e da extensão do programa de atuações cambiais menos intenso do Banco Central brasileiro.

A moeda norte-americana BRBY avançou 1,58 por cento, a 2,3875 reais na venda, chegando a 2,3902 na máxima da sessão. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos fechou em alta de 0,33 por cento, a 2,3503 reais.

"Os números da economia dos EUA vão balizar o mercado, após a diminuição do aporte do Fed", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira. "A avaliação do mercado é que, dependendo da evolução mais forte da economia, o Fed poderá acelerar a retirada dos estímulos", emendou.

A economia dos EUA cresceu no ritmo mais rápido em quase dois anos no terceiro trimestre, a uma taxa anual de 4,1 por cento, em vez do ritmo de 3,6 por cento divulgado anteriormente neste mês.

Na quarta-feira, o Federal Reserve, banco central norte-americano, anunciou que começará a reduzir seu programa mensal de estímulos em 10 bilhões de dólares, a 75 bilhões de dólares, o que vai limitar um pouco a liquidez mundial.

Poucas horas depois, veio o BC brasileiro divulgando que vai estender seu programa de intervenções cambiais até meados de junho, mas com a metade do que é ofertado hoje em leilões de swap cambial tradicional --equivalente à venda de dólares no futuro.

"Nesse fim de ano, o fluxo tende a ser de saída de dólares mesmo. Não precisa de grandes notícias para que o dólar suba", afirmou o operador de câmbio da Renascença, José Carlos Amado.

Mas, por enquanto, o BC mantém suas rações diárias intactas. Nesta sexta-feira, ofertou até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 5 de maio de 2014, com taxa de 2,451143 reais.

À tarde, a autoridade monetária concluiu a rolagem integral dos swaps tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- que vencem em janeiro, equivalentes a 9,93 bilhões de dólares. O próximo lote de swaps vence em 3 de fevereiro e equivale a 11,028 bilhões de dólares.

Para Ferreira, da Intercam, com o dólar chegando a 2,40 reais, o mercado ficará atendo à possibilidade de o BC realizar alguma intervenção extra com o intuito de se defender essa marca. "Se bater 2,40 reais, vamos ver como será a reação do BC", afirmou Ferreira, da Intercam.

Fonte: Reuters Brasil

Japão prevê alta do PIB de 1,4 por cento para o ano fiscal de 2014

TÓQUIO, 21 Dez (Reuters) - O governo do Japão previu neste sábado que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 1,4 por cento para o ano fiscal a partir de março de 2014, uma redução do crescimento esperado para este ano de 2,6 por cento.

A desaceleração do PIB japonês é explicada pela prevista elevação do imposto sobre as vendas, que afetariam o consumo.

A projeção faz parte da revisão anual do orçamento. O governo japonês planeja receitas fiscais de aproximadamente 50 bilhões de ienes (480.330 milhões de dólares) para o próximo ano fiscal com base no crescimento estimado.

Embora se espere que o imposto maior sobre vendas vá reduzir o consumo, o governo espera que o crescimento econômico positivo graças aos efeitos de estímulos fiscais e monetários.

O imposto sobre vendas deve ir para 8 por cento em abril, e pode subir para 10 por cento se o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe continuar com seu plano de consolidação fiscal.

O governo também prevê que os preços ao consumidor aumentarão 1,2 por cento no ano fiscal de 2014, excluindo o impacto do aumento de imposto sobre vendas.

Estima-se que os preços ao consumidor mostrem um aumento de 0,7 por cento no atual ano fiscal.

O Banco do Japão lançou um programa de estímulo maciço que visa aumentar a taxa de inflação para até 2 por cento em dois anos, em uma tentativa de tirar o país de um longo período de deflação.

Fonte: Reuters Brasil

Produtores de laranja 'perdem' R$ 200 mi com erro da Conab

Os produtores de laranja deixarão de ganhar cerca de R$ 200 milhões neste ano por causa de um erro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) na sua estimativa de safra.

O órgão, que faz o levantamento em parceria com o Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA), superestimou a produção de laranja no Brasil, país responsável por 80% do comércio global de suco de laranja.

