Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Após fala de Bernanke, Ibovespa despenca 3,18%

Fuga de capital estrangeiro se intensifica e blue chips derretem. Papel da OGX cai mais de 15% e índice quase perde importante suporte.

O foco dos investidores esteve durante toda a sessão voltado para o Federal Reserve (Fed), diante da expectativa de corte no programa de compra de títulos. Embora a autoridade monetária tenha decidido manter, por enquanto o estímulo, as bolsas tiveram fortes quedas.

Por aqui o Ibovespa, que operava volátil, despencou após o discurso de Ben Bernanke e terminou em queda de 3,18%, aos 47.893 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 8,6 bilhões. O movimento vendedor prevaleceu principalmente entre as blue chips.

Dessa forma, o índice chega bem perto de perder o importante suporte dos 47.800 pontos. Caso perdido esse patamar, o Ibovespa deve derreter até os 43.500 pontos, de acordo Daniel Marques, analista técnico da Ativa Corretora.

Os papéis da OGX (OGXP3) lideraram as perdas ao despencar 15,22%, acumulando queda de 82,1% no ano. As ações preferenciais da Vale (VALE5), por sua vez, recuaram 2,06% na sessão e os da Petrobras (PETR4) caíram 3,53%.

"A questão é que não para de sair dinheiro estrangeiro da bolsa. Desde meados de maio houve retirada de cerca de R$ 9 bilhões e o saldo negativo em junho já está em R$ 5,3 bilhões. A primeira ducha de água fria foi a possibilidade de rebaixamento do rating soberano do país pela agência S&P e a segunda, essa expectativa de diminuição dos estímulos do Fed", destaca o estrategista do BB Investimentos, Hamilton Moreira.

Panorama

Logo depois da apresentação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que apontou manutenção no programa de compra de títulos (US$ 85 bilhões mensais), o presidente do Federal Reserve concedeu uma entrevista.

Ele sinalizou que a redução dos estímulos será feita à medida que a taxa de desemprego nos Estados Unidos evidencie uma melhora. O ciclo de redução pode começar no final deste ano e terminar no meio de 2014.

A expectativa é que no fim do ciclo de redução do programa, a taxa de desemprego, que hoje está em 7,6%, vai se encontrar no patamar de 7%. Após a entrevista de Ben Bernanke, os principais índices dos Estados Unidos acentuaram as perdas. O Dow Jones terminou com queda de 1,35%; o S&P teve recuo de 1,39% e Nasdaq caiu1,12%.

De acordo com Moreira, o fato de não haver consenso na decisão de manter o programa de compra por parte dos membros do Fomc, elevou as incertezas dos investidores.

"Foram dois votos dissidentes, o que não acontecia desde setembro de 2011", destaca. A posição contrária da presidente do Fed de Kansas City, Esther George, já era esperada. No entanto, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard também discordou da decisão, esboçando preocupação com a meta de 2% para inflação.

Na Europa, as bolsas também terminaram com fortes perdas também diante da expectativa por um corte no programa de estímulo americano. Em paris, o Cac perdeu 0,55%; o Dax, da Alemanha, recuou 0,39% e o FTSE de Londres perdeu 0,40%.

Câmbio

Diante das incertezas, a versão ao risco predomina e o dólar dá um salto de 1,94%, cotado a R$ 2,220 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

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