Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Petrobras sobe 5,3% com possível alta da gasolina e puxa Bolsa; dólar comercial cai

Notícias sobre um possível reajuste de combustíveis impulsionaram as ações da Petrobras nesta quinta-feira (22) e ajudaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a subir 1,97%, aos 51.397 pontos.

As ações mais negociadas da Petrobras fecharam em alta de 5,31%, a R$ 18,26. Já as ordinárias (com direito a voto) encerraram o dia com avanço de 5,33%, para R$ 17,39. Juntos, esses papéis equivalem a 10,65% do Ibovespa.

Segundo analistas, o ganho foi estimulado pela notícia de que membros do governo federal dão como certo um novo reajuste nos combustíveis ainda neste ano.

"Para equacionar o caixa da companhia e deixá-la apta para executar seu plano de negócios, a Petrobras necessita reajustar os preços dos derivados para que amenize o prejuízo no segmento de abastecimento", diz William Alves, analista da XP Investimentos.

De acordo com Julio Hegedus, economista da Lopes Filho Consultoria de Investimentos, mesmo que ainda não haja definições sobre como seria esse possível reajuste, a notícia é positiva para a estatal.

"O mercado fala em reajuste de 6% na gasolina. O tamanho pode não ser suficiente para acabar com o prejuízo da Petrobras, mas qualquer aumento no preço já ameniza bastante a situação da companhia", afirma.

As ações da mineradora Vale também avançaram nesta quinta, afetadas por dados positivos da China --seu principal cliente internacional-- o que alimenta perspectiva de demanda elevada por minério. A atividade industrial chinesa registrou em agosto o maior nível em quatro meses, de acordo com dados preliminares divulgados pelo HSBC e pela consultoria Markit.

Os papéis preferenciais da mineradora encerraram o dia com avanço de 4,15%, a R$ 32,40. Os ordinários fecharam com alta de 3,57%, a R$ 36,26.

Também animou o mercado a notícia de que a atividade da indústria e dos serviços da zona do euro avançou em agosto para o maior nível em 26 meses, segundo a pesquisa preliminar do Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

No Brasil, a taxa de desemprego desacelerou e foi a 5,6% em julho, abaixo da registrada no mês anterior (6%) e melhor que as estimativas dos analistas (5,8%). Apesar disso, foi superior à taxa de julho de 2012 (5,4%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A maior alta do pregão desta quinta foram os papéis da petroleira OGX, do empresário Eike Batista, que subiram 10%, a R$ 0,77. As ações da MRV Engenharia subiram 5,11%, e as da Marfrig tiveram valorização de 4,92%.

No sentido contrário, as ações da mineradora MMX, de Eike, caíram 2,61%, enquanto os papéis da empresa de logística LLX tiveram queda de 2,44%. As ações da BM&FBovespa perderam 1,38%, as da BR Malls tiveram desvalorização de 1,31% e os papéis da Duratex caíram 1,28%.

DÓLAR

O dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,77%, a R$ 2,432, um dia depois de ter batido recorde e fechado a R$ 2,451 na venda, maior valor desde 9 de dezembro de 2008.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com leve alta de 0,08%, aos R$ 2,429, maior valor desde 3 de março de 2009.

Para conter a alta da moeda americana, o Banco Central brasileiro fez um leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos todos os 20 mil contratos oferecidos, com vencimento em 1º de abril de 2014, por US$ 986,4 milhões.

O BC também realizou dois leilões de linha de crédito nesta manhã. Na primeira operação, cuja data de recompra era em 1º de novembro deste ano, a autoridade não aceitou lance algum. Já na segunda operação, a taxa de recompra foi de R$ 2,568759 em 1º de abril de 2014.

A escalada recente da moeda americana tem relação com as dúvidas de investidores com o fim do programa de recompra de títulos do Fed (banco central americano).

Para injetar recursos na economia, o Fed recompra mensalmente, desde 2009, US$ 85 bilhões em títulos do governo --como parte do dinheiro vira investimentos em outros países, inclusive o Brasil, a possibilidade de um corte no incentivo já em setembro, quando haverá uma nova reunião do Fed, desagrada o mercado.

Os investidores preveem que, encerrada a recompra de títulos, o próximo passo será o aumento do juro dos EUA, hoje quase zero. Juro mais alto deixa os títulos do Tesouro americano, remunerados pela taxa, mais atraentes que aplicações de maior risco, como Bolsas, especialmente de emergentes.

Fonte: Folha de S. Paulo

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