Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Brasil perderá 24% das áreas produtivas para recuperar APPs e Reserva Legal, diz estudo

Jefferson Rudy
Mais uma pesquisa surge para engrossar a discussão em torno do projeto do novo Código Florestal Brasileiro. Um estudo realizado pela RedeAgro em parceria com o procurador da Fazenda Nacional, Luís Carlos da Silva Moraes, diz que recuperar os déficits de Reserva Legal (RL) e Áreas de Proteção Permanente (APPs) ocupadas com agricultura sairá muito caro para o Brasil. Além dos custos estimados para a execução do reflorestamento, que inclui o cultivo, plantio de mudas e cercamento das áreas, o estudo sugere uma perda de arrecadação tributária e de uma parcela significativa da área produtiva.
Estimou-se que seria necessário reflorestar cerca de 64,8 milhões de hectares, o equivalente a 24% da área total em produção no país. De acordo com a pesquisa, tal redução da área produtiva acarretaria um encolhimento de 20,5% ou cerca de R$ 36,1 bilhões na renda total gerada pelo setor agropecuário.
O estudo afirma que para estados do chamado Brasil Central, como Mato Grosso, Piauí, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Acre e Roraima, as consequências da diminuição de área cultivada pode ter graves consequências. “Uma perda de produção agropecuária nas magnitudes estimadas levaria a um atraso econômico dessas regiões, aprofundando, ainda mais, as desigualdades já existentes no Brasil”, afirma André Meloni Nassar , coordenador da RedeAgro e diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).
No que se refere à arrecadação tributária, haveria uma diminuição 8,5%, passando de 33,83% do PIB para 30,93%, o que geraria uma espécie de efeito dominó na cadeia produtiva. “Os efeitos da retirada desse nível de grandeza da economia têm reflexos inexoráveis, com redução de emprego e renda em toda a cadeia produtiva do agro e que tem a maior parte instalada nos centros urbanos”, diz o estudo.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Mata Atlântica terá 320 pontos estudados no próximo ano

Equipe da Secretaria de Ambiente do Rio de Janeiro quer diagnóstico sobre bioma no Estado

A partir de janeiro, a Mata Atlântica fluminense vai passar por um raio X . Durante todo o ano, cinco equipes formadas por cinco especialistas da Secretaria Estadual do Ambiente farão o inventário da biodiversidade de 320 pontos da floresta em todo o Estado. Segundo a superintendente de Biodiversidade e Florestas da secretaria, Alba Simon, o objetivo é determinar a situação real da Mata Atlântica para que possam ser implantadas políticas públicas mais efetivas de conservação da floresta.
“Vamos fazer a coleta do solo, da vegetação, a contagem de carbono no local e perguntar às comunidades próximas a esses pontos qual o uso pessoal e econômico que elas fazem dos recursos naturais da floresta, se usam a madeira para combustível, se usam ervas para a saúde. A conclusão do inventário nos dirá em que situação se encontra a Mata Atlântica”, disse Alba, ao explicar a pesquisa, que terá apoio de especialistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
O material coletado do solo será enviado à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para análise e o da vegetação, para o Jardim Botânico. De acordo com Alba, os estudos mais atuais indicam que a Mata Atlântica tem hoje entre 21% e 27% de cobertura florestal. No entanto, são estudos feitos com base em imagens de satélite, o que dificulta  estabelecer com precisão o estado da floresta.
“Nunca pisamos no solo para ver o que são esses 27%, se são um bando de jaqueiras, por exemplo. Queremos crer que não, pois são fragmentos florestais, mesmo assim, precisamos saber o que estamos preservando nas unidades de conservação”, disse ela.
A pesquisa dará prioridade às áreas de unidades de conservação e lugares onde estão programados licenciamentos para empreendimentos de grande porte. A superintendente de Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Ambiente lembrou que existem no estado do Rio empreendimentos com grande impacto ambiental previsto para os próximos anos e disse que, com o estudo, será possível haver mais rigor no licenciamento.
“Na Bacia de São João, por exemplo, há vários projetos de grande impacto e, por isso, vamos correr e conhecer primeiro, antes de licenciar. Se o inventário tivesse sido feito antes do Comperj [Complexo Petroquímico da Petrobras], não haveria toda essa gritaria agora”, disse ela, ressaltando os impactos socioeconômicos e ambientais em Itaboraí com a implantação do Comperj, contestada por ambientalistas e moradores da região.
“Este é o marco zero de uma política séria para a conservação da biodiversidade no estado do Rio de Janeiro”, completou Alba Simon.
O estudo do Rio será o segundo inventário feito no país – o primeiro foi em Santa Catarina. A ideia é que os 15 estados que compõem a Mata Atlântica mapeiem suas florestas para criar um inventário nacional, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. O projeto custará cerca de R$ 5 milhões, com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano e do Fundo da Mata Atlântica. A meta do ministério é realizar o inventário a cada cinco anos.
A pesquisadora disse que espera com o inventário revelar um retrato fiel e cruel da Mata Atlântica, com base nos resultados de Santa Catarina. “A mata está muito rala, fragmentada, sem continuidade. O resultado foi muito ruim com relação à quantidade, qualidade, biodiversidade. Encontram mais espécies em extinção do que previam”, destacou.
Se os resultados do inventário do Rio forem similares aos de Santa Catarina, Alba defende que se tripliquem os investimentos em conservação, restauração e reflorestamento. “A biodiversidade é a espinha dorsal dos outros serviços. Sem serviço ambiental não temos nada mais”.
No dia 27 de maio de 2012, data comemorativa da Mata Atlântica, será divulgada uma prévia do censo da floresta.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Consumo nacional de energia acumula alta de 3,8% até novembro

JMA-Jornal Meio Ambiente da Agência Brasil | FotoDivulgação/EXAME
Linhas de transmissão
O consumo de energia elétrica aumentou 3,4% em novembro
Rio de Janeiro - O consumo nacional de energia elétrica cresceu 3,4% em novembro, em comparação ao mesmo mês de 2010, acumulando alta de 3,8% em 11 meses, em relação a igual período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
O crescimento do consumo de energia foi motivado principalmente pela atividade do comércio, seguido pelo consumo das famílias, disse à Agência Brasil o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
“Há o efeito renda. Como tem aumentado muito a renda das pessoas, o consumo está bastante aquecido. Com isso, os setores que mais têm consumido energia elétrica são os de serviços e residencial”, declarou. O crescimento da demanda de energia no setor de comércio e serviços atingiu 6,60% em relação a novembro de 2010, enquanto o consumo das famílias evoluiu 4,3%.
Já o consumo industrial, segundo Tolmasqui, não tem crescido tanto em função da crise internacional. “Ainda está com um baixo crescimento. Cresceu apenas 1,4%, em novembro deste ano, contra novembro do ano passado”. O presidente da EPE declarou que uma exceção é a indústria de São Paulo, que vem demonstrando expansão mais intensa. O crescimento do consumo de energia da indústria paulista em novembro foi 2,4%, maior nível desde março, quando atingiu 2,5%.
Tolmasquim analisou que, de maneira geral, o ano de 2011 não mostrará um crescimento do consumo de energia tão significativo como ocorreu em 2010, quando a economia teve uma expansão de 7,5% e o consumo de energia subiu 7,8%. A expectativa é que o consumo aumente entre 3,6% e 3,8% este ano.
Na avaliação dele, a ocorrência de temperaturas baixas para o período fez com que o crescimento do consumo de energia no mês de novembro fosse o menor do segundo semestre. “Isso teve um efeito sobretudo sobre o setor residencial”.
Segundo Tolmasquim, considerando para 2012 um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano, a expansão do consumo de energia elétrica no Brasil ficará em torno de 4,5%. “Nós estamos vendo que 2012 deve ser um ano melhor que 2011”. Ele acredita que a partir de 2013, a economia deve crescer mais fortemente e esse movimento será acompanhado pelo aumento do consumo de energia no país.
O presidente da EPE assegurou que não haverá problemas de falta de energia no próximo ano para os consumidores brasileiros. “Nós estamos hoje com uma situação bastante tranquila. Temos um excedente de oferta de energia que permitiria ao Brasil crescer, inclusive, a taxas maiores”.
Do ponto de vista estrutural, há mais usinas em funcionamento do que a demanda. Do lado conjuntural, a situação é de boa hidrologia. “2011 foi o melhor ano dos últimos dez anos em termos de hidrologia. Portanto, os reservatórios estão bastante cheios”, informou. “A situação é de bastante tranquilidade”, reiterou.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Rio+20 deve discutir redução da pobreza e da fome e promoção da economia sustentável, diz ministra

