BRASÍLIA, 4 Jun (Reuters) - Produtores da agricultura empresarial terão 136 bilhões de reais à disposição para financiar a safra 2013/14, 18 por cento a mais que na temporada anterior, com recursos adicionais para investir em armazenagem de grãos, um setor deficitário no país, anunciou o governo federal nesta terça-feira.
O chamado Plano Safra inclui 97,6 bilhões de reais para custeio e comercialização, segundo o Ministério da Agricultura, e outros 38,4 bilhões de reais em crédito para programas de investimento.
Em 2012/13 o plano previa liberação total de 115,2 bilhões de reais.
Em meio a uma safra recorde que enfrenta dificuldades para o escoamento, devido à logística deficitária no país, o governo também anunciou uma linha de financiamento especial para investimentos em armazenagem privada.
Serão liberados 25 bilhões de reais pelos próximos cinco anos, estando 5 bilhões disponíveis já para este ano. O prazo de pagamento será de 15 anos, com taxa de juros de 3,5 por cento ano.
"É um valor que corresponde a 65 milhões de toneladas (de armazenagem)", disse o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, durante cerimônia de lançamento do plano, em Brasília. "Vamos suprir a deficiência de armazenagem que o Brasil tem hoje."
O ministro avalia que os investimentos permitirão que a capacidade de armazenagem do país se equipare ao volume de produção.
Andrade projetou uma safra total de grãos de 190 milhões de toneladas em 2013/14, contra uma colheita estimada em mais de 184 milhões de toneladas para a temporada 2012/13.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão que administra os armazéns federais, receberá aporte de 500 milhões de reais, anunciou Andrade.
Deste total, 350 milhões serão investidos em novos armazéns e 150 milhões em melhorias de armazéns antigos.
COMERCIALIZAÇÃO
Para apoiar a comercialização, o novo Plano Agrícola e Pecuário terá 5,6 bilhões de reais, alta de 200 milhões de reais ante o programa anterior.
Deste total, 2,5 bilhões se destinam à aquisição de produtos e manutenção de estoque e 3,1 bilhões para equalização de preços --valor estável ante o plano anterior--, de maneira a garantir o preço mínimo ao produtor.
JUROS
Como de costume, os juros dos financiamentos aos agricultores ficarão abaixo das taxas de mercado.
Do montante previsto no plano, 115,6 bilhões de reais terão taxas "controladas".
A taxa média será de 5,5 por cento ao ano, mas algumas linhas terão custo ainda menor. No plano anterior, a taxa de referência ficou em 5,5 por cento.
A aquisição de máquinas agrícolas e equipamentos de irrigação terão juros de 3,5 por cento. A taxa para agricultores de médio porte será de 4 por cento e a dos financiamentos de práticas sustentáveis de 5 por cento.
SEGURO AGRÍCOLA
Outra novidade do plano é o aumento da subvenção ao prêmio do seguro rural.
"O governo elevou em 75 por cento os valores para este ano, passando de 400 milhões para 700 milhões de reais", disse o ministro Andrade.
Do total, 75 por cento serão aplicados em regiões e produtos agrícolas prioritários, com subvenção de 60 por cento do custo da importância segurada.
A expectativa é segurar uma área superior a 10 milhões de hectares e beneficiar 96 mil produtores.
Fonte: Reuters Brasil
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