Reajustes da Gerdau, ArcelorMittal, Votorantim Siderurgia e Usiminas entram em vigor até o início de setembro.
Siderúrgicas produtoras de aços planos e longos anunciaram reajustes de preços a distribuidores, incentivadas pela valorização do dólar contra o real e depois de terem citado durante divulgação de resultados trimestrais cenário de relativa estabilidade de preços para o segundo semestre.
Distribuidores de aço informaram que Gerdau, ArcelorMittal, Votorantim Siderurgia e Usiminas aumentaram seus preços no mercado interno, com reajustes entrando em vigor entre a próxima semana e o início de setembro.
Na área de aços longos, distribuidores no Estado de São Paulo informaram que a Gerdau aumentou os preços de toda a linha de produtos longos em cerca de 8%. O movimento foi acompanhado pela ArcelorMittal, segundo distribuidor em Minas Gerais.
Em planos, um outro distribuidor em São Paulo informou que Usiminas reajustará os preços de bobinas a quente em 7,6%, bobinas a frio em 5% e zincados em 5,8% a partir da próxima segunda-feira (19/08).
Segundo esta mesma fonte, a ArcelorMittal comunicou aumento de 6,2% em bobinas a quente e 5,8% para bobinas a frio e produtos zincados, também a partir da segunda-feira.
Procuradas, Gerdau e Usiminas informaram que não se pronunciam sobre suas políticas comerciais. Representantes da ArcelorMittal e da Votorantim Siderurgia não puderam comentar o assunto de imediato.
As ações do setor siderúrgico avançavam com força nesta sexta-feira. Gerdau tinha alta de quase 6 por cento, enquanto Usiminas tinha ganho de cerca de 4,5%. CSN disparava 6,4% em meio à expectativa dos distribuidores de que vai acompanhar o movimento de reajustes nos próximos dias.
Em relatório ao mercado, analistas do Santander elevaram preço alvo para as ações da Gerdau no final deste ano de 16 para 20 reais. A recomendação também foi aumentada, passando de "underperform" (abaixo da média do mercado) para "compra".
"A Gerdau confirmou que está aumentando preços de aços longos em cerca de 7% no Brasil. Isso, junto com o impacto do real mais fraco deve permitir que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) continue a crescer nos próximos trimestres, em nossa visão", disseram analistas do Santander no documento.
Os aumentos de preços seguem-se ao anúncio do governo sobre a não renovação do aumento da alíquota do Imposto de Importação a partir de outubro.
No começo deste mês, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a alíquota do tributo, que havia sido elevada para 100 itens no ano passado, será reduzida, numa medida para tentar diminuir o impacto do câmbio na inflação.
As siderúrgicas diminuíram descontos e reajustaram preços no começo do ano, em uma estratégia que ajudou as grandes usinas de capital aberto, Gerdau, Usiminas e CSN, a melhorar seus resultados no segundo trimestre.
Fonte: Brasil Econômico
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