São Paulo - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (28), que os principais desafios da Rio+20 vão envolver questões sobre como reduzir a pobreza e a desigualdade no mundo, a promoção do desenvolvimento com bases mais sustentáveis e como coordenar as políticas públicas do setor. A Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável, ocorrerá no Rio de Janeiro a partir do dia 20 de junho do próximo ano.
“Há uma expectativa muito grande de que os eventos (da Rio+20) não permaneçam somente enquanto eventos, mas tenham um dia seguinte e que aconteçam em bases que melhorem a qualidade de vida, da infraestrutura urbana e da vida nas cidades e de cada cidadão brasileiro”, disse a ministra.
Segundo ela, os “desafios são enormes”, mas há, “uma sensação internacional de que é possível sim explorar esse caminho e termos na conferência um êxito em relação ao desenvolvimento sustentável”.
A ministra disse esperar que a Rio+20 traga resultados e “que o planeta inteiro assuma objetivos sobre desenvolvimento sustentável, estabelecendo metas mensuráveis”. De acordo com Izabella isso está dentro da proposta que foi apresentada pelo Brasil para a Rio+20. “Esperamos ser exitosos na questão da governança e evoluirmos com a proposta de criação de um Conselho sobre Desenvolvimento Sustentável nas Nações Unidas”. Segundo ela, atualmente existe apenas uma comissão, criada em 1992, que não tem a representatividade de um conselho.
Izabella disse que as propostas que foram enviadas por vários países para uma primeira conferência, que vai ocorrer em janeiro, mostram caminhos convergentes. “É absolutamente convergente a discussão sobre inclusão social e sobre a erradicação de pobreza e da fome”. Outro tema comum, que deve ser apresentado na Rio+20, é a discussão sobre geração de energia. “Certamente as energias renováveis e a inovação tecnológica são temas estratégicos”.
Hoje a ministra se reuniu com João Carlos Martins, regente da Orquestra Bachianas, na casa do maestro, em São Paulo. No encontro, a ministra solicitou ao maestro para que ele componha um tema para a conferência que aborde a “riqueza do planeta e os desafios”. O maestro disse que o tema está sendo criado e será inspirado na 6ª Sinfonia de Beethoven.
A ministra também convidou Martins para fazer parte da equipe brasileira que está preparando a Rio+20. “Criei uma categoria que chamei de embaixadores ou amigos da Rio+20 (da qual o maestro fará parte), que são pessoas que, por intermédio da cultura, vão ajudar o governo e a sociedade para desenvolver o maior encontro de desenvolvimento sustentável desse século”. O maestro também foi convidado para fazer a contagem regressiva para a conferência, que terá início em 5 de junho, dia mundial do meio ambiente.
O encontro contou também com a participação de Denise Hamú, chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Projeto Nosso Pacto

Ser voluntário para cuidar de um canteiro na rua onde mora, ensinar os vizinhos a tocar instrumentos musicais ou a plantar flores e verduras perto de casa para tornar melhor a vida em comunidade. Esta é a proposta do Projeto Nosso Pacto, da Prefeitura de Curitiba, que teve em 2011 um aumento de 37% no número de inscritos em relação ao ano anterior.

As 53 boas práticas de ações voluntárias por Curitiba apresentadas neste ano estão no site nossopacto.curitiba.pr.gov.br. Este é o terceiro ano que a Prefeitura promove o programa, que tem como objetivo valorizar as pessoas que realizam trabalhos voluntários na região onde vivem.

Arnaldo da Silva Estevan é um dos voluntários que inscreveu uma boa prática no site. Ele cuida de um canteiro na frente do comércio dele, no bairro Cidade Industrial. "Sempre jogavam lixo e havia mato alto no local. Resolvi então limpar e cuidar do espaço. Plantei alguns arbustos e algumas árvores com a intenção de transformar o espaço em um lugar agradável", disse Arnaldo.

Nas nove regionais da cidade coordenadores do Projeto Nosso Pacto identificaram boas práticas nas comunidades. As ações escolhidas podem ser consultadas no site nossopacto.curitiba.pr.gov.br. Para participar as pessoas precisavam desenvolver ações nos bairros onde vivem usando recursos próprios, sem ter ajuda ou apoio de órgãos governamentais.

Em março de 2012, mês do aniversário de Curitiba, serão feitas homenagens aos voluntários e as práticas desenvolvidas pelos cidadãos vão ser divulgadas pela cidade. João Maria Rodrigues Gonçalves é o responsável por dar aulas de futebol de salão para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, no bairro Novo Mundo.

"O projeto existe há mais de oito anos e já foram atendidas mais de 100 crianças da região, que participaram de vários torneios, inclusive sendo campeões em 2007 da Regional Portão", explicou João Maria.

Projeto - O Nosso Pacto faz parte do Plano de Governo, dentro do programa comunidade. Ele é administrado pela Secretaria do Governo Municipal, Secretaria Municipal de Comunicação Social e pelo Instituto Municipal de Administração Pública (Imap).

São duas metas que direcionam o Nosso Pacto: valorizar a atitude do cidadão de cuidado com a cidade e estabelecer ações educativas junto à sociedade para desencadear uma mudança em relação aos cuidados com a cidade e melhorar a qualidade de vida.

