Atuação do BC pesa nas exportadoras e Ibovespa recua

As ações da Gerdau perdem 2,77% e puxam para baixo os papéis da Usiminas (USIM5) e da CSN (CSNA3).

A atuação do Banco Central (BC) do mercado de câmbio é o grande destaque para o enfraquecimento da Bolsa brasileira nesta sexta-feira (23/8).

Há pouco, o Ibovespa tinha leve baixa de 0,26%, aos 51.262 pontos. O giro financeiro estava em R$ 2,48 bilhões.

De acordo com Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Corretora Renascença, as empresas dos setores de siderurgia e de mineração foram fortemente beneficiadas com a alta do dólar nos últimos dias. "Com a decisão do BC de intervir no mercado quase que diariamente pesou nas empresas exportadoras", pontua.

Na noite de ontem, a instituição anunciou que irá realizar um programa de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra, quatro vezes por semana, até dezembro, injetando US$ 60 bilhões no mercado.

Diante disso, as ações da Gerdau perdem 2,77% e puxam para baixo os papéis da Usiminas (USIM5) e da CSN (CSNA3), com queda de 1,18% e 2,99%, respectivamente.

A Gerdau é a única empresa do setor siderúrgico que é mais afetada pela variação do câmbio, uma vez que tem participação maior no mercado internacional. No entanto, se as exportações recuam, a oferta no mercado interno aumenta, penalizando a Usiminas e a CSN.

Outra ação que registra baixa é a da Vale (VALE5), com decréscimo de 1,30%. Por outro lado, os papéis da OGX (OGXP3) lideram as maiores altas, com avanço de 5,19% e limitam as perdas do Ibovespa.

Nos Estados Unidos, declarações do presidente do Federal Reserve de St. Louis de que ainda é cedo para começar a reduzir os incentivos econômicos por causa da inflação baixa e de dados econômicos mistos disseminam bom humor entre os investidores.

O Dow Jones cresce 0,03%, o S&P 500 expande 0,18% e o Nasdaq sobe 0,29%.

No entanto, a alta segue limitada por conta do indicador que mede a vendas de imóveis novos, que recuou 13,4% em julho, após subir 3,6% em junho.

"Os investidores americanos e europeus estão muito na expectativa de quando será iniciada essa redução. Já o mercado brasileiro está mais concentrado em dados e declarações a respeito da China", diz Monteiro.

Na Europa, as principais bolsas da região são beneficiadas por números positivos da economia da Alemanha e do Reino Unido. Foi conhecido hoje que o Produto Interno Bruto de ambos países cresceu 0,7% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior.

Perto do fechamento, o CAC 40, de Paris, avançava 0,20%, o DAX, da Alemanha, tinha alta de 0,18% e o FTSE 100, de Londres, aumentava 0,69%.

Câmbio

E no mercado de câmbio, após a intervenção do Banco Central, o dólar opera em queda de 2,41%, cotado a R$ 2,372 na compra e R$ 2,374 na venda.

Fonte: Brasil Econômico