SÃO PAULO, 19 Ago (Reuters) - Economistas de instituições financeiras elevaram a expectativa para a taxa básica de juros Selic e reduziram a previsão para a inflação em 2014, ao mesmo tempo em que veem o dólar mais alto ante o real neste ano e no próximo.
Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira aponta que a projeção mediana para a Selic no ano que vem é de 9,50 por cento, ante 9,25 por cento na pesquisa anterior. Para 2013, os economistas mantiveram a expectativa em 9,25 por cento.
Os economistas consultados seguiram também com a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 8,5 por cento, será elevada novamente em 0,5 ponto percentual na reunião de 27 e 28 de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).
Entretanto, a mediana das estimativas do Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, é de que a Selic encerrará este ano e o próximo em 9,75 por cento, ante 9,50 por cento na semana anterior.
O Focus mostrou ainda que os economistas elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para o dólar no final deste ano, para 2,30 reais, ante 2,28 reais anteriormente. Para 2014, a projeção subiu a 2,35 reais, ante 2,30 reais.
Preocupações relacionadas à economia brasileira e ao programa de estímulo dos Estados Unidos vêm impulsionando o dólar. Na última sexta-feira, a moeda teve a maior alta diária ante o real desde o fim de 2011 e encerrou no maior patamar em mais de quatro anos.
Dúvidas sobre a política de intervenção do BC brasileiro no mercado de câmbio também alimentaram a disparada da moeda norte-americana, que chegou a encostar em 2,40 reais perto do final dos negócios.
INFLAÇÃO E PIB
Em relação à inflação, o Focus mostrou que a mediana da expectativas para o IPCA em 2013 foi mantida em 5,74 por cento. Mas para 2014, a projeção para o IPCA caiu a 5,80 por cento, ante 5,85 por cento.
Já a projeção para a inflação em 12 meses foi elevada pela sétima semana seguida, a 5,97 por cento, ante 5,95 por cento na semana anterior.
Depois de mostrar moderação em julho, a expectativa é de que a alta dos preços volte a acelerar a partir de agosto, conforme se diluem os efeitos transitórios de transportes e alimentos que beneficiaram a inflação.
Sobre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a pesquisa Focus mostrou manutenção da expectativa em 2,21 por cento. Para 2014 a projeção também permaneceu inalterada, em 2,50 por cento.
Em junho, as vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5 por cento, abaixo do esperado e com queda em setores importantes como supermercados e tecidos e vestuário, alimentando a percepção de instabilidade da atividade econômica e de recuperação fraquejante.
O tom de cautela ganhou ainda mais força com a divulgação de que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou expansão de 0,89 por cento no segundo trimestre, mostrando desaceleração ante os três primeiros meses do ano.
Fonte: Reuters Brasil
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