Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Bovespa segue mau humor externo e cai mais de 1%; dólar cede após leilão do BC

A preocupação dos investidores com o futuro dos estímulos monetários de importantes bancos centrais derruba os mercados de ações mundiais nesta terça-feira (11), e influencia na queda de mais de 1% da Bolsa brasileira nesta tarde.

O sentimento de aversão ao risco estimula uma procura maior dos investidores pelo dólar, que é considerado uma aplicação mais segura.

Às 13h30 (horário de Brasília), o principal índice de ações nacional, o Ibovespa, tinha dasvalorização de 1,60%, para R$ 50.492 pontos. O índice chegou a atingir os 49 mil pontos pela manhã, com queda em torno de 2,6%.

Também pressiona o mercado de ações brasileiro hoje a preocupação com uma melhora na economia americana, que pode representar mais recursos deixando o Brasil para voltar aos EUA.

Das 71 ações que compõem o Ibovespa, apenas oito tinham alta às 13h32. O principal destaque positivo era o papel da Diagnósticos das Américas, que subiam 2,23%, para R$ 11,47.

Em sentido oposto, a ação da OGX, empresa de petróleo de Eike Batista, estava entre as piores quedas no dia, com desvalorização de 6,2%, para R$ 1,21.

Segundo documento arquivado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite de ontem, Eike vendeu 70,47 milhões de ações da OGX nos dias 24, 27, 28 e 29 do mês passado, por um total de R$ 121,82 milhões. Com isso, Eike reduziu sua participação na petrolífera de 61,09% para 58,92%.

Em email a clientes, analistas do JPMorgan avaliaram o evento como negativo, "com a venda refletindo uma possível necessidade de caixa pelo acionista controlador."

DÓLAR

O dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- chegou a subir quase 1% pela manhã, atingindo R$ 2,166 na venda, mas perdeu força depois de intervenções do Banco Central e oscila perto da estabilidade neste início de tarde de terça-feira.

Às 13h35, o dólar à vista tinha desvalorização de 0,26%, cotado em R$ 2,140 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- caía 0,32%, para R$ 2,141.

A autoridade promoveu dois leilões de swap cambial tradicionais, equivalentes a venda de dólares no mercado futuro, quando o dólar à vista atingiu R$ 2,166 na venda.

Na primeira operação, que ocorreu entre 10h50 e 10h55, a autoridade vendeu 25 mil contratos dos 40 mil colocados à venda, por US$ 1,247 bilhão. Já na segunda operação, que ocorreu entre 11h25 e 11h35, o BC vendeu 20 mil contratos dos 40 mil colocados à venda, por US$ 997 milhões.

Ontem, a autoridade monetária já havia promovido dois leilões de swap cambial tradicionais para conter a alta da moeda, quando ela ultrapassou R$ 2,15.

Segundo operadores, o BC gostaria que o dólar oscilasse na banda entre R$ 2,10 e R$ 2,15 --nível máximo considerado aceitável pelo governo para não comprometer a inflação no país.

Na semana passada, o governo anunciou o corte no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. A medida visava atrair mais investimentos em dólar para o mercado brasileiro, o que tenderia a diminuir o preço da moeda americana em relação ao real.

Como o esforço não foi suficiente para barrar o avanço do dólar, o governo pode adotar mais medidas para frear a desvalorização do real.

Entre elas, está o aumento do poder dos bancos de vender dólares no mercado, o que elevaria a oferta de moeda americana na economia, levando o dólar a perder valor e freando a tendência de queda do real.

Segundo a Folha apurou, o BC pode elevar o teto da "posição vendida" dos bancos em dólares, atualmente em US$ 3 bilhões. Até esse limite, as instituições financeiras não precisam recolher 60% de depósito compulsório (recursos que os bancos são obrigados a deixar parados no BC).

Apesar da ação em estudo pelo BC, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descarta reverter outras medidas tomadas em 2010 e 2011 para limitar a oscilação das cotações. É o caso da alíquota de 1% de IOF cobrada sobre transações no mercado futuro de câmbio (derivativos).

Fonte: Folha de S. Paulo

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