Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Desemprego no Brasil cai pela 1ª vez no ano, rendimento recua pelo 5º mês

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 22 Ago (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil caiu pela primeira vez neste ano ao atingir 5,6 por cento em julho, menor taxa desde fevereiro, mas ao mesmo tempo o rendimento real da população recuou pela quinta vez seguida.

Em junho, a taxa de desemprego havia atingido o patamar mais alto desde abril de 2012 ao chegar a 6,0 por cento. Em fevereiro deste ano o desemprego também atingiu 5,6 por cento.

O número divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, cuja mediana de 21 projeções apontou que a taxa atingiria 5,8 por cento.

A última queda do desemprego tinha acontecido em dezembro passado, quando atingiu a mínima histórica de 4,6 por cento num momento sazonalmente favorável pelas festas de fim de ano.

Na avaliação de analistas, o resultado aponta para uma moderação do mercado de trabalho.

"Em termos ajustados sazonalmente, o desemprego permaneceu inalterado em 5,6 por cento, basicamente o mesmo nível que tem prevalecido desde meados de 2012. Em outras palavras, apesar da fraca performance da criação formal de empregos..., os dados do IBGE apontam para um cenário de estabilidade", escreveu em nota o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central Alexandre Schwartsman.

A avaliação é compartilhada pelo coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo, uma vez que julho foi o segundo mês seguido em que a taxa de desemprego ficou acima do mesmo mês do ano anterior. Em junho e julho de 2012, ela atingiu 5,9 e 5,4 por cento, respectivamente.

"O número de pessoas que está entrando no mercado não tem sido suficiente para reduzir a taxa. Há uma estabilidade no mercado de trabalho em relação ao ano passado", disse Azeredo.

No ano, a taxa de desemprego média está em 5,7 por cento, ante 5,8 por cento de janeiro a julho no ano passado.

Na quarta-feira, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil criou 41.463 vagas formais de trabalho em julho, o pior resultado para o mês desde 2003, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Nesta manhã, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, justificou os números do Caged dizendo que eles se devem ao "estoque" maior de empregos hoje. Mas o crescimento econômico fraco e a queda da confiança do setor produtivo e do consumidor também são fatores inibidores para a criação de empregos.

OCUPAÇÃO E RENDA

A população ocupada cresceu 0,7 por cento em julho na comparação com junho e aumentou 1,5 por cento ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 23,136 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.

Enquanto isso a população desocupada chegou a 1,379 milhão de pessoas, queda de 5,3 por cento ante junho, mas alta de 6,1 por cento sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.

"Para inflexionar a curva de desemprego, tem que aumentar ocupação e cair a desocupação. O mercado não havia contratado pessoas suficientes até junho para reduzir a desocupação", disse Azeredo, do IBGE.

Em São Paulo, que representa mais de 40 por cento da pesquisa, a taxa de desemprego caiu para 5,8 por cento em julho ante 6,6 por cento no mês anterior, devido a uma maior ocupação (114 mil pessoas) e queda na desocupação (-82 mil).

O IBGE informou ainda que o rendimento real médio da população ocupada caiu 0,9 por cento no mês passado ante junho, atingindo 1.848,40 reais, com queda de 0,6 por cento acumulada entre janeiro e julho. Em relação a julho do ano passado, o rendimento cresceu 1,5 por cento.

"Há uma contribuição da inflação nisso, além de perda no poder de compra com redução no salário da população", analisou Azeredo.

Em julho, o IPCA acumulou em 12 meses 6,27 por cento, voltando a ficar abaixo do teto da meta do governo. Mas em agosto, o IPCA-15 acelerou a alta a 0,16 por cento ainda que em 12 meses tenha se afastou mais do teto da meta.

"A renda está caindo porque a inflação corrói o ganho real e porque, na hora de negociar ajuste salarial, quanto mais alta mais dificulta para obter ganho real", avaliou o economista da LCA Fabio Romão, prevendo entretanto melhora à frente já que a inflação tende a desacelerar em 12 meses.

Fonte: Reuters Brasil

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