Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Selic maior tende a mitigar alta do dólar ante real, diz fonte do governo

SÃO PAULO, 31 Mai (Reuters) - As recentes altas do dólar, que o levaram ao patamar de 2,14 reais nesta sexta-feira, devem perder força daqui para frente com a elevação da taxa básica de juro Selic, mas ainda é cedo para falar o que vai acontecer com o câmbio no futuro próximo, disse à Reuters uma importante fonte do governo nesta sexta-feira.

Isso porque a economia dos Estados Unidos têm dado sinais de recuperação e, assim, alimentado expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, reduza seu programa de estímulo em breve, o que diminuiria a liquidez externa.

"A alta dos juros (no Brasil) tende a mitigar (a alta do dólar)", afirmou a fonte do governo, que pediu anonimato.

"Existe uma força enorme (atuando no câmbio), que são os EUA... Tem de esperar um pouco mais para ver o que vai acontecer", acrescentou a fonte, ao ser questionada se a divisa norte-americana no atual nível é inflacionária.

Na quarta-feira à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu boa parte do mercado ao acelerar o passo do aperto monetário e elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, a 8 por cento ao ano, para combater a inflação. A economia brasileira cresceu apenas 0,6 por cento no primeiro trimestre deste ano, muito abaixo das expectativas.

Nesta manhã, o dólar chegou a subir mais de 1 por cento, chegando ao patamar de 2,14 reais, influenciado pelo cenário externo e pela formação da Ptax de maio, que foi definida por volta das 13h.

Perto de 12h30, o BC anunciou um leilão de swap cambial tradicional, o que reduziu momentaneamente o ímpeto da alta da moeda norte-americana.

Como a taxa básica de juros serve de referência para algumas aplicações financeiras, como títulos públicos, a tendência é que a Selic maior atraia mais dólares ao país, exercendo pressão de baixa sobre o dólar.

A fonte afirmou ainda que o crescimento econômico tem sido prejudicado pela inflação elevada, tanto a corrente quando as expectativas, o que afeta o consumo.

"A alta dos juros é compensada pelo ganho de credibilidade", afirmou a fonte, referindo-se aos efeitos que a Selic maior traz à atividade econômica.

Agentes econômicos têm criticado a política econômica do governo, por exemplo sobre a situação fiscal no país, considerada inflacionária devido aos elevados gastos públicos e desonerações.

Fonte: Reuters Brasil

Como a China gasta suas reservas bilionárias?

É possível ter uma coisa boa em excesso?
A pergunta vem do fato de que, enquanto muitos governos ocidentais têm de se preocupar com seus crescentes deficit comerciais, a China tem o problema oposto.
Graças ao seu sucesso como país exportador, a China tem as maiores reservas de moeda estrangeira do mundo. E essas reservas não param de crescer - chegaram a um recorde de US$ 3,44 trilhões.
Com todos os zeros, essa soma é US$ 3.440.000.000.000, equivalente ao tamanho da poderosa economia alemã.
O conteúdo das reservas é um segredo de Estado, mas um relatório divulgado anos atrás no periódico China Securities Journal revelou que 65% delas consistem em dólares, 26% em euros, 5% em libras e 3% em ienes.
A China é a maior detentora de títulos da dívida do governo americano, depois do Fed (banco central americano). Também tem títulos da dívida de governos europeus, mas não tantos títulos de países periféricos endividados - pelo menos não tantos quanto a zona do euro gostaria.
No pico da crise do euro, a moeda comum europeia subia a cada sinal de que a China planejava comprar títulos europeus.
Você pode achar que ter um superavit comercial como o chinês seja uma boa notícia. Mas, segundo autoridades do banco central da China, a situação acabou causando um problema, por causa do câmbio fixo chinês.

