O aumento consistente da divisa dos Estados Unidos, em linha com a tendência do exterior, ajuda a explicar a ausência do BC.
Após a alta de 0,63% na sessão passada, o dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (23/5) frente ao Real com queda de 0,19%, cotado a R$ 2,046 para venda.
Na visão de Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o movimento decorreu de exportadores que fecharam algumas operações para aproveitar a recente apreciação na cotação do dólar.
Do dia 13, até hoje, a moeda americana subiu 1,84%.
"O exportador estava esperando que a taxa chegasse em R$ 2,07, R$ 2,08, mas o mercado está reticente. Bateu em R$ 2,055, o Banco Central (BC) não entrou, mas os agentes não querem arriscar mais do que isso", diz o especialista.
O aumento consistente na taxa da divisa dos Estados Unidos, em linha com a tendência que prevalece no exterior, ajuda a explicar a ausência da autoridade monetária. "O BC só vai entrar se o mercado apresentar distorção, se sair de R$ 2,05 para R$ 2,10 de uma vez", fala Galhardo.
Por conta dessa leitura, o gerente da Treviso não será pego de surpresa caso a cotação da moeda americana opere na casa dos R$ 2,06 ou R$ 2,07 na semana que vem.
O BC, diz Galhardo, pode até mesmo estar ausente para fazer uma melhor avaliação da atual situação no mercado cambial doméstico, com fluxos ainda escassos tanto da parte comercial como da financeira.
Essas entradas de divisas, bem abaixo do verificado em 2012, inclusive levaram os bancos a reverter a posição vendida (aposta em queda do dólar) em torno de US$ 5 bilhões em abril para cerca de US$ 3 bilhões comprados (aposta na alta da moeda) em maio, fala o especialista.
"Não está tendo entrada suficiente de dólar, e na hora do desespero o prejuízo poderia ser bem maior. O vendido teria de comprar a qualquer preço, pressionaria muito o mercado, e poderíamos ver o dólar em R$ 2,15 com muita facilidade".
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva terminou dia como começou.
A taxa de desemprego divulgada nesta manhã pelo IBGE, que subiu de 5,7% para 5,8%, contrariando as expectativas do mercado, que previa queda para 5,6%, não foi suficiente para alterar as apostas dos agentes, que esperam uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic no próximo dia 29.
Mais negociado, com giro de R$ 28,568 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 caiu de 7,540% para 7,536%, enquanto o para janeiro de 2014 recuou de 8,130% para 8,120%, com volume de R$ 27,9 bilhões.
Fonte: Brasil Econômico
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