Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Consumo das famílias pode ter chegado ao limite

13 de junho de 2013 | Há alguns anos, o modelo de crescimento do país tem se baseado na expansão do consumo das famílias e no estímulo ao crédito, turbinados pelo aumento da renda, principalmente, dos mais pobres. Porém, a última edição das Contas Nacionais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam mudanças. Segundo o instituto, o consumo das famílias ficou estagnado (0,1%) no primeiro trimestre de 2013 em comparação com o trimestre anterior. Segundo analistas, a estagnação do consumo é resultado, especialmente, do aumento do endividamento da população e da alta inflacionária. 

Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), os números indicam que o consumo das famílias tenha chegado ao limite. “Esse modelo de crescimento escolhido pelo governo não é sustentável e, aparentemente, começa a dar os primeiros problemas. Até agora a sensação de bem-estar foi segurada pelos baixos níveis de desemprego, mas já é hora do governo estimular investimentos”, diz Barbosa ao acrescentar que caso não haja mudanças, o Brasil continuará a ser um país pobre. “Nossa poupança continua baixa e continuamos investindo pouco”, destaca.

Para o especialista, o que acende a “luz amarela” e pede atenção é o fato de que essa estagnação do consumo possa vir a ter efeitos maiores sobre o PIB, especialmente se o país não considerar retomar o crescimento. “Não que este ano vá repitir a tragédia que foi o ano passado, mas, famílias endividadas, redução do crédito e consumo parando certamente não trarão bons frutos no futuro”, salienta. A solução está no aumento do investimento público e privado, porém, para o economista em época de reeleição, a intenção do governo parece não ir nessa direção. “Do ponto de vista político, será difícil uma mudança na dinâmica do crescimento. Quando se aumenta investimento, corta-se consumo presente, e isso não parece ser a vontade do governo”, afirma.

Fonte: IBRE/FGV

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