Desafios
As reservas internacionais ajudam a proteger a moeda de um país de ataques, já que a venda de moedas estrangeiras ajuda a sustentar o valor da moeda local. Os bancos centrais aprenderam essa lição após a crise financeira da Ásia, em 1997.
A China permite que o yuan flutue até 1% para mais ou menos, e as reservas ajudam nisso. Mas não está claro qual a quantidade de reservas que um país realmente precisa.
Não se trata apenas do temor de que o dólar ou o euro se depreciem. A preocupação é também de que as reservas contribuam para um excesso de dinheiro na economia. Isso tem levado ao aumento de preços, inclusive de habitação.
Quando um banco central acumula reservas, ele imprime dinheiro (yuan) para comprar os dólares, euros, libras e ienes que acrescenta a essas reservas. Para impedir que isso gere inflação (imagine o que aconteceria se a China imprimisse US$ 3,4 trilhões à sua economia, que movimenta US$ 8 trilhões), o BC "esteriliza" suas ações tirando a quantidade de dinheiro equivalente da economia.
A China faz isso pagando juros ao dinheiro que bancos comerciais depositam no Banco Central, para incentivar os bancos a deixar seu dinheiro ali.
A esterilização tende a ser incompleta, já que os bancos buscam taxas de remuneração maiores em outros investimentos, em vez de deixar todo seu dinheiro no BC.
Além disso, há a preocupação de que o BC não esteja obtendo um grande retorno nessas reservas, já que os yields (taxas de juros) de títulos das dívidas europeias e americanas são baixos.
Então, a China usa essas reservas para financiar investimentos no exterior. Pequim quer comprar ativos reais - como portos, recursos naturais, tecnologia e companhias financeiras.
Isso contribui para seu objetivo de criar multinacionais chinesas.

Política de expansão
Ter empresas competitivas globalmente poderia ajudar a China a aumentar sua capacidade tecnológica e sua produtividade, algo crucial para sustentar seu crescimento. A China gostaria de seguir o exemplo de outros que enriqueceram - como a Coreia do Sul ou Taiwan - e desenvolver marcas internacionais, como Samsung e HTC.
Essa era a meta quando Pequim lançou sua política global, em 2000. O primeiro investimento comercial no exterior foi em 2003-04, na Europa, quando a empresa chinesa TCL comprou a marca francesa Thomson.
Desde então, seus investimentos estrangeiros aumentaram exponencialmente e atingiram níveis recordes, superando os internos - dado que geralmente indica que um país está chegando ao nível de desenvolvimento econômico.
A maioria desses investimentos chineses tem ido para outras partes da Ásia, para a América Latina e a Europa.
Para investir no exterior, as empresas chinesas necessitam de autorização oficial, já que o governo do país é o controlador de movimentos de capitais. Sendo assim, os investimentos chineses vão para onde a China tem interesse em crescer - não apenas recursos naturais, mas também tecnologia e serviços com valor agregado. É por isso que os países que mais recebem esses investimentos (com exceção de Hong Kong e Ilhas Cayman) são Austrália, Cingapura e EUA.

Política
No entanto, o capital chinês nem sempre é bem recebido. Investimentos de origem estatal podem gerar desavenças políticas, como já ocorreu nos EUA e na Austrália.
E empresas privadas chinesas têm dificuldades em operar, por conta da falta de transparência quanto ao que é privado e o que é ordenado pelo Estado. Isso indica uma necessidade de reformas na China, para deixar claras as fontes de financiamento em seus negócios internacionais e a real posse de empresas chinesas.
Ao mesmo tempo, a China não deve continuar tendo os grandes superavit comerciais do passado.
Em 2012, o superavit caiu para menos de 3% do PIB - chegara a 10% antes da crise de 2008. Os chineses não estão exportando tanto por conta da menor demanda externa, então é improvável que acumulem tantas reservas quanto antes.
Isso também significa que será mais importante que os investimentos chineses no exterior sejam bem vistos, já que a China dependerá mais de multinacionais produtivas e competitivas para continuar crescendo. E essas empresas precisarão cada vez mais se financiar de maneira competitiva.
Certamente veremos mais empresas chinesas disputando terreno global. Seu sucesso será importante não apenas para as próprias empresas, mas para o próprio futuro da China.

Fonte: BBC Brasil

Boom de crescimento da América Latina chega ao fim

O boom de commodities que durou mais de dez anos na América Latina, reforçando o crescimento da região e tirando milhões de pessoas da pobreza, está dando sinais de enfraquecimento, à medida que a demanda da China desacelera, golpeando economias em todo o continente.

