Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mesmo com zeragem do IOF, dólar fecha pregão em alta

Cenário externo, e declarações de autoridades contribuem para movimento, que puxou a curva de juros futuros para cima.

O dólar chegou a cair 1,64% frente ao Real na manhã desta quarta-feira (5/6), na mínima do dia, quando bateu em R$ 2,094, em resposta à medida anunciada na noite de terça pelo governo, que zerou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplica em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era de 6%.

No entanto, uma combinação de eventos, externos e internos, reverteu a trajetória descendente da moeda americana, que então alcançou a máxima de R$ 2,145, quando subiu 0,75%, e trouxe o Banco Central (BC) de volta ao mercado cambial doméstico com um leilão no qual vendeu US$ 1,37 bilhão no mercado futuro.

O leilão da autoridade, realizado em torno do meio dia, fez a alta da divisa dos Estados Unidos perder força, mas não foi suficiente para reverter sua tendência mais uma vez - o dólar terminou a sessão com uma leve valorização de 0,09% contra o Real, cotado a R$ 2,131 na venda.

O fator externo que contribuiu para a alta do dólar ante a moeda brasileira, e também ante outras divisas de economias atreladas a commodities, foi o dado pior que o esperado sobre o mercado de trabalho americano, que reportou a criação de 135 mil vagas no setor privado em maio. Os analistas esperavam 165 mil.

Com isso, os índices acionários das Bolsas americanas registraram quedas superiores a 1%, e o dólar avançava 1% frente ao peso mexicano, e 1,15% contra seu par australiano.

Dessa vez não ganhou força, como tem sido recorrente entre os agentes nas últimas semanas, a percepção de que dados ruins da maior economia do globo poderiam levar a uma postergação na redução do programa de compra de ativos do Federal Reserve, e que geralmente favorece um pregão de perdas globais do dólar.

"O Real já estava desvalorizando quando a Dilma [Rousseff] declarou que o governo não tem instrumentos para intervir no dólar, o que acelerou o ritmo de elevação da moeda", fala Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB.

Foi pouco tempo depois da afirmação presidencial que o BC anunciou o leilão para conter a alta do dólar.

"Nós não temos medida nenhuma para segurar o dólar, eu queria informar que esse país adota o regime de câmbio flexível", falou a presidente, em resposta ao questionamento da imprensa sobre possíveis novas medidas para elevar a entrada de liquidez no país.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também veio a público para falar sobre a zeragem da alíquota do IOF, e não trabalhou a favor da depreciação da divisa americana.

"A medida é de longo prazo. não é para ter efeito imediato", ponderou o ministro.

Juros

No mercado de juros futuros da BM&F, a curva iniciou a sessão em queda, acompanhando o câmbio doméstico, mas, conforme o dólar passou a avançar, os prêmios passaram a subir.

O dólar mais valorizado prejudica a inflação mais à frente com o encarecimento dos importados.

Mais negociado, com giro de R$ 41,635 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014, com mínima em 8,41%, avançou dos 8,43% da véspera para 8,50%, enquanto o para janeiro de 2015, com mínima em 8,87%, foi de 8,94% para 9,10%.

Fonte: Brasil Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário