Caso a autoridade monetária opte por uma alta de 0,50 ponto percentual, a medida pode ajudar no controle cambial.
Dados positivos nos Estados Unidos levam investidores às compras na Bolsa da maior economia do globo, e voltam a reforçar a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode reduzir a compra de ativos que tem realizado para estimular a atividade do país.
Os dois fatores em conjunto promovem uma valorização global do dólar nesta terça-feira (28/5).
No caso doméstico, a alta da moeda americana prossegue pelo terceiro pregão seguido frente ao Real, e já alcança o patamar de R$ 2,07.
Há pouco a moeda americana valorizava 0,82% frente à moeda brasileira, e era negociada a R$ 2,073 para venda.
O movimento está alinhado à tendência que prevalece no exterior - o dólar subia 0,51% ante o euro, a US$ 1,2865.
Os pares emergentes também vão na mesma direção, com apreciação da divisa dos Estados Unidos de 0,62% contra o peso mexicano, de 0,45% ante o rublo russo, e de 1,62% frente ao rand sul africano.
A confiança dos consumidores dos Estados Unidos subiu de 68,1 pontos em abril para 76,2 em maio, e superou os 72,5 esperados pelo mercado. No mercado imobiliário, os preços dos imóveis cresceram 10,9% em março, após a alta de 9,3% de fevereiro, e ante a estimativa em 10,1%. Com isso, o Dow Jones subia 0,93%, e o S&P 500 ganhava 0,98%.
Como a recente apreciação na taxa do dólar - acumula alta de 2,74% em maio - tem relação com a melhora da economia americana, e tem gerado uma alta da moeda ante todas as divisas, e não apenas contra o Real, o Banco Central (BC) não deve intervir neste momento, avalia Ures Folchini, vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB.
"O Bacen não tem muito o que fazer, o movimento externo está contra ele. A autoridade pode vir a intervir no dólar, mas em um outro momento", pontua o especialista.
No boletim Focus, os economistas elevaram nas últimas três semanas sua projeção para a cotação do dólar ao final de 2013, agora em R$ 2,03, contra os R$ 2,00 que prevaleceram por dez semanas antes do início das revisões.
Caso o Copom, que inicia hoje o encontro que define em qual magnitude será elevada a Selic, opte pela alta de 0,50 ponto percentual, a moeda americana pode responder com uma devolução dos ganhos recentes, com os estrangeiros atraídos ao país em busca de ganhos com a maior rentabilidade da taxa de juros.
"Se subirem 0,50 ponto, a estratégia pode ajudar no controle do dólar e na inflação", diz Folchini. Ainda assim, o WestLB mantém a aposta de que o Copom irá decidir por uma elevação de 0,25 ponto, e trazer a Selic para 7,75% ao ano.
O ritmo ainda tímido de recuperação do nível da atividade doméstica trabalha a favor dos que esperam que o colegiado mantenha o ritmo do ciclo de aperto monetário iniciado no mês passado.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&F, os agentes operam em compasso de espera, no aguardo da resposta do Copom.
O contrato com vencimento em julho próximo passou a ser o mais negociado nos últimos pregões - com giro de R$ 99,843 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) subia de 7,573% para 7,579%.
Já o para janeiro de 2014 recuava de 8,15% para 8,14%, enquanto o para janeiro de 2015 avançava de 8,61% para 8,63%.
Quando a aposta quanto à decisão do Copom não gera maiores dúvidas, explica o executivo do WestLB, geralmente não temos essa mesma liquidez acima da média nos contratos de vencimento mais curto.
Como as opiniões estão bastante dividas, os agentes seguem com alterações de última hora, com a predominância dos que entendem que o Copom irá optar por elevar a Selic em 8% ao ano, conclui Folchini.
Fonte: Brasil Econômico
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