Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

PIB da zona do euro cai 0,2% e região tem pior recessão em 19 anos


O PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, fazendo com que o conjunto de 17 países da moeda única entre em recessão pelo sexto trimestre seguido. O período é o maior da série histórica, iniciada em 1995.

Os resultados ruins foram provocados em especial pela manutenção da queda na França, na Espanha e na Itália e do baixo crescimento da Alemanha. As quatro maiores economias do bloco ainda sentem os efeitos da crise financeira causada pela dívida pública, que teve seu pico em 2010.

Os números, divulgados nesta quarta-feira pelo Escritório Europeu de Estatísticas, ficaram abaixo da queda de 0,1% esperada pelos analistas consultados pela agência de notícias Reuters. No semestre anterior, porém, a queda no PIB foi de 0,5%.

Com isso, a zona do euro entra no pior período de recessão desde o início da série histórica, em 1995. Entre 2008 e 2009, os países da região tiveram cinco semestres de queda no PIB, impulsionados pela queda das exportações causada pela crise das hipotecas nos Estados Unidos.

A continuidade da recessão nos 17 países mostra a dificuldade de recuperar a confiança dos investidores no bloco europeu, que enfrenta altas taxas de desemprego, afetando principalmente os jovens. Nos países mais afetados pela falta de postos de trabalho, Espanha e Grécia, a taxa chega a 27%.

Os maus resultados do primeiro trimestre influenciaram a decisão do BCE (Banco Central Europeu) de reduzir a taxa de juros básica de 0,75% para 0,5%, na semana passada. Outro fator decisivo para o corte nos juros foi a baixa da inflação, que chegou a 1,2% em abril.

A instituição europeia também tem aumentado os prazos de aplicação das medidas de austeridade e redução do deficit público em países como Espanha, Itália, Grécia e França, de modo a incentivar formas de aumentar o crescimento nessas economias.

ALEMANHA E FRANÇA

As maiores economias do bloco também tiveram resultado aquém das expectativas. No caso da Alemanha, houve alta de 0,1% no primeiro trimestre, impulsionado em especial pelo consumo interno. Em comunicado, a Agência de Estatísticas alemã atribuiu o número baixo ao inverno rigoroso e prolongado.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 1,4%. No semestre anterior, houve retração de 0,7%, um décimo a menos que a taxa divulgada no início do ano.

No caso da França, a recessão foi de 0,2% nos três primeiros meses do ano, um décimo menos que analistas esperavam para o período. O ritmo da queda é o mesmo registrado entre outubro e dezembro, em sinal de que o país ainda enfrenta dificuldades para gerar empregos e recuperar a indústria.

Com isso, a economia francesa entra em recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de queda. A última alta nos números do PIB francês foi no terceiro trimestre de 2012, com 0,1%.

A baixa recuperação econômica aumenta a pressão sobre o presidente François Hollande, que não conseguiu fazer com que a economia crescesse em seu primeiro ano de mandato, apesar de ter prometido recuperação.

Fonte: Folha de S. Paulo

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