Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 18 de agosto de 2013

Dilma vai discutir disparada do dólar com Mantega e Tombini

O dólar voltou ao topo da lista de preocupações da presidente Dilma Rousseff. A forte valorização da moeda americana diante do real tem assustado sua equipe pela persistência e pelos possíveis efeitos sobre empresas, inflação e caixa dos Estados.

Na avaliação de assessores presidenciais, a atual cotação do dólar já reflete uma desvalorização "excessiva" do real, criando uma situação "não confortável" para a administração da política econômica.

O problema é que o avanço do dólar reflete um movimento "global" e, por isso mesmo, seu controle não depende apenas do Brasil.

Nas palavras de um assessor, é um quadro que "preocupa", tanto que a presidente tem acompanhado diariamente a evolução do câmbio.

O temor dentro do governo é que uma alta ainda maior do dólar, como já se fala no mercado, pressione a inflação num momento em que a tendência era de queda.

O maior receio é que essa pressão ocorra no próximo ano, o da eleição presidencial, o que prejudicaria a campanha da reeleição de Dilma.

Num cenário de dólar pressionado, o Banco Central teria de apertar ainda mais sua política monetária, com possibilidade de deixar a taxa de juros alta no ano eleitoral.

Desde que o Federal Reserve (banco central dos EUA) começou a dar sinais de que revisaria sua política de incentivos para a maior economia do planeta, o valor do dólar subiu em relação às moedas de países emergentes.

Na sexta-feira, mesmo com duas atuações do BC, a moeda americana atingiu seu maior valor desde março de 2009, cotada a R$ 2,375 no mercado à vista. Na semana passada, a alta foi de 4,5%.

O governo considera que o ideal era o dólar ficar na casa de R$ 2,30, patamar que não teria grande impacto sobre a inflação e ajudaria as exportações, fator considerado importante neste momento de aumento do deficit nas contas externas do país.

Só que o próprio governo já teme que o dólar passe a oscilar entre R$ 2,35 e R$ 2,40 no curto prazo, o que vai exigir ação mais forte por parte da equipe econômica.

O tema será discutido pela presidente em reunião nesta semana com Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Alexandre Tombini.

Em termos práticos, o governo acredita que já está fazendo aquilo que está em suas mãos para suavizar o efeito do movimento global. As amarras para a entrada de dólares no país foram reduzidas e o BC tem atuado de forma "cotidiana" no mercado.

Fonte: Folha de S. Paulo

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