"Curitiba é um exemplo de voluntariado para o país. Novamente vamos identificar os cidadãos que já tomam atitudes positivas para preservar e desenvolver a comunidade em que vivem", disse Eduardo Christiano Lobo Aichinger, gerente responsável pelo Projeto Nosso Pacto.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Mato Grosso aumenta em 20% o índice de desmatamento

O Ibama realizou uma operação no Mato Grosso que resultou na aplicação de mais de R$ 3,5 milhões em multas e no embargo de 700 hectares de áreas desmatadas ilegalmente, o local equivale a 700 campos de futebol.
A Operação Custódia Juína foi realizada principalmente no noroeste do estado, local onde os satélites captaram um grande número de desmatamento em 2011. O estado desmatou, neste ano, 1.126 quilômetros quadrados de floresta. O número representa um aumento em 20% em relação ao ano anterior, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Todas as ações concentram-se nos municípios de Colniza e de Juara, próximos à região conhecida como Três Fronteiras, na divisa entre Mato Grosso, Amazonas e Tocantins. Segundo o Instituto Ambiental, nestes locais o desmatamento está ligado à exploração ilegal de madeira. A operação teve apoio de agentes do órgão ambiental de Minas Gerais, do Tocantins e Rio Grande do Norte, além de equipes Cuiabá, Juína e Aripuanã.
De acordo com o chefe de fiscalização do Ibama em Juína, Edilson Paz Fagundes, a falta de licenciamento e de regularização fundiária são dois grandes problemas na fiscalização, pois os responsáveis dificilmente são localizados.
No mesmo local houve outras operações ambientais este ano, inclusive, coordenadas pelo Ibama. Só entre outubro e novembro, o órgão aplicou uma multa de R$ 2,6 milhões na região de Colniza por desmatamento ilegal. Na época, empresas do setor madeireiro também foram punidas por exercerem atividades sem licenciamento ambiental ou por descumprirem alguma determinação do Instituto.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Projetos de US$ 25,7 bi da Vale têm risco ambiental

A Vale tem hoje uma carteira de 37 projetos de investimento com entraves devido a dificuldades de licenciamento ambiental. Desses projetos, a soma dos investimentos previstos em apenas seis atinge US$ 25,7 bilhões. O Carajás Serra Sul, para produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, lidera a lista com aplicações previstas de US$ 8 bilhões. Não menos importante é a obra para elevar em 150 milhões de toneladas a capacidade da Estrada de Ferro Carajás e de embarque do porto de Ponta a Madeira, em São Luís (MA) - são mais US$ 3,4 bilhões. Em Minas Gerais, o projeto Apolo, também de ferro, está preliminarmente orçado em US$ 2 bilhões.
Para Vania Samovilla, diretora executiva de recursos humanos, saúde, segurança, sustentabilidade e energia, o grande desafio em 2012 é avançar na concessão do licenciamento para tirar do papel esses planos que somam várias dezenas de bilhões de dólares.
Em entrevista ao Valor, Vania Samovilla apontou o risco ambiental como o maior obstáculo à execução dos projetos de mineração da companhia. Ao tentar equacionar os problemas, ela descobriu que a maioria das pendências era interna, e não externa. Assim, adotou uma série de providências, como integrar as equipes da área ambiental com a de desenvolvimento de projetos e buscar maior interação com as agências ambientais. Também montou equipe de assessoramento de especialistas altamente qualificados, consultores que ajudam a Vale a aprofundar a discussão estratégica da sustentabilidade.
O "pulo do gato" nessa reestruturação foi a criação do comitê executivo de licenciamento ambiental para tornar mais ágeis as decisões internas na área. "Uma das funções do Comitê é a de acompanhar os processos para que as decisões sejam tomadas mais rapidamente e não fiquem na gaveta", informou. No momento o comitê se concentra em dois projetos gigantes de mineração de ferro da Vale no Brasil - o S11, ao sul da província mineral de Carajás, e o projeto Apolo, em Minas Gerais.

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A difícil compatibilização entre o boom construtivo e o meio ambiente.

Vivemos um período histórico, não temos lembrança de ter havido época tão promissora no setor da construção civil. Grandes cidades brasileiras se transformaram em verdadeiros canteiros de obras, aliança entre anos de defasagem imobiliária e momento econômico ímpar. Curitiba toma posição de destaque neste cenário, já que quem mais consome é a classe média, e em Curitiba esta classe é predominante. Segundo informação do Sinduscon – PR o Brasil cresceu 7,5% em 2010, já a construção civil 11,6%. Tal diferença continuará no ano de 2011 com índices um pouco mais modestos, mas continuará. No mínimo mais cinco anos de prosperidade nos espera. Construções são feitas em desfavor de demolições, de terraplanagem e de escavações. Isso sem contar a normal geração de resíduos provenientes do próprio processo construtivo. É resíduo gerado às dezenas de toneladas. Onde descartar tais resíduos de modo ambientalmente correto? Tem se duas alternativas: aterros e usinas. A legislação ambiental restritiva como é, coloca inúmeros obstáculos aos processos de autorizações para ambos os fins. Aterros além da legislação ambiental, devem obedecer a diversas outras normativas. Usinas além dos valores exorbitantes dos maquinários enfrentam igualmente uma legislação que em nada favorece a sua abertura. Uma usina de reciclagem leva no mínimo quatro anos, desde o protocolo de sua licença prévia até o início do recebimento do material para processamento. É muito tempo, é muita restrição. A legislação quando muito draconiana, incentiva a ilegalidade. E é isso que ocorre no setor, em grande parte ao menos. Empresas de transporte piratas, aterros ilegais, despejos em áreas de preservação permanente, e por aí vai. Quem ganha e quem perde com tudo isso? Bem, quem ganha (aparentemente) é o usuário (particular, construtora, demolidora etc.) mal intencionado, que não vê o meio ambiente preservado como algo que faz parte de sua vida. O preço mais baixo das empresas transportadoras inidôneas é o diferencial que procuram. Quem perde? Todos, inclusive o grupo que acha que ganha. O rigor por parte do poder público na emissão de autorizações de aterro e nas liberações de licenças ambientais para usinas não é (infelizmente) o mesmo da fiscalização da atuação das transportadoras. É mais fácil restringir poucas solicitações do que fiscalizar dezenas de empresas. O mais fácil neste caso é fator determinante para a degradação ambiental que está em curso.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Rio começa a pagar Bolsa Verde em abril de 2012

Rio de Janeiro - O estado do Rio de Janeiro será o primeiro a pagar a Bolsa Verde no país. A iniciativa tem o objetivo de desenvolver um mercado de ativos ambientais para promover a economia sustentável. A Bolsa Verde, que entra em operação em abril de 2012, será o primeiro mercado de carbono brasileiro, em que as indústrias do Rio poderão negociar energia renovável ou biomassa, além da recuperação de áreas florestais e tratamento de resíduos. A expectativa é que no futuro outros estados também possam participar das transações na bolsa fluminense.
O acordo de cooperação foi assinado esta semana entre a Secretaria do Ambiente do Estado do Rio, a Secretaria de Fazenda do Município do Rio e a Bolsa Verde Rio (BVRio), uma associação sem fins lucrativos.
A Bolsa Verde vai pagar R$ 300 por trimestre a famílias em situação de extrema pobreza que vivam em unidades de conservação e desenvolvam ações para preservá-las. O objetivo é aliar a preservação ambiental à melhoria das condições de vida e a elevação da renda.
Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o Rio de Janeiro está dando um passo importante em relação a outros estados, colocando em prática o projeto que fomenta a economia ambiental, além de incentivar uma postura positiva dos produtores de poluentes. “Na verdade você introduz um elemento de mercado que valoriza as empresas que conseguem cumprir além de suas metas de redução de poluentes ou de reflorestamento”, destacou.
Para a secretária municipal de Fazenda do Rio, Eduarda La Rocque, é difícil estimar inicialmente quanto essa economia verde pode movimentar, mas acredita que será algo significativo na economia do estado. Ela disse que serão criados grupos de trabalho para atuar na regulação e acompanhar a legislação tributária do mercado financeiro.
“É um esforço de coordenação para que o estado vire referência no tema. Então a economia do Rio vai sair na frente mostrando como a gente pode articular instrumentos financeiros e o estado com o seu papel regulador, definindo multas, impostos, permissões e de que forma a gente vai regular esse mercado financeiro.”