Enquanto a indústria, em maio deste ano, estimava 268 milhões de caixas no cinturão produtor (São Paulo e Triângulo Mineiro), o governo previa 340 milhões de caixas-72 milhões a mais.

Pela relevância do país no mercado global, a estimativa oficial de uma grande safra derrubou o preço da commodity. Entre maio e novembro, o preço do suco na Bolsa de Nova York perdeu cerca de 30% do valor, o equivalente a US$ 400 por tonelada.

Esse comportamento influenciou a negociação dos contratos de exportação. Segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), os preços caíram de US$ 2.500 por tonelada para US$ 2.100 por tonelada nas vendas à União Europeia, que compra 70% do suco exportado pelo país.

Significa uma queda de cerca de US$ 300 milhões no faturamento para a indústria, diz Ibiapaba Netto, presidente da CitrusBR.

Essa perda foi repassada ao produtor, que deixou de receber pelo menos R$ 2 por caixa de laranja vendida à indústria, segundo Marco Antonio dos Santos, presidente da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura. O preço mínimo pago pelo governo na safra 2013/14 é de R$ 10 por caixa.

"Os produtores deixaram de receber pelo menos R$ 200 milhões", diz Santos. Ele considera, no cálculo, que aproximadamente metade da laranja processada nesta safra -cerca de 215 milhões de caixas- foi negociada entre agricultores e indústrias por meio de contratos.

Esses contratos são fechados por um preço mínimo, acordado entre vendedores e compradores, mais um valor complementar que varia de acordo com as cotações em Nova York. Como os preços caíram, os produtores não receberão esse complemento.

Ao contrário de outras culturas, como a soja, a produção de laranja não é negociada antecipadamente. Os contratos são feitos ao longo da safra, segundo Ibiapaba. Por isso, todos sentirão os efeitos da queda de preço na renda.
crise

Depois da divulgação da primeira estimativa de safra, a Conab revisou o número duas vezes. Neste mês, reduziu a projeção para 278 milhões de caixas, bem perto da estimativa da indústria.

A diferença entre a projeção da Conab e a realidade preocupa o setor. "O levantamento de safra é crucial para o produtor na negociação com a indústria", diz Santos.

Esses desencontros ocorrem em um momento ruim para o setor. Muitos produtores saíram da atividade devido à perda de rentabilidade e à alta de custos -provocados, inclusive, pelo aumento de doenças nos pomares.

Além disso, o consumo de suco de laranja perde espaço para outras bebidas.

OUTRO LADO

O levantamento de safra da Conab não pode ser apontado como único responsável pela queda no preço do suco de laranja, segundo Gustavo Firmo, chefe da divisão de culturas permanentes do Ministério da Agricultura.

"Do jeito que a indústria e os produtores colocam, fica parecendo que só o levantamento da Conab determina o preço da laranja", disse, lembrando outros fatores que também influenciam as cotações, como o nível dos estoques e a queda na demanda.

Firmo admite, porém, que os recursos são escassos para o levantamento e que o governo discute com a indústria caminhos para melhorá-lo.

Já o IEA disse que estava impossibilitado de comentar o caso devido a uma mudança de endereço e que vai se manifestar depois. A Conab preferiu não se pronunciar.

Fonte: Folha de S. Paulo

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Em crise, governo deixa pagamentos para 2014

Em decreto publicado esta semana, governo do Paraná cancelou empenhos em fase inicial e final. Empresas que já tiverem prestado serviço terão que reclamar o pagamento até 31 de janeiro, senão dívida será cancelada.

No aperto de cinto para conter gastos e equilibrar a crise financeira, o governo do Paraná publicou um decreto, esta semana, que cancela empenhos processados ou não processados. Na prática, significa dizer foram riscadas das contas deste ano alguns dos gastos com os quais o governo havia se comprometido. Alguns, em fase inicial, foram totalmente suspensos. Outros passam para o ano que vem, mas terão pagamento dificultado. As áreas que serão impactadas pela medida e o montante de pagamentos transferidos para o ano que vem não foram divulgados, apesar da reportagem ter solicitado os dados ao Executivo.

