Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Presidente do BC da China não vê ameaças ao crescimento do país

O presidente do banco central da China, num sinal de confiança no cenário econômico do país, disse que a política monetária não precisa de grandes mudanças e levantou a possibilidade de o governo acelerar as reformas do setor financeiro.

Numa entrevista ao canal estatal de televisão China Central Television ontem, Zhou Xiaochuan, presidente do Banco Popular da China, descartou os riscos de uma aterrissagem forçada na economia do país. "A força de crescimento da China ainda é muito grande. Não vemos uma tendência de desaceleração contínua", disse ele.

Zhou acrescentou que o banco central vai manter sua atual política monetária no segundo semestre. "Não creio que teremos grandes ajustes", disse ele. "Mesmo se tivermos alguns, serão mudanças pequenas."
As declarações de Zhou são a evidência mais recente que a liderança da China se sente satisfeita com o ritmo de crescimento mais lento, principalmente porque a economia continua a gerar empregos. A economia chinesa cresceu a uma taxa anualizada de 7,5% no segundo trimestre, menor que os 7,7% do trimestre anterior. Se ela se expandir 7,5% este ano, terá sido o menor crescimento desde 1990.

Repetindo comentários feitos recentemente pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, Zhou argumentou que intensificar as reformas poderia estimular o crescimento, em vez de ser um peso sobre a economia.

O governo da China, preocupado com o volume de empréstimos das instituições financeiras informais do país, conhecidas como bancos-sombra, tomou medidas para limitar o crescimento do crédito. Em junho, um aperto de crédito alimentado em parte por ações do governo empurrou as taxas de juros de curto prazo brevemente para perto de 30% ao ano, agravando os receios de que a instabilidade financeira contribuísse para atenuar o crescimento econômico.

"Podemos encontrar um ponto de equilíbrio", disse Zhou, "manter [um ritmo de] crescimento relativamente rápido e ao mesmo tempo melhorar a estrutura" da economia.

Ele também disse que as condições financeiras no sistema bancário se estabilizaram. "Olhando para o médio prazo, há em geral bastante liquidez", disse. "Os problemas de curto prazo não têm um grande impacto."

Zhou acenou com a possibilidade de novas reformas no setor financeiro com a meta de criar forças de mercado mais amplas. O governo afirmou que está planejando aumentar as taxas máximas de juros com que os bancos podem remunerar os clientes, mas não mencionou nenhum prazo.

Em sua entrevista na TV, Zhou disse que as condições para prosseguir com a liberalização das taxas de juros sobre depósitos já existem. Num comunicado de julho, o banco central havia indicado que havia algum trabalho a ser feito para preparar o terreno. "Eu pessoalmente acredito que estamos nos movendo na direção da liberalização dos juros sobre depósitos como planejado", disse.

Taxas de juros determinadas pelo mercado são vistas como essenciais para aumentar a renda das famílias, impulsionar o consumo e permitir que os mercados desempenhem um papel maior na alocação do crédito. Hoje, a China limita os juros pagos sobre depósitos bancários a 10% acima da taxa de referência estabelecida pelo banco central, que é atualmente de 3% ao ano para depósitos fixos.

O governo chinês eliminou em julho o limite mínimo para as taxas de juros de empréstimo, autorizando os bancos a oferecer crédito barato. Zhou disse que isso não teria um grande impacto sobre o custo médio do crédito, mas mostrou que o governo está disposto a relaxar seu controle sobre o sistema financeiro. "A mudança não é vista em [termos de] taxas de juros médias, mas de liberdade dos bancos [para fixar as taxas]," disse.

Dado que a política monetária deve permanecer como está, alguns analistas esperam que o governo aumente os gastos públicos ou reduza impostos para dar um impulso à economia. "O governo vai provavelmente usar medidas fiscais para estimular o crescimento", prevê Fred Zhang, economista da corretora UOB KayHian.

Fonte: The Wall Street Journal

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