O movimento no câmbio doméstico contribuiu para a abertura verificada na curva de juros futuros da BM&F.
Embora o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, tenha dito nesta quarta-feira (22/5) que não está nos planos da autoridade reduzir seu programa de estímulo à economia via compra de ativos no curto prazo, a sinalização de que uma redução no ritmo de desembolsos irá ocorrer quando o mercado de trabalho der sinais consistentes de recuperação, foi o suficiente para gerar uma corrida por dólares.
No âmbito doméstico, o dólar subiu 0,63%, e fechou cotado a R$ 2,050, na máxima do dia e do ano.
A moeda americana interrompeu ontem uma sequência de cinco altas ante o Real, com uma queda de 0,14%, reflexo das declarações do presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, que defendeu a continuidade do programa de estímulo, contra outros presidentes regionais da autoridade que afirmaram que as compras deveriam ser reduzidas, e que motivaram a alta de 1,5% do dólar frente ao Real no acumulado de 14 a 20 de maio.
As atenções estarão voltadas nesta quinta-feira (23/5) para uma possível atuação do Banco Central (BC), para impedir o prosseguimento na apreciação do dólar, que tem potencial para prejudicar o controle inflacionário.
A última vez em que a cotação do dólar havia fechado o pregão acima do patamar de R$ 2,05 foi no dia 26 de dezembro do ano passado (R$ 2,0505).
Com a moeda americana mais valorizada, o comércio opta por exportar seus produtos para ganhar com a taxa mais alta do que mantê-los em território nacional, o que penaliza ainda mais a já escassa oferta.
Os dados do fluxo cambial divulgados nesta tarde pelo BC, que apontaram entradas de US$ 7,36 bilhões em maio, até o dia 17, não conseguiram reverter a trajetória ascendente da divisa dos Estados Unidos.
Juros
A perspectiva do dólar valorizado, com a inflação mais pressionada, pesou no mercado de juros futuros da BM&F, e prevaleceu sobre o efeito de queda na curva pela manhã, decorrente do IPCA-15 abaixo das expectativas.
Mais negociado, com giro de R$ 192,293 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 subiu de 7,526% para 7,532%, enquanto o para janeiro de 2014 avançou de 8,110% para 8,130%, com volume de R$ 74,322 bilhões.
Fonte: Brasil Econômico
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