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

WWF-Brasil e Movimento dos Catadores lançam jogo sobre reciclagem


Jogo sobre reciclagem
A presidente Dilma Rousseff receberá o primeiro exemplar do jogo
São Paulo - A ONG ambientalista WWF-Brasil e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) lançaram jogo educativo nesta quinta-feira durante a celebração do Natal dos Catadores, em São Paulo, capital.
A presidente Dilma Rousseff, que participa do ato, receberá o primeiro exemplar do jogo, que também será distribuído entre os participantes. Além do lançamento do jogo, WWF-Brasil e MNCR ainda assinam acordo de cooperação para o desenvolvimento de ações para o fortalecimento do trabalho e da organização dos catadores em todo o País.
O jogo “Reciclando” foi desenvolvido para ajudar os catadores na sua organização e para ampliar o conhecimento e a informação da sociedade sobre o trabalho feito por eles.
Será distribuído às organizações dos catadores e utilizado, também, nas cidades que recebem as ações do programa Água Brasil – iniciativa do Banco do Brasil, desenvolvida em parceria com WWF-Brasil, Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas.
A secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, participa do evento e assina o termo de cooperação com o MNCR. “O correto manejo dos resíduos sólidos e a participação dos catadores neste processo são questões muito importantes para o WWF-Brasil.
Os resíduos podem ser problema ou solução, dependendo do que fazemos com eles. No WWF-Brasil trabalhamos para encontrar soluções de sustentabilidade nas cidades e de inclusão social dos catadores”, diz a ambientalista.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Biocombustível pode ajudar a África a reduzir emissões de CO2

O etanol brasileiro pode ajudar a África a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). É o que afirmaram representantes brasileiros durante a 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 17), que aconteceu nas últimas duas semanas em Durban, na África do Sul. 
Conforme dados da Agência Ambiental Americana (EPA, na sigla em inglês), o biocombustível brasileiro reduz as emissões dos veículos em pelo menos 50% em comparação com a gasolina; já a Agência Internacional de Energia estima que essa redução ultrapasse os 80%. Porém, vale ressaltar que, independente da porcentagem, as emissões restantes são compensadas no processo de crescimento da cana-de-açúcar. 
A Ecofrotas, empresa de gestão de frotas e a primeira a trabalhar com gestão sustentável, acompanhou as discussões envolvendo transporte sustentável e demais negociações em Durban. “A utilização do etanol é estratégica, ainda mais em países pobres, pois seu preço é mais barato que combustíveis fósseis, e seu uso traz pontos positivos para o meio ambiente local”, afirma a gerente de Relacionamento em Sustentabilidade da Ecofrotas, Amanda Kardosh, que acompanhou as discussões da COP. 
A executiva aponta também que há muito mercado a ser explorado pelo biocombustível. “O uso do etanol no Brasil já está disseminado, em boa parte graças aos carros flex, que representaram no ano passado 46% da frota brasileira de veículos leves, mas no restante do mundo há um mercado enorme disponível”, comenta. Sobre a tecnologia flex, que permite a utilização do etanol ou gasolina no mesmo veículo, ela lembra que é relativamente simples. “Consiste apenas na instalação de um microchip no motor. A maioria das grandes montadoras mundiais são capazes de oferecer modelos com essa tecnologia para outros países, incluindo os da África”, diz. Além disso, acrescenta, “há espaço e condições climáticas favoráveis em alguns países do continente africano que permitiriam a produção de biocombustíveis, sendo que o Brasil poderia ajudar com o fornecimento de tecnologia”. 
Para Amanda essa expansão do uso do etanol é extremamente importante para a redução das emissões no planeta. “Temos resultados extremamente positivos no Brasil. Somente o trabalho desenvolvido pela Ecofrotas com as empresas 3M, Vivo, Sadia, Kimberly e Protege possibilitou que elas reduzissem em cerca de 40% as emissões projetadas de CO2 de suas frotas de veículos. Juntas, essas empresas evitaram a emissão de 30 mil toneladas de CO2 em um período de três anos”, aponta.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

domingo, 25 de dezembro de 2011

China vai monitorar com mais rigor poluição do ar nas cidades

A China adotará padrões mais rígidos para a poluição do ar a partir do próximo ano para incluir o monitoramento de pequenas partículas de poluição em Pequim e em outras cidades grandes, mas o governo pode começar a divulgar os resultados ao público somente a partir de 2016, informou a mídia estatal nesta quinta-feira.
Grandes áreas urbanas da China, desde a capital, no norte, até Guangzhou, no extremo sul, ficam cobertas com uma nuvem de poluição durante alguns períodos do inverno, obrigando as pessoas a usar máscaras ou mesmo evitar sair às ruas.
A poluição do ar em Pequim, porém, foi declarada oficialmente como sendo "modesta", apesar de a embaixada dos Estados Unidos, que divulga suas próprias medidas segundo padrões norte-americanos, ter indicado que a qualidade do ar está tão ruim que ultrapassou o limite da escala.
Um dos motivos para as diferenças de leitura é que as cidades chinesas não medem e não divulgam dados sobre partículas menores emitidas por chaminés e exaustores. Medindo 2,5 mícrons de diâmetro ou menos, são conhecidos como PM 2,5.
O ministro do Meio Ambiente chinês, Zhou Shengxian, disse no jornal oficial do Partido Comunista que a China agora começará a adotar o padrão PM 2,5, inicialmente em grandes cidades e depois em todo o território nacional até 2015.
A partir de 1º de janeiro de 2016, todas as unidades governamentais da China terão de fornecer esses dados ao público, informou o veículo.