A prova mais recente de uma desaceleração regional veio na quarta-feira, quando o governo brasileiro informou que sua economia cresceu apenas 1,9% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, muito abaixo das estimativas de crescimento de 2,4%. Em comparação com o trimestre anterior, o PIB do país registrou um crescimento modesto de 0,6%, levando o governo a baixar sua previsão do crescimento para este ano, de 3,5% para um percentual não especificado.

"É evidente que não vamos conseguir um impulso do comércio por um bom tempo e que o boom das commodities já passou", disse André Perfeito, economista-chefe da corretora paulista Gradual Investimentos.

O crescimento em outros países da região também está diminuindo, após uma expansão acelerada nos últimos anos.

A China, a maior compradora das exportações da América Latina, vem registrando crescimento menor que o previsto e economistas dizem que a era de expansão de dois dígitos do país chegou ao fim. Na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional previu que a economia chinesa provavelmente vai crescer 7,75% este ano, abaixo de sua estimativa anterior de 8%.

As importações chinesas do Brasil, por exemplo, alcançaram US$ 44 bilhões em 2011, comparado com apenas US$ 1 bilhão em 2000, mas registraram queda no ano passado.

A China representa cerca de 40% da demanda global de metais, e isso poderia causar problemas para o Chile e o Peru, onde a mineração representa cerca de um quinto da produção econômica. E os preços globais de metais, como o ouro, vêm caindo este ano.

O Chile, que depende fortemente das exportações de cobre, viu sua economia desacelerar no primeiro trimestre, expandindo a uma taxa modesta de 0,5% em relação ao trimestre anterior. A economia do Peru cresceu 2,1% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, a menor taxa de expansão em mais de três anos.

"Se os preços das commodities recuarem aos níveis de 2003, todo o suporte da América Latina pode vir abaixo", diz David Rees, um economista de mercados emergentes da Capital Economics. Na semana passada, ele rebaixou sua estimativa de crescimento para a América Latina este ano, de mais de 3% para 2,8%.

Tom Findley, um californiano de 64 anos, que trabalhou no Peru por mais de dez anos e é diretor-presidente da mineradora Cristal Resources, diz que "alguns projetos que representam grandes investimentos serão adiados e isto vai ter um impacto sobre a economia".
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A economia do México também está desacelerando, embora por razões diferentes. A economia do país, centrada na produção industrial e mais intimamente ligada com a dos Estados Unidos, também desacelerou no primeiro trimestre, levando o governo a rebaixar sua previsão de crescimento para o ano, de 3,5% para 3,1%.

A desaceleração na América Latina é uma má notícia para as empresas da região. O Santander SA, o maior banco da zona do euro em valor de mercado, obtém cerca de metade do seu lucro na América Latina. A gigante cervejeira SABMiller SAB.LN -1.39% PLC informou recentemente que uma desaceleração econômica em mercados latino-americanos importantes, como a Colômbia, está pressionando as vendas. A América Latina vinha sendo responsável por mais de 40% do crescimento do lucro da SABMiller desde 2007.

"Neste momento, é difícil pensar em novos investimentos", diz Germán Rodríguez, sócio-gerente da AyG SA de Bogotá, fornecedor local de autopeças para fábricas da General Motors GM -1.20% na Colômbia. As vendas de automóveis no país caíram 23% este ano.

Carlos Rodolfo Schneider, vice-presidente da empresa catarinense Ciser Parafusos e Porcas, a maior produtora de parafusos e porcas da América Latina, diz que suas exportações caíram da média de 20% do total de vendas nos últimos anos para apenas 5%.

"Os lucros estão muitos apertados" e as vendas devem subir ligeiramente este ano, diz Schneider. "Produtos asiáticos estão chegando no mercado com preços muito baixos e temos que adaptar nossos preços aqui para níveis internacionais."

E não é só isso. Temores de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, comece a relaxar suas políticas de estímulo enfraqueceram uma série de moedas latino-americanas, elevando os custos de importação. Isso ocorre em um momento ruim para o Brasil, que está tentando controlar a inflação persistente, agora em 6,5% nos 12 meses encerrados em abril.

