Banco Central anunciou que irá postergar o vencimento de US$ 5,04 bilhões em contratos de venda de dólar no mercado futuro.
SÃO PAULO - Após abrir em alta no mercado brasileiro, alinhado ao desempenho em relação a moedas commodities no exterior, o dólar renovou a cotação máxima, após o Banco Central anunciar, nesta sexta-feira, 16, a rolagem do vencimento de US$ 5,04 bilhões em contratos de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro) que vencem em 2 de setembro de 2013.
Às 11h11, o dólar à vista estava na máxima, a R$ 2,353 (+0,43%), de uma mínima de R$ 2,3480 (+0,21%), registrada após a abertura. "Com a alta do dólar ante moedas commodities lá fora e os problemas com a economia doméstica (crescimento baixo, inflação elevada e fluxo cambial negativo), a tendência é de alta do dólar", disse um operador de tesouraria de um banco.
O Banco Central antecipou na quinta-feira, 15, à noite que, "além desta rolagem de swap, continuará com sua política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio". Por causa disso, há expectativas entre operadores de câmbio de que a autoridade monetária poderá conter uma volatilidade excessiva do dólar ante o real. Porém, esses profissionais não acreditam que as atuações do BC, mesmo reforçadas com ofertas adicionais, devem mudar a tendência mundial de valorização da moeda norte-americana em meio à aposta crescente de início da retirada dos estímulos à economia nos Estados Unidos em setembro.
Para rolar esse vencimento de 2 de setembro, segundo um operador de uma corretora, a autoridade fará mais de um leilão, a exemplo do que ocorreu na segunda quinzena de julho, quando foram realizados seis operações para concluir a rolagem integral do vencimento de 1º de agosto, num total de US$ 5,7 bilhões.
Desde que começou neste ano a intervir no câmbio com operações de swap cambial, em 31 de maio, o BC já vendeu um volume aproximado de US$ 33 bilhões desses contratos, com o objetivo de conter a volatilidade do dólar, acentuada em âmbito mundial pelas incertezas em torno da redução do programa de compra de bônus pelo Federal Reserve. Ainda assim, a moeda norte-americana acumula uma alta de 2,85% ante o real em agosto e de 14,57% neste ano.
Os agentes de câmbio monitoram um desempenho misto do dólar no exterior. A divisa dos EUA opera perto da estabilidade ante o euro e o iene e oscila com viés de alta diante de moedas correlacionadas a commodities.
Para um operador de tesouraria de um banco nacional, o índice de sentimento do consumidor preliminar de agosto, medido pela Universidade de Michigan e previsto para às 10h55, deve dar uma direção mais clara para o segmento de moedas ao apoiar a discussão sobre a condução da política monetária americana. A expectativa dos analistas é que esse índice suba a 85,5, ante 83,9 em julho.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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