Fonte: Folha de São Paulo

Áreas protegidas não evitam perda da biodiversidade, diz estudo

A garantia de áreas protegidas não está evitando a perda de biodiversidade, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira. O trabalho diz que a situação pode se tornar catastrófica até o ano 2050 e exige soluções mais efetivas para os problemas de crescimento da população e do nível de consumo.
De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica "Marine Ecology Progress Series", embora existam hoje 100 mil áreas protegidas no mundo todo --que somam 17 milhões de km2 em terra e 2 milhões de km2 nos oceanos--, a perda de biodiversidade aumentou.
"Estamos investindo uma grande quantidade de recursos financeiros e humanos na criação de áreas protegidas e infelizmente evidências sugerem que essa não é a solução mais efetiva", afirmou Camilo Mora, um pesquisador colombiano da Universidade do Havaí, em Manoa.
Um dos problemas é que entre as 100 mil áreas protegidas, o cumprimento das normas só é feito em 5,8% das que estão em terra e em 0,08% das que estão nos oceanos.
A despesa mundial nas áreas protegidas é de US$ 6 bilhões ao ano, quando deveria ser de US$ 24 bilhões, por isso que muitas áreas não são financiadas de forma adequada, indica o estudo.
O coautor do trabalho Peter Sale, diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde (Canadá) da Universidade das Nações Unidas, também identificou outras quatro limitações no uso de áreas protegidas para preservar a biodiversidade do planeta.
Segundo o pesquisador, o crescimento previsto das áreas protegidas é muito lento. No ritmo atual, para alcançar o objetivo de cobrir 30% dos ecossistemas do mundo seriam necessários 185 anos em terra e 80 anos nos oceanos.
Ao mesmo tempo, as ameaças contra a biodiversidade, como a mudança climática e a poluição, estão avançado rapidamente, enquanto o tamanho e a conexão das áreas protegidas são inadequados. Cerca de 30% das áreas nos oceanos e 60% das de terra têm uma superfície inferior a 1 km2.
Além disso, as áreas protegidas são uma medida efetiva somente contra duas ameaças de origem humana, a exploração em massa e a perda de habitat, mas não contra mudança climática, poluição e espécies invasoras.
Finalmente, elas entram em conflito com o desenvolvimento humano.
Por estas razões, Moura disse que "é o momento de empregar todos os recursos que vão para as áreas protegidas e utilizá-los em estratégias que sejam mais efetivas ao problema".
Fonte: Jornal do Meio Ambiente

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ações sustentáveis de metrópoles da AL integram o Índice de Cidades Verdes


curitiba, capital do paran? ?ica cidade avaliada com desempenho "bem acima da m?ia" no ?dice de cidades verdes
Curitiba, capital do Paraná, única cidade avaliada com desempenho "bem acima da média" no Índice de Cidades Verdes/Fotos: Reprodução
Embora sejam assoladas por problemas comuns a realidade urbana, tais como crescimento desordenado, transporte caótico e poluição, por exemplo, algumas das grandes cidades da América Latina procuram promover iniciativas capazes de proporcionar soluções inteligentes e rápidas rumo ao desenvolvimento sustentável, conforme recomenda o Índice de Cidades Verdes (GCI, na sigla em inglês), produzido pela Economist Intelligence Unit, com o patrocínio da Siemens.
Uma das práticas exemplares que consta no documento vem da equatoriana Quito, onde o ato de plantar árvores é praticamente uma obsessão desde 2006. Um relatório para o governo municipal da capital do país concluiu que a cidade tinha 9.000 hectares de cobertura de árvores urbanas, mas recomendou dobrar essa quantidade a fim de colher diversos benefícios ambientais: cobertura das árvores, absorção da poluição do ar, redução do consumo de energia ao proporcionar sombra e melhoraria da conservação da água ao limitar a perda do recurso proveniente da chuva.
O “Projeto de Florestação e Reflorestamento” foi implantado na cidade em 2008, o que culminou no plantio de cerca de seis milhões de árvores, a maioria de espécies nativas. Os pontos fortes do projeto são os métodos diferenciados que utiliza. As autoridades responsáveis pelo programa não impuseram um plano único totalmente abrangente. Em vez disso, cooperaram com os vários departamentos e instituições em toda Quito, além de seus esforços diretos. Uma iniciativa específica inclui cobrir as grandes avenidas com árvores. Também se destacam as seguintes ações:
  • Trabalhadores municipais e voluntários foram empregados para replantar 300.000 árvores perdidas durante os incêndios do verão de 2009;
  • Em 2006, a cidade criou um concurso de plantio de árvores com grupos vizinhos em 145 distritos. O concurso “Meu Bairro está Vestido de Árvores” levou ao plantio e à manutenção de 140.000 árvores;
  • Em 2008 o equivalente a 5.000 hectares havia sido reflorestado, embora alguns deles tivessem sido plantados em áreas rurais nos arredores.
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A arborizada Quito, capital do Equador/Foto: Kaushal Karkhanis
O programa busca demonstrar que incentivar uma grande faixa de instituições e pessoas físicas a simplesmente plantar as árvores e deixar a natureza agir pode trazer benefícios ambientais e estéticos para as cidades. Em março de 2011, por exemplo, funcionários públicos da Empresa Elétrica Quito trocaram por um dia seus escritórios pelos frios terrenos de uma comunidade rural a 3.500 metros de altitude, nos arredores da capital do Equador, para plantar árvores. Desde novembro de 2010 eles participam, em turnos, do plantio de dez mil mudas do gênero Polylepis, como parte de um convênio com o Fundo Ambiental para a Proteção de Bacias e Água (Fonag).
Lixo que gera energia
Em São Paulo, os gases de efeito estufa oriundos da decomposição dos resíduos sólidos, a exemplo do metano que é 21 vezes mais nocivo que o CO2, são retirados dos aterros sanitários Bandeirantes e São João (cujas atividades foram encerradas em 2007 e 2009, respectivamente), tratados por uma empresa privada contratada pela prefeitura e, em seguida, convertidos em energia elétrica.
Os dois locais têm capacidade conjunta para 46 megawatts, o que os torna uma das maiores iniciativas de coleta de metano do mundo. Os projetos deverão reduzir as emissões de carbono em cerca de 11 milhões de toneladas até 2012. Além disso, a iniciativa integra o Mecanismo para o Desenvolvimento Limpo, vinculado ao Protocolo de Kyoto.
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Aterro Bandeirantes, em São Paulo, desativado em 2009/Foto: Fernando Stankuns
São Paulo divide seus créditos de carbono do projeto com a empresa parceira (Biogás Engenharia Ambiental), e a cidade vende a sua parte para angariar recursos voltados à outras iniciativas. A capital participou de um leilão inédito no mercado, realizado em uma bolsa regulamentada em 2008 e arrecadou US$ 36 milhões somente naquele ano. A maior parte do dinheiro é usado para melhorar os bairros ao redor dos aterros sanitários. Em 2009, por exemplo, foram abertas duas áreas de lazer, totalizando 9.200 m², que incluem playgrounds, pistas de caminhada e espaço comunitário.
Outra empresa também planeja começar a gerar energia a partir do lixo em 2013. Especializada no gerenciamento e aterros sanitários, a Estre Ambiental estima ter potencial de 60 MW a partir do biogás produzido em seus dez empreendimentos em São Paulo.
A expectativa é que o primeiro aterro a ser explorado seja o de Guatapará, localizado em município de mesmo nome, na região de Ribeirão Preto. O local recebe resíduos domésticos e industriais de cidades próximas. A operação está prevista para 2013. A ideia é instalar por etapas em torno de 7 motores de 1,4 MW de capacidade cada, de acordo com a evolução da disponibilidade de biogás ao longo de 20 anos.
Eficiência energética
A capital da Argentina, Buenos Aires, destaca-se quando o assunto é a redução da energia utilizada nas construções. Voltado para diminuir o consumo em 100 edifícios públicos, o “Programa de Eficiência Energética em Prédios Públicos”, criado em 2008, pretende obter cortes de 20% até o final de 2012, em relação aos níveis de 2007, e deverá eliminar 5.000 toneladas de emissões de carbono.
No início de 2010, as autoridades da cidade auditaram exaustivamente cinco prédios: dois escritórios, dois hospitais e uma escola, além de desenvolver planos de redução do consumo de energia adaptados individualmente para cada um deles. A primeira auditoria, por exemplo, examinou o uso da energia no escritório utilizado pela Agência de Proteção Ambiental da Argentina, que está apoiando o programa. A auditoria descobriu um potencial para o consumo geral de energia em 30%, inclusive reduzindo o consumo pelos computadores em 55%. As auditorias serão utilizadas como exemplos das melhores práticas, para ampliar o programa de inclusão de mais 31 prédios.
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Buenos Aires investe na eficiência energética dos prédios/Foto: Reprodução
No final de 2009, o governo da cidade impulsionou o programa com a nomeação de um gerente de energia para monitorar o consumo em cada prédio do governo. As autoridades começaram com os prédios públicos porque, em geral, eles são grandes e podem alcançar economias significativas rapidamente. Eles também estabeleceram um exemplo para o setor privado. O departamento ambiental de Buenos Aires já começou a trabalhar na legislação que vai impor medidas de eficiência energética aos prédios do segmento. Outro objetivo do programa é criar guias de eficiência energética para residências, negócios e indústrias.
Trânsito Rápido de Ônibus
Transportar uma média de 1,6 milhão de passageiros por dia e reduzir o tempo das viagens em um terço são alguns dos resultados da rede Transmilenio, de Bogotá (Colômbia), baseada no sistema de Trânsito Rápido de ônibus (BRT, na sigla em inglês). Atualmente com 84 km, mas com possibilidade de crescimento, o projeto foi inaugurado no ano 2000.
Nove linhas usam faixas dedicadas no meio de algumas das mais largas avenidas da cidade. Como parte do programa, Bogotá substituiu a rede anterior de ônibus mais poluidores e menores, o que permitiu que vendesse créditos de carbono de acordo com o MDL.
Apesar de não ser perfeito, uma vez que sofre frequentes excessos de passageiros, o BRT mostra-se acessível aos residentes em uma cidade com renda relativamente baixa, além de ajudar a desafogar o trânsito. Redes semelhantes foram implantadas em outras cidades que integram o Índice e estão sendo planejadas para diversas outras cidades em toda a América Latina.
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BRT transporta 1,6 milhão de passageiros diariamente em Bogotá/Foto: Reprodução
A pioneira, nesse sentido, foi Curitiba, capital do Paraná, onde o BRT é aplicado com sucesso desde 1973. A rede da cidade comporta ônibus longos e articulados que percorrem 72 km de vias dedicadas que se prolongam no padrão raiado a partir do Centro. Espinha dorsal do sistema de tráfego da metrópole, o BRT inclui milhares de quilômetros de rotas e transporta 1,8 milhões de passageiros por dia. Os passageiros pagam para entrar em uma das mais de 350 estações especialmente projetadas para reduzir os tempos de entrada e saída.
No total, são 465 linhas urbanas e metropolitanas operadas por 28 empresas privadas. “O principal atributo do BRT é que ele incorpora características do metrô por um custo cerca de 20 vezes menor por quilômetro”, explicou ao portal UOL Luís Antônio Lindau, pós-doutor em engenharia de tráfego e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A cidade é dona do maior número de veículos por habitantes entre as capitais brasileiras: 0,63 veículos/habitante, o triplo de Salvador (0,19) e superior à média nacional de 0,27, conforme dados de 2010 do IBGE - o que reforça a importância do desenvolvimento do BRT. “O nosso sistema de transporte não é excelente, mas funciona razoavelmente bem comparativamente com outras cidades brasileiras. Está bem estruturado, tem tarifa única, é integrado, eficiente do sistema de transporte na canaleta (via especial, onde trafegam alguns tipos de ônibus)”, observou Ricardo Antônio Almeida Bindo, supervisor de planejamento do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba (IPPUC), entidade ligada à prefeitura.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Espírito Santo terá primeiro bairro sustentável