Fonte: The Wall Street Journal

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sentimento econômico na zona do euro melhora em maio

BRUXELAS, 30 Mai (Reuters) - O sentimento econômico na zona do euro melhorou mais do que o esperado em maio, segundo mostraram dados divulgados nesta quinta-feira, dando mais esperança por uma recuperação neste ano.

O índice de sentimento econômico subiu em 0,8 ponto para 89,4, disse a Comissão Europeia. Economistas esperavam um aumento para 89, segundo pesquisa da Reuters.

A confiança melhorou nas cinco maiores economias da zona do euro - Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda. A melhora foi vista em todos os setores, com exceção de construção.

A maior economia do bloco, a Alemanha, da qual se espera uma aceleração no crescimento no segundo trimestre deste ano, viu um aumento de 0,6 ponto no sentimento econômico, enquanto a França, que está em recessão, registrou um crescimento de 0,9 ponto.

O Banco Central Europeu (BCE) cortou sua taxa básica de juros neste mês para um novo recorde de baixa e disse que a zona do euro estava mais estável do que há um ano, mas ressaltou que as condições econômicas desafiadoras permanecem e que os governos devem seguir com suas reformas.

O presidente do BCE, Mário Draghi, também disse no início do mês que está pronto para reduzir novamente as taxas de juros se economia da região se deteriorar ainda mais.

O aumento da confiança da indústria foi impulsionado por uma avaliação mais positiva do atual nível de encomendas, disse a Comissão Europeia.

O índice de clima de negócios melhorou em maio, subindo mais do que o esperado, em 0,28 ponto, para -0,76, comparado com o consenso dos economistas de um nível de -0,87.

Fonte: Reuters Brasil

PIB dos EUA cresce 2,4% no 1o trimestre

WASHINGTON, 30 Mai (Reuters) - A queda nos gastos do governo pesou mais que o esperado sobre a economia dos EUA nos primeiros três meses do ano.

A economia dos EUA cresceu a uma taxa anual de 2,4 por cento durante o período, 0,1 ponto percentual abaixo da estimativa inicial, de acordo com números revisados ​​do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira. Analistas previam um ganho de 2,5 por cento.

Crescimento foi pressionado com a queda nos gastos do governo e com as empresas fora do setor agrícola registrando encomendas a um ritmo mais lento.

O governo dos EUA tem reduzido os gastos há alguns anos mas intensificou as medidas de austeridade em 2013, elevando impostos em janeiro e reduzindo o orçamento federal em março.

Ainda assim, o crescimento econômico tem sido resiliente apoiado nas políticas de taxa de juros baixa do Federal Reserve. Mas a maioria dos economistas esperam que o crescimento irá desacelerar em meados deste ano, conforme os cortes de orçamento forem ocorrendo.

No primeiro trimestre, os gastos do governo caíram 4,9 por cento na comparação anual, acima da queda de 4,1 por cento estimada inicialmente.

O recuo nos gastos do governo e em estoques foi parcialmente compensado por uma revisão de alta nos gastos dos consumidores, que cresceu a uma taxa anual de 3,4 por cento.

No entanto, a maior parte da revisão de alta ocorreu devido ao aumento das vendas de gasolina. Os preços mais altos na bomba são um fardo sobre os consumidores, deixando-os com menos dinheiro para gastar em outras coisas. Os gastos do consumidor responde por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.

Lucros corporativos depois de impostos caíram a uma taxa anual de 1,9 por cento no trimestre, a primeira queda em um ano.

As importações totais cresceram a um ritmo mais lento do que o estimado inicialmente no primeiro trimestre, moderando o entrave ao crescimento da balança comercial.

Excluindo estoques, o PIB dos EUA cresceu a uma taxa de 1,8 por cento, um pouco maior do que os analistas previam.

Fonte: Reuters Brasil

Brasil cai cinco posições em ranking de competitividade, diz IMD

O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional, de acordo com o Índice de Competitividade Mundial 2013, divulgado nesta quinta-feira pelo International Institute for Management Development (IMD).

O país passou para a 51a posição, cinco abaixo do 46o lugar ocupado no ranking do ano passado.

