O plano de compra de títulos,essencial para a estabilidade do bloco, está sendo avaliado pela Alemanha.
A política monetária "acomodativa" ainda é apropriada para o Banco Central Europeu (BCE), cujo plano de compra de títulos é essencial agora uma vez que as mudanças de política em outros lugares reverberam ao redor do mundo, disse o presidente do BCE, Mario Draghi.
Em declarações preparadas para um discurso em Berlim, Draghi defendeu o plano de compra de títulos - conhecido como Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês) - que ele idealizou no ano passado para afastar o risco de um colapso na Zona do Euro, afirmando que o bloco está mais estável como resultado do plano.
"De fato, eu diria que o OMT é até mais essencial agora, à medida que vemos mudanças potenciais na postura de política monetária com incerteza associada em outras jurisdições da economia global integrada", disse ele no discurso.
As declarações de Draghi foram uma referência levemente velada aos planos do Federal Reserve, (Fed, banco central dos Estados Unidos), de interromper suas medidas monetárias ultrafrouxas. O Fed é o primeiro dos principais bancos mundiais a traçar um plano desse tipo.
O BCE ainda não ativou o programa OMT, o qual está sendo avaliado pela Corte Constitucional da Alemanha depois que mais de 35 mil alemães entraram com reclamações contra o programa que permite ao banco comprar a dívida dos países-membros da zona do euro com problemas.
Draghi destacou que os governos têm que se comprometer com as reformas para que o BCE ative o plano, acrescentando que os países "centrais" da zona do euro, como a Alemanha, beneficiaram-se do programa, visto que ele diminuiu os riscos de colapso e os custos associados.
O BCE vê alguns sinais de estabilização na confiança na economia da zona do euro, embora as incertezas permaneçam, disse Draghi.
"Em termos de política monetária, a estabilidade de preços está garantida, e o cenário econômico geral ainda requer uma postura acomodativa", acrescentou ele.
"E nós esperamos que o estímulo monetário e as melhoras nos mercados financeiros sustentem a recuperação mais tarde neste ano".Pressionando os governos a fazerem mais para lidar com a crise da zona do euro, ele disse que a política monetária é "apenas uma pequena parte da agenda política geral para a superação da crise".
Ele pediu aos governos que busquem reformas estruturais e consolidação fiscal favorável ao crescimento, e que continuem com os planos de uma união bancária europeia.
Fonte: Brasil Econômico
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