Painéis solares
Serão usados painéis solares para aquecimento de água
São Paulo - Será construído um bairro solar no Espírito Santo. O projeto de quatro mil casas e 240 apartamentos em um conjunto habitacional com 15 prédios será implantado no município da Serra, na Grande Vitória. Em abril duas mil casas já devem ser entregues.
A promessa de entregar metade das casas já em abril tem condições de ser cumprida, pois de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento do estado alguns passos, como por exemplo, a instalação de painéis solares para aquecimento de água que possibilitam a substituição dos chuveiros elétricos, já foram dados.
Segundo o diretor geral da agência de serviços públicos de energia do Espírito Santo, Luiz Fernando Schettino, o chuveiro é responsável por 10% do consumo nacional de energia elétrica. "Além da economia que esses painéis vão proporcionar, principalmente nos horários de pico, essa energia poderá ser utilizada em outras coisas", afirma.
Para incentivar o uso racional e seguro da energia elétrica, a EDP Escelsa, uma das maiores distribuidoras de energia elétrica do Espírito Santo, investirá R$ 25,3 milhões em ações, sendo que 15% desse total serão usados no desenvolvimento do condomínio e do bairro solar.
O projeto será lançado apenas em dois barros, na Serra e em Cariacica, porém Schettino afirma que há pretensão da ideia ser implementada no interior do estado capixaba e outros projetos pilotos devem ser testados em bairros carentes.
A escolha dos bairros foi feita com base em estudos e cadastros que levou em conta a renda familiar e a capacidade das casas em suportarem os materiais.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Bairro solar na Alemanha produz quatro vezes mais energia do que consome

O bairro solar Schlierberg, em Friburgo, Alemanha, é capaz de produzir quatro vezes mais energia do que consome, provando que uma construção ecológica pode ser muito lucrativa.
O bairro é autossuficiente em energia e atinge isso através do seu projeto de energia solar, que utiliza painéis fotovoltaicos dispostos na direção correta. Parece uma estratégia simples mas, geralmente, os projetistas pensam nas instalações solares tardiamente, e dessa forma os painéis perdem parte de sua eficiência.
A vila, projetada pelo arquiteto alemão Rolf Disch, enfatiza a construção de casas e vilas que planejam as instalações solares desde o início do projeto, incorporando inteligentemente uma série de grandes painéis solares sobre os telhados. Os edifícios também foram construídos dentro das normas de arquitetura passiva, o que o permite produzir quatro vezes a quantidade de energia que consome.
O condomínio, com cerca de 11 mil m2, possui densidade média, tamanho balanceado, acessibilidade, espaços verdes e exposição solar.
Ao todo são 59 residências e um grande edifício comercial, chamado Solar Ship, que criam uma região habitável com o menor impacto ambiental possível. Nove das residências são apartamentos localizados na cobertura do edifício comercial. As residências multifamiliares possuem entre 75 e 162 m2.
Todas as casas são de madeira e construídas apenas com materiais de construção ecológicos. O conceito de cores foi desenvolvido por um artista de Berlim, Erich Wiesner.
As casas têm grande acesso ao aquecimento solar passivo e utilizam a luminosidade natural. Cada casa possui uma cobertura simples, com beirais largos, que permitem a presença do sol durante o inverno e protegem as casas durante o verão. Tecnologias avançadas como o isolamento a vácuo, aumentam o desempenho térmico do sistema da construção.
As coberturas possuem sistemas de captação de água da chuva. A água é utilizada na irrigação de jardins e nas descargas de vasos sanitários. Os edifícios também utilizam lascas de madeiras para o aquecimento no inverno, diminuindo ainda mais o impacto no ambiente.
As instalações permanecem livres de carros, graças à garagem abaixo do edifício comercial, onde é organizado um sistema de compartilhamento de automóveis.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