"Estávamos esperando o Brasil numa posição bem melhor", disse o diretor do IMD World Competitiveness Center, Stephane Garelli. Na sua visão, o grande problema do país é "muito consumo e pouca produção".

Já de acordo com o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena o levantamento no Brasil, um dos únicos pontos em que o país ganhou competitividade foi a atração de investimentos.

No entanto, segundo ele, o principal problema é transformar este aporte em produtos e serviços de maior valor agregado. Além disso, problemas em educação e infraestrutura e a necessidade de reformas como a tributária também prejudicam a competitividade do Brasil.

A pesquisa avalia as condições de competitividade de 60 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião realizada com executivos.

"O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e persegui-lo", adicionou Garelli.

BRICS TÊM RESULTADOS DISTINTOS

Além do Brasil, Índia e África do Sul também caíram no ranking, enquanto China e Rússia subiram. Para o IMD, as economias emergentes em geral ainda estão altamente dependentes da recuperação global, que parece estar atrasada.

Segundo a pesquisa, os Estados Unidos permaneceram no primeiro lugar em 2013, graças a uma melhora do setor financeiro, uma abundância de inovação tecnológica e companhias de sucesso.

China e Japão também estão melhorando sua competitividade, segundo o levamentamento.

Na Europa, Suíça, Suécia e Alemanha são consideradas as nações mais competitivas, cujo sucesso se baseia na manufatura orientada para exportação, economias diversificadas, pequenas e médias empresas fortes e disciplina fiscal.

"Como no ano passado, o resto da Europa está pesadamente constrangida por programas de austeridade que estão atrasando a recuperação e colocando em causa a oportunidade das medidas propostas", disse o IMD.

Fonte: Reuters Brasil

Brasil despenca em ranking de competitividade

Um relatório divulgado nesta semana por um dos mais respeitados centros de ensino na Suíça indicou que o Brasil é um dos países menos competitivos do mundo.
De 2012 para 2013, o país caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações analisadas pela escola de negócios IMD. Na comparação entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking.
O relatório, chamado IMD World Competitiveness Yearbook, analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade.
"A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas a PIB e produtividade; cada país ou empresa também tem que lidar com dimensões políticas, sociais e culturais", diz o documento.
"Cada nação tem que criar um ambiente que tenha a estrutura, as instituições e as políticas mais eficientes para encorajar a competitividade dos negócios".
Baseados em dados disponíveis e pesquisas próprias, o ranking avaliou o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerado o menos competitivo dos países pesquisados.

Economia baseada em consumo
O Brasil também foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking global de competitividade, incluindo países desenvolvidos e emergentes, começou a ser compilado pelo instituto, em 1997.
Naquele ano, o país ocupava a 34º colocação entre 46 países.
Entre as nações que mais ganharam posições (cinco ou mais) no ranking, estão China, Alemanha, Coreia do Sul, México, Polônia, Suécia, Suíça, Israel e Taiwan.
Além do Brasil, Argentina, Grécia, Hungria, Portugal, África do Sul, entre outros, registraram as maiores quedas.
"O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou à BBC Brasil o diretor do centro de competitividade mundial do IMD, Stéphane Garelli.
"Além disso, o país possui uma economia mais baseada no consumo do que na produção. Como resultado, deixou de priorizar investimentos em setores em que poderia ser se tornar competitivo", acrescentou.
Garelli acrescenta que outras nações latino-americanas, como Chile, Argentina ou Venezuela também vêm perdendo terreno e sendo "desafiadas" por economias emergentes da Ásia, mais competitivas.
O mesmo aconteceu, segundo ele, com alguns países da Europa, como Itália, Espanha, Portugal e Grécia, fortemente atingidos pela crise financeira mundial.
Para o especialista, tais nações não diversificaram suficientemente suas indústrias ou controlaram os gastos públicos, de modo que, agora, têm de enfrentar fortes pacotes de austeridade fiscal.
Ele, no entanto, ressalva que generalizações são "enganosas".
"A competitividade da Europa vem caindo, mas Suíça, Suécia, Alemanha e Noruega seguem um caminho diferente, colhendo os louros de suas políticas de estímulo à competitividade. A América Latina também vem desapontando, mas há grandes companhias globais por toda a região".
"Os Brics são totalmente diferentes em suas estratégias de competitividade e performance, mas permanecem como uma terra de oportunidades", disse.
"No final, as regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli.