O problema, segundo o advogado e professor de Direito Administrativo Rodrigo Pironti, é que algumas empresas que receberam a nota de empenho do governo (um tipo de garantia de que serão pagas) já podem ter prestado o serviço. Elas não serão pagas este ano e o risco de o estado descumprir suas obrigações e não pagá-las no ano que vem é grande.

Isso porque o mesmo decreto diz que as empresas que já prestaram o serviço têm que reclamar o pagamento até 31 de janeiro, senão a dívida será automaticamente cancelada. Nesse mesmo prazo, o governo também precisa reconhecer a dívida e a prestação do serviço, o que pode dar margem a interpretações subjetivas que podem levar ao não pagamento, segundo o advogado.

A secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira, diz que se trata de uma medida de contabilidade comum. Mas admite que é uma tática para o governo se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Caso a lei não seja cumprida, o Paraná fica deixa de receber transferências da União e de contratar empréstimos, entre outras penalidades.

Segundo Pironti, a prática pode afetar “gravemente” a execução de contratos e serviços do estado. “Tais atos, muito embora normalmente sejam justificados pelo atendimento do interesse público, em realidade são ilegais, pois prejudicam interesses daqueles que esperam da Administração o cumprimento de seus ajustes e contratos”, afirma o advogado.

Ele diz ainda que essa prática gera instabilidade entre o estado e o setor privado. E prejudica a confiança da iniciativa privada, contribuindo para aumentar o custo Brasil (conjunto de fatores que dificulta e encarece o investimento no país).

Fonte: Gazeta do Povo

Economia terá menor crescimento em ano eleitoral desde 2002, prevê BC

Na disputa por um segundo mandato, a economista Dilma Rousseff enfrentará a pior taxa de crescimento econômico em ano de eleições presidenciais desde 2002, segundo as previsões apresentadas hoje pelo Banco Central.

Pelas contas do BC, a produção e a renda do país -o Produto Interno Bruto- terão expansão de 2,3% no período de 12 meses até setembro de 2014, às vésperas do pleito.

Quando Dilma foi eleita há três anos, a taxa chegava a espetaculares 7,6%, a melhor marca desde a euforia posterior ao Plano Real, que elegeu FHC.

Quando Lula venceu o tucano em 2002, a economia era sacudida por uma crise financeira e o crescimento acumulado até setembro era de apenas 1,3%

A presidente também não viverá uma situação confortável com a inflação, que, para o BC, chegará aos 5,6% no próximo ano, consideradas as expectativas do mercado para o dólar e os juros.

Se confirmado, o percentual será o menor em cinco anos, mas, ainda assim, permanecerá bem acima da meta oficial de 4,5%. Para o BC, aliás, a meta será descumprida novamente em 2015, no primeiro ano do mandato do próximo presidente.

Embora os juros venham subindo para conter a escalada dos preços, a política de elevação contínua dos gastos do governo age em sentido contrário, alimentando o consumo.

Não se pode acusar o BC de ser pessimista: há um ano, a instituição projetava que a economia chegaria a uma taxa de crescimento anual de 3,3% em setembro de 2013, e a inflação fecharia o ano em 4,9%.

Agora, as projeções são de 2,3% para a variação do PIB no ano, com alta de preços de 5,8%.

As expectativas dos analistas de mercado para 2014 são menos favoráveis: crescimento econômico de 2% e inflação de 5,95%.

Os principais trunfos eleitorais de Dilma, porém, não parecem correr riscos até a eleição: o desemprego se mantém em patamares historicamente baixos e os gastos sociais asseguram a queda da pobreza.

Devido à alta das despesas em Previdência, assistência e educação, o mercado acredita que o governo não cumprirá em 2014, mais uma vez, a meta de poupar o equivalente a 3,1% do PIB para o abatimento da dívida pública.

A projeção central dos analistas é uma poupança de 1,7%, o que, pelos cálculos do BC, fará a dívida pública subir de 34,5% para 35,1% do PIB. Para a instituição, é necessário poupar 2,1% do produto para manter a dívida estável.

Fonte: Folha de S. Paulo