A importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) deixou de ser esporádica no Brasil e passou a ser sistemática. É o que indica estudo feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Segundo a agência, o combustível é uma necessidade para o suprimento das usinas térmicas.
De acordo com o estudo, se o governo reconhecesse esse fato, a importação do GNL poderia ser feita por contratos de longo prazo, o que reduziria o preço do insumo.
No início de 2013, diz o documento, o preço do GNL importado atingiu US$ 18 o milhão de BTU (unidade internacional de medida do gás) no mercado à vista, para encomenda imediata -e com custo maior (o chamado mercado spot).
O valor era, em média, de US$ 12,91 o milhão de BTU em 2012. A importação de GNL no Brasil é feita quase que exclusivamente pela Petrobras.
A compra de GNL no mercado à vista "deixa o país sujeito à volatilidade do preço internacional do gás", diz o estudo da agência. Com a necessidade de importação pela Argentina e o aumento da concorrência regional por GNL, o preço tem oscilado muito e crescido.
No final de janeiro, o Ministério de Minas e Energia estendeu por mais dois anos a autorização para a Petrobras importar até 40 milhões de metros cúbicos de GNL no mercado à vista. Pelo estudo, porém, o mais econômico seria dar o aval à assinatura de contratos de longo prazo, a custos menores.
tendência de alta
Para a ANP, a autorização para compras esporádicas é um indicativo de que as importações vão continuar a crescer neste ano -puxadas principalmente, como em 2012, pela demanda das usinas térmicas.
Se as chuvas não forem suficientes, quatro usinas térmicas já desligadas podem voltar a funcionar para garantir o fornecimento de energia.
Além dessas usinas, mas por falta de gás natural da Argentina, foi desligada a térmica de Uruguaiana, que estava operando com GNL (Gás Natural Liquefeito) importado pela Petrobras.
O consumo de gás natural no Brasil cresceu 22% no ano passado, contra um aumento da produção nacional da ordem de 7%, o que obrigou a Petrobras a importar mais GNL para atender o mercado.
O gás, com participação relevante no custo de produção de diversos setores da economia, está no foco de discussão do setor. A ANP marcou para outubro o primeiro leilão apenas de gás.
"Há cinco anos, não havia venda de áreas de exploração de gás. Estamos atrasados", diz o diretor da CBIE Adriano Pires. Serão ofertadas áreas com potencial para extração de gás convencional e também não convencional.
Para que os preços fiquem mais atrativos, diz, são necessários incentivos fiscais. "O ideal seria um pacote direcionado para o gás."
Fonte: Folha de S. Paulo
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