Austeridade x competitividade
Garelli também lembrou que as medidas de austeridade fiscal, em geral, reduziram a competitividade dos países que implantaram medidas para conter gastos.
Segundo ele, embora a reorganização das finanças tenha sido considerada por grande parte dos governos como uma condição para o crescimento sustentável no futuro, o remédio para a crise foi ministrado "rápido demais".
"Os pacotes de austeridade encontram oposição da população. Os países precisam de coesão social para alcançar a prosperidade", afirma.
"É como se uma pessoa precisasse emagrecer. Ela não pode deixar de comer, do contrário, morrerá; precisa diminuir seu peso aos poucos, de forma a atingir plenamente seus objetivos", compara.

Fonte: BBC Brasil

Após dia de turbulência econômica, BC eleva juros para 8% ao ano

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa de juros básicos do país para 8% ao ano - uma alta de 0,5 ponto, em um dia de incertezas a respeito da economia do Brasil.
A decisão - que, segundo o Copom, "contribuirá para colocar a inflação em declínio" - resultou em um aumento superior ao esperado por analistas, já que o crescimento do país foi menor do que o antecipado. Muitos apostavam que a taxa de juros (Selic) subiria apenas 0,25.
Mais cedo, o IBGE divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto, soma de tudo o que é produzido pela economia brasileira) subiu apenas 0,6% no primeiro trimestre de 2013, em relação aos três meses anteriores. As expectativas do mercado e do governo era de que a economia cresceria mais, em torno de 1%.
Altas na taxa de juros costumam frear a inflação e a economia como um todo, por encarecer os custos dos empréstimos.
"Um aumento de 0,5 ponto nos juros pode frear a retomada da economia brasileira, que ainda é incipiente", diz à BBC Brasil Pedro Rossi, professor de economia da Unicamp. "Além disso, a subida dos juros prejudica a indústria, que não está reagindo aos estímulos do governo."
Mas, para Marcio Salvato, professor de economia do IBMEC-MG, o Banco Central precisava agir contra a "inflação persistente".
"Apesar de o consumo ter cedido neste primeiro trimestre, a inflação futura ainda persiste", diz ele.
A respeito do baixo crescimento do país, Salvato cita um ponto positivo: "Houve uma recuperação dos investimentos. Isso é bom porque a ampliação da capacidade produtiva, com a compra de novas máquinas, por exemplo, satisfaz o apetite do consumo, gerando menos inflação".

'Patinando'
Mas a reação do mercado ao PIB não foi positiva. Na tarde desta quarta-feira, o Índice Bovespa fechou em queda de 2,5%, e o dólar subiu ao maior patamar em seis meses, cotado a R$ 2,106.
"A economia ainda está patinando e o consumo já mostra sinais de desaquecimento pelo alto endividamento das famílias", diz à BBC Brasil Rogério Sobreira, professor de economia e finanças da FGV-EBAPE.
"O resultado do PIB no 1º trimestre sugere uma leve recuperação da economia, mas ainda não podemos dizer que a retomada será concreta. A alta da taxa de investimentos (+4,6% em relação aos três últimos meses de 2012) é um indicador positivo, mas está longe de consolidar uma retomada da economia. O Brasil ainda investe menos de 20% do seu PIB, patamar necessário para permitir o crescimento sustentável", agrega o professor.
Os economistas consultados pela BBC Brasil divergem quanto a se a economia terá fôlego para crescer 3% no ano, evidenciando incertezas quanto à performance do Brasil e o panorama mundial.
"O resultado do PIB confirma o sinal de recuperação da atividade econômica, porém mais de forma mais lenta", diz Rossi, da Unicamp.

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Governo não pretende adotar novos estímulos ao consumo, diz Mantega

Segundo o ministro da Fazenda, os estímulos do governo iniciados em 2011 estão surtindo efeito.
Após a divulgação do crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) no 1º trimestre de 2013, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, lembrou que o País manteve o mesmo ritmo de crescimento do 4º trimestre de 2012 (o melhor do ano passado, trimestralmente), quando avançou também 0,6%.
Segundo Mantega, os estímulos dados pelo governo desde 2011 estão surtindo efeito e a economia cresce mesmo em cenário adverso internacionalmente.

