SÃO PAULO, 22 Ago (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta de quase 2 por cento nesta quinta-feira, impulsionado por números positivos da China, evidências de estabilização da economia global e pelo avanço dos papéis da Petrobras, em meio a expectativa de reajuste dos preços dos combustíveis.
Após duas sessões em queda, o Ibovespa avançou 1,97 por cento, a 51.397 pontos, acompanhando a valorização das bolsas norte-americanas e europeias. O giro financeiro foi de 8,8 bilhões de reais.
A bolsa se beneficiou de dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrando que os esforços da China para interromper a desaceleração do crescimento econômico podem estar dando certo.
O PMI preliminar do HSBC para a indústria da China, importante parceiro comercial do Brasil, subiu em agosto para 50,1, seu maior nível em quatro meses, contra 47,7 em julho.
"É mais um dado positivo da China. É um respiro, um indicador de que a economia vai crescer nos próximos meses", afirmou o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.
A aceleração neste mês da atividade empresarial na zona do euro em um ritmo mais rápido que o esperado e o crescimento da atividade industrial dos Estados Unidos em agosto para a máxima em cinco meses também contribuíram para um clima mais favorável entre investidores.
Os papéis das exportadoras Vale, CSN e Gerdau reagiram favoravelmente à somatória de bons indicadores, mas o humor mais positivo do mercado contribui também para a alta das ações mais ligadas à economia doméstica, como MRV, B2W e Natura.
Os papéis da Petrobras foram destaque de alta durante todo o pregão, favorecidos por notícias de que o governo federal teria decidido elevar novamente os preços da gasolina e do óleo diesel neste ano.
Apesar de o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, ter negado nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff tenha discutido reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel, as ações da estatal subiram mais de 5 por cento.
"Está se repetindo o que aconteceu no passado, quando o último reajuste foi negado até a hora em que saiu. Ou você dá um jeito de ajustar o caixa da Petrobras ou vai sofrer as consequências disso", disse Flávio Barros, da Grau Gestão de Ativos.
Os investidores também avaliaram o resultado da taxa de desemprego, que caiu pela primeira vez neste ano, atingindo 5,6 por cento em julho. O dado, no entanto, não foi considerado muito convincente.
"O mercado de trabalho está mais frio, então o dado não altera a visão de que a economia vai caminhar num ritmo mais lento", afirmou o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.
Para o analista técnico da Estratégia Investimentos Marcelo Salinas, o Ibovespa tende a se aproximar dos 52 mil pontos, mas pode encontrar uma resistência mais forte acima dos 52.100 pontos.
Veja as principais altas e baixas do dia:
ALTAS Ação Código Preço(R$) Variação
OGX PETROLEO ON 0,77 10%
PETROBRAS ON 17,39 5,33%
PETROBRAS PN 18,26 5,31%
MRV ON 8,43 5,11%
MARFRIG ON 6,19 4,92%
SID NACIONAL ON 9,04 4,63%
ELETROPAULO PN 7,83 4,54%
ALL AMER LAT ON 8,93 4,44%
VALE PNA 32,4 4,15%
GERDAU PN 17,71 3,93%
BAIXAS
Ação Código Preço(R$) Variação
MMX MINER ON 2,24 -2,61%
LLX LOG ON 1,6 -2,44%
BR MALLS PAR ON 18,15 -1,31%
DURATEX ON 11,6 -1,28%
SOUZA CRUZ ON 26,02 -1,1%
JBS ON 7,29 -1,09%
P.ACUCAR-CBD PN 94 -1,08%
FIBRIA ON 28,96 -0,89%
ROSSI RESID ON 2,74 -0,72%
USIMINAS ON 10,03 -0,69%
Fonte: Reuters Brasil
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