Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

País possui armas para enfrentar volatilidade cambial, diz Mantega

SÃO PAULO, 16 Ago (Reuters) - O Brasil possui vários instrumentos para enfrentar a volatilidade no câmbio, disse nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliando ainda que a instabilidade na cotação da moeda norte-americana frente ao real não beneficia a economia.

"Temos muitas armas no Brasil para enfrentar uma volatilidade cambial, a primeira delas é que temos reservas muito elevadas e até agora não gastamos um tostão das nossas reservas", disse Mantega a jornalistas, após encontro com empresários em São Paulo, citando também os leilões de swap cambial feitos pelo Banco Central.

As declarações do ministro foram dadas em mais um dia de forte alta da divisa norte-americana, com a moeda atingindo 2,37 reais por dólar, mesmo após atuação do BC com a oferta de swaps cambiais tradicionais --que funciona como venda futura de dólares.

Para Mantega, essa volatilidade permanecerá enquanto o Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos, não tornar clara a sua política de retirada de estímulos monetários na economia.

O ministro disse, por outro lado, que a mudança para um real mais desvalorizado beneficia a indústria brasileira e os setores que exportam bens manufaturados e que o setor automotivo é um dos segmentos beneficiados.

Após encontro com empresários de diversos setores, Mantega procurou mostrar otimismo, dizendo esperar melhor resultado da economia no segundo semestre e em 2014 e que as concessões na área de infraestrutura serão um dos fatores do crescimento e da melhora dos níveis de investimento.

"Não se justificam determinadas análises que dizem que não cresceremos nada no segundo semestre ou que em 2014 cresceremos 1 por cento. Realmente não tem fundamento nenhum."

Mantega disse ainda não temer que o Brasil possa perder sua nota de grau de investimento conferida pelas agência de classificação de risco diante do crescimento persistentemente baixo e dos questionamentos sobre a política fiscal.

"Vai depender do desempenho econômico e fiscal e como acredito que teremos bom desempenho fiscal e econômico não há razão para que tenhamos downgrade."

Nas três principais agências de classificação de risco, o Brasil têm o selo de investment grade. Na Standard & Poor's, o rating é "BBB", com perspectiva negativa. Na Moody's, o Brasil tem rating "BAA2" e perspectiva positiva. A Fitch tem perspectiva estável para a nota de "BBB". Nas três, o Brasil está no segundo patamar acima do grau de investimento.

O ministro disse que a inflação alta no início do ano provocou perda do poder aquisitivo de alguns segmentos da população, mas que a desaceleração nos preços nos últimos meses aponta para uma recomposição do poder de compra dos consumidores.

Fonte: Reuters Brasil

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