Curva de juros futuros, que chegou a recuar pela manhã, com o IPCA-15 abaixo do esperado, passou a subir com o avanço do dólar.
O tão aguardado discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), desmentiu os presidentes regionais da autoridade monetária, que haviam sinalizado uma redução do programa de compra de ativos já nos próximos encontros, ao confirmar que os estímulos prosseguem ainda por um tempo.
As palavras do chairman americano se traduziram em ganhos entre os índices acionários das principais Bolsas mundiais.
No mercado cambial global, entretanto, o dólar tem uma sessão de valorização ante praticamente todas as demais divisas.
Bernanke reiterou em seu discurso que o Fed está preparado tanto para aumentar, como para reduzir o ritmo do programa de compras, dependendo das condições econômicas. Aparentemente, a brecha para uma possível redução prevaleceu entre os agentes que operam no câmbio mundial.
Após interromper ontem uma sequência de cinco altas, com uma leve queda de 0,14%, sequência essa justamente por conta das sinalizações dos presidentes regionais do Fed de redução do estímulo, o dólar retoma a trajetória de apreciação ante o Real - há pouco a moeda americana subia 0,44%, e era negociada a R$ 2,046 para venda, na máxima do dia.
O movimento de alta do dólar não é exclusividade nossa - a divisa subia 0,40% contra o euro, a US$ 1,2855, avançava 1,31% frente ao dólar australiano, e 0,26% ante o peso mexicano.
"Ao falar que, se tiver uma melhora do mercado de trabalho, o Fed irá diminuir a compra de títulos, o Bernanke mostrou que essa será a saída do banco central americano para o programa de compra", diz Ures Folchini, vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB. "Esse foi o ponto que gerou a alta do dólar", emenda o especialista.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&F, a curva, que chegou a cair após o IPCA-15 abaixo das expectativas, devolveu o movimento, e agora opera perto da estabilidade.
A alta do dólar ajudou a reduzir a queda da curva, explica Folchini.
Mais negociado, com giro de R$ 159,140 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo recuava de 7,526% para 7,521%, enquanto o para janeiro de 2014 seguia nos mesmos 8,110% da véspera, com volume de R$ 42,841 bilhões.
Em maio a prévia da inflação oficial do governo desacelerou para uma alta de 0,46%, ante os 0,51% de abril, e os 0,49% esperados pelo mercado.
"De manhã, a percepção dos agentes era de que, com o Caged ruim, e com a inflação recuando, poderia não haver a necessidade de mudar o passo na alta dos juros. Mas agora, com essa piora do dólar, a curva devolveu a queda", fala o vice-presidente de tesouraria do WestLB.
Ainda assim, a instituição segue com a aposta de que, no dia 29, o Copom irá manter a intensidade, e elevar a Selic em 0,25 ponto percentual.
Fonte: Brasil Econômico
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