O recuo do setor industrial chinês é responsável por verdadeiro “strike” nas bolsas mundiais; temor sobre estímulos à economia americana contribui para movimento.
Não tem para ninguém. Desde o início do pregão, os holofotes colocaram a China como protagonista do dia após a divulgação de índice que mede atividade do setor industrial do gigante asiático. O resultado desfavorável disseminou mau humor entre os investidores do mercado global. Em função da forte ligação do Brasil com os chineses, o Ibovespa opera em terreno negativo. Instantes atrás, o índice doméstico caía 0,69%, aos 56.037 pontos. O volume financeiro negociado chega a R$ 2,64 bilhões.
O índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) recuou para 49,6 pontos em maio, registrando a primeira baixa em setes meses. Com esse panorama, aumentam as desconfianças em relação à retomada econômica do país.
Para Luiz Roberto Monteiro, operador institucional da Renascença Corretora, a preocupação com a segunda maior economia do mundo foi suficiente para estabelecer um verdadeiro "strike" entre as principais bolsas do globo.
"Sempre que a China traz números desfavoráveis, sabemos que o resultado impactará nos demais índices globais. Aqui no Brasil, a notícia deve amargar o dia das companhias de mineração e de siderurgia", explica.
Há pouco, ativos da Gerdau e da Vale estão entre as principais quedas do índice teórico. A GOAU4 e a GGBR4 recuavam 3,61% e 2,84%, respectivamente, enquanto, a VALE3 e a VALE5 retraíam 2,45% e 2,42%, nesta ordem.
Os papéis da OGX e da Petrobras também se destacam negativamente. A PETR4 cai 1,10% e a OGXP3 cede 1,12%.
Informações do governo chinês sinalizaram que as empresas estatais do país devem registrar queda no primeiro quadrimestre de 2013. Além disso, o relatório destaca o fraco desempenho da economia do país e as dificuldades em estabelecer uma recuperação sólida.
O maior importador de commodities do Brasil disseminou pessimismo entre os investidores mundo afora. O principal índice acionário do Japão, o Nikkei, despencou 7,32%.
Outra preocupação do investidor mundial é em relação ao futuro do programa de estímulo monetário nos Estados Unidos. Com isso, o Dow Jones recua 0,10%, o S&P retrai 0,32% e o Nasdaq tem baixa de 0,05%.
Nem mesmo a melhora do indicador dos pedidos de seguro-desemprego foi suficiente para dar um fôlego à economia americana. Além disso, a atividade manufatureira dos Estados Unidos recuou no quinto mês do ano, mas permaneceu acima dos 50 pontos, o que sinaliza expansão do segmento.
"Mesmo com dados relativamente positivos, a preocupação com um corte na compra de ativos derruba o investidor de Wall Street".
No continente europeu, a notícia sobre o gigante asiático reflete negativamente no desempenho das principais bolsas do velho Continente. Por lá, as atividades econômicas melhoraram em relação ao mês anterior, mas ainda seguem abaixo dos 50 pontos.
Neste contexto, o CAC 40, de Paris, cai 2,07%, o DAX, da Alemanha, perde 2,10% e o FTSE 100, de Londres, desvaloriza 2,10%.
Destaques
Entre as maiores altas, as ações da Eletrobras se destacam. A ELET6 marca avanço de 3,41%, seguido pela ELET3 que sobe 2,92%.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar opera em alta de 0,04 %, cotado a R$ 2,049 na compra e R$ 2,051 na venda.
Fonte: Brasil Econômico
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