Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Com divergências, EUA e UE começam a negociar acordo de livre comércio

A conferência do G8 (grupo dos países mais ricos) começou nesta segunda-feira com avanços nos planos de um acordo comercial entre EUA e União Europeia - o "maior acordo de livre comércio da história", nas palavras do premiê britânico David Cameron.
Cameron anunciou o início formal das negociações do pacto, que tem o objetivo de movimentar bilhões de dólares e incentivar exportações e crescimento nos dois lados do Atlântico, ambos atingidos pela crise global. A primeira rodada de diálogo ocorrerá em julho, em Washington, informou o presidente dos EUA, Barack Obama.
Mas as negociações já começaram com divergências: a França, por exemplo, tenta proteger sua indústria cinematográfica da concorrência de Hollywood, a qual aumentará caso o acordo seja formalizado. Por conta disso, Paris chegou a ameaçar um veto ao pacto.
Segundo o repórter da BBC Duncan Bartlett, os franceses conseguiram convencer os negociadores a pactuar uma "exclusão cultural" (aos setores de TV e cinema), que pode abrir precedentes para que outros setores não sejam incluídos no acordo EUA-UE.
Outra divergência diz respeito à acusação francesa de que os EUA querem excluir serviços financeiros das negociações. "Os americanos não admitiram isso publicamente, mas é um lembrete de que, a portas fechadas, as discussões do acordo deverão ser difíceis", afirma Bartlett.
Tarifas e subsídios agrícolas também devem ser motivo de debate.

'Temas sensíveis'
Obama, por sua vez, se disse confiante em um acordo.
"Haverá temas sensíveis nos dois lados. Mas se conseguirmos olhar além das preocupações mais estreitas e nos focarmos no panorama maior, acho que conseguiremos um pacto", disse o presidente americano.
David Cameron, por sua vez, disse que o acordo de livre comércio com os EUA poderia gerar o equivalente a R$ 330 bilhões à economia europeia e R$ 260 bilhões às economias dos EUA e mundiais, além de criar empregos - em tese, fomentados pela maior facilidade no comércio bilateral.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que encabeçará as negociações com Obama, afirmou que as integrações entre as duas economias não será fácil, "mas encontraremos respostas convincentes a preocupações legítimas".
E Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, declarou que "unidos, EUA e União Europeia são a espinha dorsal da economia global. Abrir mais esse espaço para oportunidades de negócios e para consumidores é uma questão de senso comum".

Prazo curto
O prazo acordado para as negociações - 18 meses - pode parecer curto, diante de acordos prévios semelhantes, que levaram anos.
Mas há anos que EUA e EUA debatem um pacto de livre comércio, e um grupo de estudos a respeito havia sido criado em 2011.
Washington diz que o acordo vai focar na redução das tarifas remanescentes e em outras barreiras ao comércio, além de padronizar regulações técnicas e certificações.
Não são grandes as tarifas comerciais entre EUA e UE, mas analistas dizem que algumas barreiras impedem empresas europeias de competir nos EUA.
Ao mesmo tempo, acredita-se que governos envolvidos serão pressionados por empresários locais, muitos dos quais defendem medidas protecionistas para impedir a entrada de produtos importados em seus países.

Fonte: BBC Brasil

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