ONU anuncia início da Década da Biodiversidade

Década da Biodiversidade da ONU
ONU espera que os resultados nacionais da implementação do Plano Estratégico para Biodiversidade sejam comunicados pelos governos
São Paulo - As Nações Unidas anunciaram no último sábado (17) na cidade de Kanazawa, Japão, a “Década da Biodiversidade”. Durante os anos de 2011 a 2020, a ONU quer implementar planos estratégicos de preservação da natureza e encorajar os governos a desenvolver e comunicar resultados nacionais na implementação do Plano Estratégico para Biodiversidade.
“Garantir um verdadeiro desenvolvimento sustentável para o crescimento da família humana depende da diversidade biológica, dos bens vitais e dos serviços que ela nos oferece”, disse o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, em mensagem lida pelo Subsecretário-Geral para Comunicação e Informação Pública das Nações Unidas, Kiyo Akasaka.
Em sua própria declaração no lançamento da Década, o Sr. Akasaka salientou que ecossistemas estáveis ??têm a capacidade de criar empregos.
"Apoiando-os, sustentamos o aumento de emprego", disse ele. "Com o mundo passando por uma explosão de jovens, o uso sustentável da biodiversidade não é uma abordagem “ecológica” isolada, mas um pilar indispensável do desenvolvimento sustentável para as gerações futuras", disse Akasaka.
No seu discurso, Akasaka ressaltou ainda a capacidade humana será testada nessa década. “Não podemos reverter a extinção. Podemos, no entanto, prevenir a extinção futura de outras espécies. Para os próximos dez anos nosso comprometimento será de proteger mais de oito milhões de espécies e nossa sabedoria em contribuir com o equilíbrio da vida será posta à prova”, complementou o Subsecretário-Geral.

Fonte: Jornal do Meio Ambiente

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O marketing ambiental e a modelagem vede

Por Hugo Weber Jr.
“Para o setor econômico, o meio ambiente
não é uma ameaça e sim uma oportunidade”.

                                                                                                                                 Paul de Baker
Embora a preocupação do público consumidor com a qualidade ambiental não seja nova, o uso destas ansiedades pelos profissionais em marketing para vender produtos e serviços tem uma história relativamente curta. Antes da recente onda de preocupação, os benefícios projetados como sendo associados aos produtos  tendiam a incidir sobre os desejos e necessidades do comprador ou dos grupos familiares ou de referência imediata que aqueles que representavam. Contudo, muito dos produtos amigos do ambiente da “nova onda” tem sido vendidos de modo a gerar no consumidor preocupação por questões ambientais mais novas.
Alguns produtos têm apenas benefícios indiretos em termos de qualidade ambiental e têm de ser tratados de modo diferente pelos profissionais em marketing. Produtos como detergentes em pó concentrados, que reivindicam benefícios ambientais porque se usa menos pó, proporcionam um exemplo. Essas reivindicações poderiam ser consideradas ilegítimas se forem considerados que os fabricantes estão simplesmente invocando características alternativas para ingredientes e tecnologias existentes, em vez de procurarem substitutos menos nocivos.
De fato, pode-se argumentar que estes fabricantes estão mais preocupados em realçar a sua imagem empresarial “verde” para dar aos seus produtos legitimidade no quadro das preocupações ambientais. Tomando ainda o exemplo dos detergentes em pó concentrados, o fato de um pó ser mais concentrado não significa que seu impacto ambiental seja menor. Na verdade, pode-se dizer que determinados pós podem causar maior impacto, devido à presença de enzimas, do que os tradicionais menos concentrados.
Vários elementos do chamado marketing “verde”, levantam uma quantidade de questões importantes que necessitam ser abordadas pelos especialistas em marketing. A primeira relaciona-se com a função básica do marketing de ligar a produção e o consumo no âmbito das exigências da sociedade quanto às questões ambientais.
marketing deve permitir que as empresas forneçam produtos que o mercado deseje. A questão que precisa ser colocada é se o marketing moldará esses desejos ao invés de corresponder-lhes. Isto leva-nos à segunda questão, nomeadamente, se estarão as empresas a usar práticas responsáveis demarketing no que se refere às questões ambientais.
Para isso exige-se uma mudança fundamental no paradigma de valores dominantes no marketing e, mais amplamente, no meio empresarial em geral. Fundamental neste processo será o papel da formação em marketing “verde” ou marketing ambiental.
Essa questão é fundamental e baseia-se num simples fator a ser tomado pelos profissionais que produzem o marketing nas empresas. Trata-se da Resolução Ambiental.
TAREFAS
A primeira tarefa da Resolução Ambiental pelos profissionais em marketing, a condição indispensável para garantir o sucesso, é acordar os que adormeceram, fazendo com que fiquem ativos e atentos; é assegurar que cada um se sinta dono do mundo, de seu país, de sua empresa, escritório ou instituição. ISTO É O PRINCIPAL.
A tarefa seguinte é conscientizar e envolver os indivíduos e a coletividade em todos os processos ambientais. ISTO É O MAIS IMPORTANTE.
A Resolução Ambiental é uma necessidade mercadológica para um mundo abarrotado de problemas ambientais, ecológicos, sociais e econômicos, mergulhados na pobreza, atraso e doença.
Somos estudantes e nosso professor é a vida.
Acreditamos que cada vez mais profissionais em marketing perceberão que a integridade de nosso mundo será acentuada através do marketing “verde” por intermédio da Resolução Ambiental, no sentido amplo da palavra.
Fazer a lição de casa e deveres, receber boas notas de nosso principal professor, a vida, para estarmos no Século XXI bem preparados e seguros de que haverá mais progresso, conforto e muito mais consciência ambiental.
Essas são as tarefas do marketing ambiental.
Fonte: Jornal do Meio Ambiente

domingo, 18 de dezembro de 2011

Noruega faz nova doação ao Fundo Amazônia



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A Amazônia possui sete milhões de km2 e é a maior floresta tropical do mundo

A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, anunciou nesta sexta-feira, 16 de dezembro, que a Noruega irá fazer uma nova doação no valor de R$312 milhões para o Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor equivale a um aumento de 30% no que havia sido previsto originalmente para o ano de 2010. Este aumento está relacionado à queda do desmatamento na Amazônia no ano passado.
O diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires, destacou que o aumento da doação pelos noruegueses sinaliza o reconhecimento internacional às ações do Brasil voltadas para reduzir o desmatamento na Amazônia, por meio do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento (PPCDAM), que vem proporcionando ano após ano queda das taxas. Ele acrescenta que o dinheiro vai apoiar mais projetos que contribuam para diminuir ainda mais o desflorestamento no bioma.
Fundo Amazônia
Foi criado em 2008 com o objetivo de aptar doações para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, conservação e uso sustentável das florestas da Amazônia. A Noruega foi o primeiro país a doar recursos para o Fundo no montante de 1 bilhão de dólares que serão aportados até 2015.
O Fundo Amazônia, considerado uma das iniciativas pioneiras de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) no mundo, é uma iniciativa do governo brasileiro.
Fonte: Jornal do Meio Ambiente

sábado, 17 de dezembro de 2011

Biodiversidade pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos

Biodiversidade
Pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados.
Diversidade biológica
" significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica)
 
 Mais claramente falando, diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, hábitats e ecossistemas formados pelos organismos. Biodiversidade refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre hábitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). Biodiversidade inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes.

