Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Governo dos EUA intervém para aumentar preço do açúcar


O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) está expandindo um programa de exportação de açúcar, num primeiro passo do governo americano no esforço de evitar uma onda de calotes em empréstimos concedidos a usinas e processadores de açúcar.

Os preços do açúcar nos EUA caíram 13% este ano, com contratos futuros negociados na bolsa americana ICE fechando ontem a US$ 0,196 por libra, perto do nível mais baixo em quatro anos. Se os preços não se recuperarem, os processadores americanos de açúcar poderiam ficar inadimplentes no fim deste ano em até US$ 809 milhões de empréstimos concedidos pelo governo, perdendo o açúcar que foi dado como garantia nos contratos com o USDA.

Como último recurso, o USDA informou que está considerando comprar até 400.000 toneladas de açúcar para provocar um aumento nos preços que seja suficiente para evitar calotes em massa. O açúcar comprado pelo governo seria, em seguida, vendido para produtores de etanol, a um custo estimado pelo USDA em US$ 80 milhões. O plano tem sido alvo de críticas consumidores de açúcar e parlamentares.

O USDA deve anunciar sua decisão em 1º de julho. Como um paliativo, o departamento de agricultura está permitindo que os processadores exportem quantidades maiores, de acordo com informação publicada no "Federal Register", o Diário Oficial da União dos EUA. As refinarias podem importar até 50.000 toneladas de matéria-prima por dia, mas podem enviar ao exterior até 100.000 toneladas de açúcar processado. Anteriormente, as exportações também eram limitadas a 50.000 toneladas diárias.

Participantes do mercado dizem que as mudanças no programa, que é pouco usado, não terão muito efeito na redução do estoque, que deve superar a demanda em 2,1 milhões de toneladas este ano. Os estoques dos EUA estão aumentando depois de uma grande colheita de beterraba e um fluxo constante de importações livres de impostos do México. "Não consigo imaginar que isso vá fazer uma grande diferença no excesso de produção", disse Sterling Smith, especialista em futuros do Citigroup C -1.42% .

Uma porta-voz do USDA disse que a agência só vai poder calcular se as mudanças estão tendo algum efeito "no próximo mês, aproximadamente".

O programa de exportação de açúcar foi concebido para manter as refinarias americanas operando durante o ano todo ao permitir que elas importem matéria-prima livre de impostos depois que a colheita das safras dos EUA se encerra e, em seguida, exportem uma quantidade equivalente de açúcar refinado, o açúcar branco encontrado nas prateleiras dos supermercados. Essas importações não são incluídas nas quotas isentas de impostos adotadas pelos EUA porque cada tonelada de açúcar bruto que é trazido ao país é exportada em forma refinada.

O aumento do limite de exportação entrou em vigor no dia 1º de maio e termina em 31 de dezembro de 2014.

Na safra de 2011-12, que terminou em 30 de setembro, as exportações americanas de açúcar bruto e refinado somaram 244.033 toneladas, um aumento de 8,5% em relação à safra do ano anterior. Esses números não incluem o açúcar refinado em produtos exportados.

Sob o programa de exportação, os processadores também podem vender o açúcar refinado para certos usuários nos EUA, como fabricantes de doces, que depois exportam produtos que contêm uma quantidade equivalente de açúcar para o mercado mundial.

Fonte: The Wall Street Journal

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