A economia dos Estados Unidos entrou no segundo trimestre do ano mais fortalecida do que o previsto, com uma expansão maior do PIB, um pequeno aumento nos lucros das empresas e consumidores dando mostras de otimismo em meio a uma recuperação do mercado imobiliário.
Mas as perspectivas para o resto do ano continuam obscurecidas pela ameaça de batalhas orçamentárias renovadas em Washington, um aumento das taxas de juros de hipotecas, mercados internacionais debilitados e uma crise no Oriente Médio, que está dando impulso aos preços do petróleo.
Um fortalecimento das exportações e um aumento no investimento das empresas e nos gastos dos consumidores ajudaram o produto interno bruto dos EUA a crescer a uma taxa anualizada de 2,5% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio. Isso marcou uma melhora significativa tanto em relação aos primeiro trimestre, quando a economia havia crescido a uma taxa anualizada de 1,1%, quanto comparado à estimativa preliminar do governo de uma expansão de 1,7% no segundo trimestre. Os dados mais recentes indicam que a produção econômica per capita dos EUA finalmente voltou a seu pico anterior à crise financeira, alcançado no fim de 2007.
Altos funcionários do Federal Reserve, o banco central americano, provavelmente verão os resultados favoráveis como um suporte para o argumento de que o Fed pode começar a reduzir seu programa de US$ 85 bilhões ao mês de compra de títulos de dívida. O Fed tem esperado uma melhora da economia que ajude as empresas a aumentar suas contratações, de forma a reduzir a taxa de desemprego. Na próxima semana, o governo vai divulgar seu relatório de agosto sobre as folhas de pagamento e o desemprego, dados que também serão observados de perto.
Os investidores gostaram da notícia. A Média Industrial Dow Jones Industrial subiu ligeiramente ontem, fechando em 14.840,95 pontos.
A revisão para cima sugere que a recuperação, ainda que não seja significativa, permanece notoriamente resistente em meio a uma série de desafios, incluindo aumentos de impostos e cortes de gastos em Washington. Os economistas tinham previsto anteriormente que o crescimento desaceleraria bruscamente no meio do ano, mas, em vez disso, ele parece ter acelerado.
Os dados de crescimento se somam a outros sinais de que a economia está de volta aos trilhos. O crescimento do emprego se manteve estável no ano passado e a taxa de desemprego caiu de um pico de 10% para 7,4%. O mercado imobiliário está finalmente ganhando força, apesar de que um recente aumento nas taxas de juros das hipotecas esteja sendo vigiado de perto como um potencial vento contrário. A confiança do consumidor está aumentando e os lucros das empresas se recuperaram no segundo trimestre, depois de cair na primeira parte do ano.
Um fator-chave nas revisões do governo foi um salto anualizado de 8,6% nas exportações no segundo trimestre. As empresas também aumentaram seus investimentos, elevando estoques e ampliando a infraestrutura.
Certamente, uma expansão de 2,5 % fará pouco para fechar o rombo aberto pela recessão. Relatórios econômicos recentes, incluindo os dados desta semana sobre as encomendas de bens duráveis em julho, continuam decepcionando. E alguns economistas dizem que o desempenho das exportações no segundo trimestre não se repetirá, já que as empresas que aumentaram seus estoques agora não terão de fazê-lo novamente mais tarde, efetivamente prejudicando o crescimento econômico futuro.
Um aspecto animador no relatório de quinta-feira foi a alta de 2,6% nos lucros das empresas, depois de terem caído 0,6% no primeiro trimestre. Embora as empresas já estejam com os cofres cheios de dinheiro, mais lucros sugerem que elas podem estar em uma posição ainda melhor para contratar e investir nos próximos meses. Um relatório separado do governo na quinta-feira mostrou que os pedidos iniciais de seguro-desemprego por trabalhadores continuou a cair na semana passada. Esses pedidos têm se mantido próximos da média mais baixa de cinco anos desde o fim de julho.
Fonte: The Wall Street Journal
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