Na semana, a divisa acumulou alta de 0,7% frente ao real. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,4 bilhões.
O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta sexta-feira (24/5), com investidores preocupados com uma possível redução do estímulo monetário nos Estados Unidos.
A alta, no entanto, era limitada pela atuação de exportadores que aproveitaram a cotação mais elevada para antecipar contratos de venda da moeda estrangeira.
O dólar ganhou 0,32%, cotado a R$ 2,0525 na venda. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,7% frente ao real. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,4 bilhões.
"Existe ainda a preocupação acerca de uma antecipação da interrupção do programa de estímulo do Federal Reserve", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno, referindo-se às compras mensais de US$ 85 bilhões em ativos pelo banco central norte-americano, que têm por objetivo impulsionar a recuperação da maior economia do mundo.
Caso o estímulo seja interrompido, divisas de países emergentes tenderiam a se depreciar, uma vez que parte da liquidez injetada pelo Fed caminha para mercados em desenvolvimento em busca de rendimentos mais elevados.
O chairman do Fed, Ben Bernanke, disse recentemente haver a possibilidade de diminuir o estímulo em uma das próximas reuniões do banco, se a recuperação econômica der sinais de sustentação.
Segundo analistas, o real tende a se desvalorizar ante o dólar este ano em função da inflação mais alta e do aumento do déficit em conta corrente, que atingiu 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez em mais de uma década no mês passado.
Desde o início do mês, o dólar subiu 2,5% ante a moeda brasileira, encostando em R$ 2,05. Essa cotação atraiu exportadores nesta sessão, que anteciparam contratos de venda de dólar e evitaram uma alta mais expressiva da moeda norte-americana.
"Na nossa mesa está tendo bastante fluxo de entrada. O exportador tem feito bastante ACC (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio)", disse o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano.
A recente valorização do dólar deixava o mercado alerta para uma possível intervenção do Banco Central. Alguns analistas apostam em atuações com a moeda próxima a 2,07 reais. Outros, no entanto, esperam uma sinalização mais clara da autoridade monetária para definir um limite.
"Estamos reavaliando que aquele teto pode se deslocar para cima. O dólar ainda preocupa do ponto de vista de inflação, o que reforça a expectativa de que o BC irá intervir em algum momento", disse o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki, que antes apostava que o BC atuaria quando o dólar fosse acima de 2,03 reais.
Fonte: Brasil Econômico
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