Mantega afirmou que o governo não pretende fazer novos estímulos ao consumo e espera que o setor se recupere partir do dinamismo dos investimentos. Segundo ele, o consumo não será o carro-chefe do crescimento da economia.

Para o ministro da Fazenda, a qualidade do crescimento do País melhorou, pois os investimentos mostraram força, com alta de 4,6% no primeiro trimestre contra o quarto trimestre de 2012.

"A economia está em ritmo de crescimento de 2,2%", disse.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Queda das commodities dá fôlego a empresas dos EUA

Os preços mais baixos das commodities, do algodão ao cobre, estão ajudando as empresas dos Estados Unidos, já que reduzem os custos com matérias-primas, e encorajando consumidores a comprar. O preço do cobre, usado em vários produtos, incluindo eletrônicos, caiu quase 10% até agora neste ano. A prata despencou mais de 25%, e o trigo mais de 10%.

Embora os preços em queda das commodities sejam um pesadelo para os produtores e os países que dependem da exportação de matéria-prima, eles são bons para a fabricante americana de roupas Alabama Chanin. Os preços do algodão estão ligeiramente mais altos este ano, mas cerca de 50% menores desde o salto ocorrido há dois anos. O custo do algodão orgânico — um produto de nicho que a Alabama Chanin usa nas suas mercadorias — tem praticamente seguido essa oscilação de preços.
"Nós tentamos repassar essa redução de preços aos nossos consumidores, o que obviamente nos ajuda a fazer nosso negócio crescer", diz Natalie Chanin, proprietária da empresa, que emprega 14 pessoas. Mais importante, diz ela, é que os custos mais baixos estão permitindo que a companhia invista mais em outras áreas — incluindo planos para abrir uma loja de varejo no próximo ano.

As commodities mais baratas têm um lado negativo, já que elas refletem um fraco crescimento da economia global. Mas elas também atuam como um sutil estímulo econômico. Consumidores pagando menos por roupas têm mais dinheiro para gastar com carros e jantares fora.

Preços mais baixos das commodities estão ajudando a manter a inflação americana sob controle. Os preços ao consumidor dos EUA subiram apenas 1,1% em abril em relação a um ano antes, bem abaixo da meta do Federal Reserve, o banco central, de cerca de 2%. Na mais recente pesquisa realizada pelo The Wall Street Journal com economistas, 47,5% disseram que os fracos preços das commodities eram um sinal preocupante, mas 52,5% viram um indício encorajador de custos mais baixos para empresas e consumidores.

Os preços menores das commodities "serão um vento a favor, um suave vento a favor", diz Nariman Behravesh, economista-chefe da IHS, que prevê agora que o PIB dos EUA vai crescer entre 2,5% e 3% no longo prazo — em vez de 2% a 2,5% —, por causa dos preços mais baixos de commodities, especialmente energia.

Desde que a recuperação dos EUA começou em meados de 2009, a economia tem crescido a uma taxa anualizada de, em média, apenas 2%.

Por outro lado, os benefícios da queda dos preços das matérias-primas podem ser parcialmente eliminados pela China — onde uma desaceleração da economia tem efeitos globais. Na semana passada, um relatório mostrou que a atividade industrial no país está encolhendo em maio, potencialmente criando mais pressão para as commodities.

Desde o fim dos anos 90, os preços das commodities industriais têm, de modo geral, aumentado graças a um longo período de baixos investimentos em campos de petróleo e minas e ao crescente apetite de economias emergentes. Os preços do cobre mais que quadruplicaram entre o fim dos anos 90 e a crise financeira global de 2008, em meio à insaciável demanda da China — maior consumidor mundial de metal.

Alguns economistas temem que a redução no ritmo de crescimento da China possa enfraquecer um pilar chave da demanda na economia global. Custos mais baixos para as empresas americanas, na opinião deles, podem ser ofuscados pela menor demanda.

