SÃO PAULO, 30 Ago (Reuters) - O crescimento acima do esperado da economia brasileira no segundo trimestre "não muda muito" a condução da atual política monetária, afirmou nesta sexta-feira à Reuters uma importante fonte da equipe econômica, para quem a atividade deve voltar a acelerar no quarto trimestre.
Para a fonte, que falou sob condição de anonimato, o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai desacelerar no terceiro trimestre ante o período de abril a junho, devido aos problemas generalizados de confiança.
"(O terceiro trimestre) pode ficar retraído, até pelo efeito estatístico, mas a partir daí pode movimentar a economia", afirmou a fonte, acrescentando, porém, que avalia ser "muito difícil" a economia crescer perto de 3 por cento neste ano.
No segundo trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,5 por cento ante os três primeiros meses do ano, conforme divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio bastante acima das previsões.
O Banco Central iniciou um ciclo de aperto monetário em abril passado. Desde então, já elevou a taxa básica de juro Selic em 1,75 ponto percentual, para o atual patamar de 9 por cento ao ano, para combater a inflação elevada, apesar de a economia ter perdido fôlego.
Com a recente valorização do dólar ante o real e as preocupações com seu impacto nos preços, parte do mercado começou a prever que a autoridade monetária pode estender o ciclo de aperto monetário até janeiro de 2014, levando a Selic a 10 por cento ao ano.
Para a fonte, esse movimento no câmbio --que chegou a levar na semana passada a divisa norte-americana ao patamar de 2,45 reais, o maior em quase cinco anos-- não vai atrapalhar a atividade econômica e, no médio prazo, pode até mesmo ajudar, por tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.
"A grande questão é atravessar esse período de transição... Se conseguirmos isso, vamos ter atividade melhor", afirmou a fonte, referindo-se às expectativas sobre o início da retirada dos estímulos monetários feitos pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, que afetarão a liquidez nos mercados globais.
Fonte: Reuters Brasil
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