 A Biodiversidade éuma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora considere-se que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade.

Impactos sobre a biodiversidade
 Tanto a comunidade científica internacional quanto governos e entidades não-governamentais ambientalistas vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o mundo, e, particularmente nas regiões tropicais. A degradação biótica que está afetando o planeta encontra raízes na condição humana contemporânea, agravada pelo crescimento explosivo da população humana e pela distribuição desigual da riqueza. A perda da diversidade biológica envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos.
Em anos recentes, a intervenção humana em hábitats que eram estáveis aumentou significativamente, gerando perdas maiores de biodiversidade. Biomas estão sendo ocupados, em diferentes escalas e velocidades. Áreas muito extensas de vegetação nativa foram devastadas no Cerrado do Brasil Central, na Caatinga e na Mata Atlântica. É necessário que sejam conhecidos os estoques dos vários hábitats naturais e dos modificados existentes no Brasil, de forma a desenvolver uma abordagem equilibrada entre conservação e utilização sustentável da diversidade biológica, considerando o modo de vida das populações locais.
Como resultado das pressões da ocupação humana na zona costeira, a Mata Atlântica, por exemplo, ficou reduzida a aproximadamente 10% de sua vegetação original. Na periferia da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são encontradas áreas com mais de 500 espécies de plantas por hectare, muitas dessas são árvores de grande porte, ainda não descritas pela ciência.

 Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são:
  1. Perda e fragmentação dos hábitats;
  2. Introdução de espécies e doenças exóticas;
  3. Exploração excessiva de espécies de plantas e animais;
  4. Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento;
  5. Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e
  6. Mudanças Climáticas.
 As inter-relações das causas de perda de biodiversidade com a mudança do clima e o funcionamento dos ecossistemas apenas agora começam a ser vislumbradas.
Três razões principais justificam a preocupação com a conservação da diversidade biológica. Primeiro porque se acredita que a diversidade biológica seja uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. Segundo porque se acredita que a diversidade biológica representa um imenso potencial de uso econômico, em especial pela biotecnologia. Terceiro porque se acredita que a diversidade biológica esteja se deteriorando, inclusive com aumento da taxa de extinção de espécies, devido ao impacto das atividades antrópicas.
 O Princípio da Precaução, aprovado na Declaração do Rio durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD (Rio-92), estabelece que devemos agir já e de forma preventiva, ao invés de continuar acomodados aguardando a confirmação das previsões para então tomar medidas corretivas, em geral caras e ineficazes.

Riqueza de espécies
 O Brasil tem uma área de 8,5 milhões km², ocupando quase a metade da América do Sul. Essa área possui várias zonas climáticas que incluem o trópico úmido no norte, o semi-árido no nordeste e áreas temperadas no sul. As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A maior floresta tropical úmida (Floresta Amazônica) e a maior planínice inundável (o Pantanal) do mundo se encontram nesses biomas, além do Cerrado (savanas e bosques), da Caatinga (florestas semi-áridas) e da Mata Atlântica (floresta tropical pluvial). O Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km² com uma variedade de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.
 A variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileiras, tornando-as as mais diversas do mundo. Muitas das espécies brasileiras são exclusivas no mundo (endêmicas). O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta. Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba.
O Brasil abriga o maior número de primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios com 516 espécies; e de animais vertebrados com 3.010 espécies de vertebrados vulneráveis, ou em perigo de extinção. O país conta também com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55 mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Possui por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também 3.000 espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do mundo.

 O Brasil é agraciado não só com a maior riqueza de espécies mas, também, com a mais alta taxa de endemismo. Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em todo o planeta.

 A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e talvez nunca venha a ser, tal a sua magnitude e complexidade. Sabendo-se, entretanto, que para a maioria dos seres vivos o número de espécies no território nacional, na plataforma continental e nas águas jurisdicionais brasileiras é elevado, é fácil inferir que o número de espécies, tanto terrestres quanto marinhas, ainda não identificadas, pode alcançar valores da ordem de dezena de milhões no Brasil.
Apesar da riqueza de espécies nativas, a maior parte de nossas atividades econômicas está baseada em espécies exóticas. Nossa agricultura está baseada na cana-de-açúcar proveniente da Nova Guiné, no café da Etiópia, no arroz das Filipinas, na soja e na laranja da China, no cacau do México e no trigo da Ásia Menor. A silvicultura nacional depende de eucaliptos da Austrália e de pinheiros da América Central. A pecuária depende de bovinos da Índia, de eqüinos da Ásia Central e de capins Africanos. A piscicultura depende de carpas da China e de tilápias da África Oriental, e a apicultura está baseada em variedades da abelha-europa provenientes da Europa e da África Tropical.
 É fundamental que o país intensifique a implementação de programas de pesquisa na busca de um melhor aproveitamento da biodiversidade brasileira e continue a ter acesso aos recursos genéticos exóticos, também essenciais para o melhoramento da agricultura, pecuária, silvicultura e piscicultura nacionais.
 Essa necessidade está ligada à importância que a biodiversidade ostenta na economia do país. Somente o setor da Agroindústria responde por cerca de 40% do PIB brasileiro , calculado em US$ 866 bilhões no ano de 1997), o setor florestal por 4% do PIB e o setor pesqueiro por 1% do PIB. Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, especialmente destacando café, soja e laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, contando o álcool da cana-de-açúcar e a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz energética nacional e em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda energética industrial e residencial. Grande parte da população brasileira utiliza-se de plantas medicinais na solução de problemas corriqueiros de saúde. A diversidade biológica constitui, portanto, uma das características de recursos ambientais, fornecendo produtos para exploração e consumo e prestando serviços de uso indireto. É importante, portanto, a disseminação da prática da valoração da diversidade biológica. A redução da diversidade biológica compromete a sustentabilidade do meio ambiente e a disponibilidade permanente dos recursos ambientais.
 Cálculos sobre a biodiversidade global, conduzidos por E.O. Wilson, da Universidade de Harvard, indicavam, em 1987, a existência de mais de 5 milhões de espécies de organismos. Entretanto, coletas intensivas conduzidas à época, principalmente na floresta tropical úmida, e com atenção concentrada nos insetos, permitiram projetar valor da ordem de 30 milhões de espécies. Novos trabalhos recentemente conduzidos estimaram que a biodiversidade do planeta pode alcançar valores ainda muito mais elevados, sendo admitida uma amplitude que vai de 10 a 100 milhões de espécies. A realidade dos fatos, entretando, é que o número de espécies hoje conhecido em todo o planeta está em torno de 1,7 milhões, valor que atesta o elevado grau de desconhecimento da biodiversidade, mormente nas regiões tropicais.
 
 Fonte: Jornal do Meio Ambiente