Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bancos estrangeiros tem custos em dobro no país

Instituições negociam com o governo como reduzir despesas com o cumprimento das exigências daqui, que se somam às dos países de origem.

Aumentar o número de sócios, criar um programa de certificação de profissionais e trabalhar pela redução de custos de observância - os gastos que os bancos tem para obedecer a legislação vigente para o setor.

Essas serão as três principais frentes de atuação da Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI) nos próximos dois anos, segundo a nova presidente da entidade Deborah Vieitas.

A executiva, que também preside a Caixa Geral Brasil, filial da Caixa Geral de Depósitos de Portugal, assumiu o cargo na ABBI no final de junho, depois de dois meses como interina e dois anos como vice. "Os bancos estrangeiros precisam cumprir regras locais e também as dos países onde estão as matrizes, ou seja, os custos são duas vezes mais altos. Isso precisa mudar, pois outros custos operacionais no Brasil, como o trabalhista, são muito mais altos do que no exterior", diz Deborah.

A executiva lembrou que o programa Otimiza BC, lançado em fevereiro - que visa exatamente reduzir os custos de observância dos bancos no Brasil - é resultado de discussões das quais a ABBI participou. Um dos avanços obtidos, segundo Deborah, foi a desobrigação de publicação de balanços trimestrais por bancos estrangeiros que não tem capital aberto no país.

O papel da entidade, diz Deborah, é promover o diálogo entre as instituições financeiras internacionais e as autoridades de supervisão e outros participantes do sistema financeiro brasileiro. A ABBI faz parte, por exemplo, de uma comissão que reúne Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Acrefi (a associação que reúne entidades de crédito imobiliário e poupança) para discutir com o BC a implantação de cadastro positivo.

O projeto para desenvolver um programa de certificação prevê que a própria ABBI seja certificadora dos profissionais de compliance dos bancos, criando um selo de qualidade profissional."A ideia é identificar as áreas onde os bancos estrangeiros tem larga experiência global e criar programas de certificação", diz Deborah, que usa o exemplo das certificações de analistas de investimento, criados pela Anbima (a associação dos bancos de investimento).

Em relação ao número de associados, Deborah diz que a ideia é ampliar o escopo - ou seja, chamar outros tipos de instituições financeiras estrangeiras para participar, como corretoras, distribuidoras e fundos de investimentos, além dos bancos e escritórios de representação. "O Brasil tem grande potencial para atrair investimentos de longo prazo de instituições estrangeiras, dado o tamanho de seu mercado, sua democracia plena e em funcionamento, sua boa infraestrutura (apesar das melhorias que ainda são necessárias) e à qualidade e quantidade de talentos de que dispõe", diz.

As 94 instituições que fazem parte da ABBI representam 29% do patrimônio líquido de todos os bancos que compõem hoje o sistema financeiro brasileiro; aproximadamente 20% dos ativos totais; quase 16% dos depósitos totais; cerca de 18% das operações de crédito e 20% do total de crédito concedido por bancos no país.

Deborah quer ainda criar dois novos comitês técnicos de alta especialização: o de riscos (para contribuir de forma mais efetiva com sugestões na área de análise de riscos e controles internos das instituições) e outro para discutir os pleitos das novas entidades associadas (corretoras, distribuidoras e gestoras, entre outras).

Deborah recebeu em 2011 o convite de Hélio Duarte, presidente da ABBI e diretor de relações institucionais do HSBC, para ocupar a vice-presidência por dois anos. Duarte aposentou-se do banco em maio, mas aceitou convite para integrar o conselho do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Fonte: BBC Brasil

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