No momento, os problemas da China não parecem estar causando danos. Uma análise das teleconferências de empresas sobre os resultados do primeiro trimestre feita pelo Goldman Sachs GS +1.53% verificou que a forte queda nos preços das commodities ajudou muitas empresas. A companhia de alimentos General Mills Inc. GIS -2.07% e a Corning Inc., GLW -1.18% que fabrica materiais para eletrônicos e equipamentos para laboratórios médicos, estão entre as beneficiadas.

Varejistas do setor de vestuário como a Nike Inc., NKE -1.12% Gap Inc. GPS -2.25% e Target Corp. TGT -0.16% afirmaram que a queda nos preços do algodão ajudou a compensar o aumento dos salários na China e em outros lugares onde fabricam seus produtos.

A fabricante de roupas Hanesbrands Inc. HBI -0.28% também se beneficiou. Preços mais estáveis do algodão acrescentaram 7,4% na margem bruta de lucro no primeiro trimestre, informou a empresa.

Os preços mais baixos da energia, impulsionados em parte pelo rápido crescimento da produção de óleo e gás nos EUA, está tornando algumas companhias americanas mais competitivas no exterior, assim como atraindo investimentos de empresas estrangeiras em busca de custos menores.

"Investimentos na América do Norte que antes não faziam sentido economicamente agora são mais viáveis com o gás de xisto e os baixos preços do gás natural", disse Fried-Walter Münstermann, diretor financeiro da BASF Corp., subsidiária americana da empresa química alemã BASF SE, BAS.XE -0.80% que no ano passado anunciou planos de construir uma fábrica no Estado de Louisiana.

Fonte: The Wall Street Journal

OCDE projeta inflação maior e 'incertezas' para o Brasil

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) projeta inflação maior no Brasil neste ano e prevê "grandes incertezas" em relação à economia do país, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira.
O estudo "Perspectivas Econômicas da OCDE" para a economia mundial, realizado semestralmente, prevê que a inflação no Brasil deverá atingir 6,2% em 2013 e 5,2% no próximo ano.
No relatório anterior, divulgado em novembro, a organização previa que a inflação no Brasil seria mais baixa e atingiria 5,3% neste ano.
As perspectivas da organização em relação ao crescimento do PIB brasileiro também são mais pessimistas.
A OCDE, com sede em Paris, revisou para baixo suas previsões de crescimento da economia brasileira neste ano e em 2014. Segundo a organização, o PIB brasileiro deverá crescer 2,9% em 2013 e 3,5% no próximo ano.
No estudo anterior, de novembro, a OCDE estimava que a economia brasileira cresceria 4% neste ano e 4,1% em 2014.

'Decepcionante'
"Após um crescimento decepcionante em 2012 (0,9%, o menor em três anos), a atividade econômica se recupera, enquanto as pressões inflacionárias se intensificam", diz a OCDE.
O relatório relembra que a inflação brasileira ultrapassou em março, no acumulado dos últimos 12 meses, o teto da meta fixada pelo governo, que é de 6,5%.
A meta de inflação do Banco Central é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
"As previsões para os próximos dois anos permanecem acima do centro da meta, de 4,5%", diz o estudo.
A organização afirma que o mercado de trabalho aquecido, a expansão vigorosa do crédito e os choques mundiais e internos sobre os preços dos alimentos reforçaram as pressões inflacionárias no Brasil.
O estudo também vê como importante o comprometimento do Banco Central brasileiro em levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%.
"A confirmação desse compromisso por meio de atos reforçaria a confiança em relação à eficácia do sistema de definição das metas de inflação", afirma a OCDE.
O documento diz que "a mediocridade das perspectivas externas constitui o principal obstáculo a um crescimento mais forte da economia brasileira".
"Desde o final de 2011, as políticas orçamentária e monetária (do governo brasileiro) apoiam uma retomada progressiva da economia, mas os indicadores a curto prazo levam a entrever grandes incertezas", diz a organização.
Segundo o relatório, há sinais de retomada dos investimentos no Brasil, mas esse crescimento "pode ser claramente mais hesitante se a confiança nas políticas econômicas se deteriorar".
"Progressos nas reformas em andamento em relação às infraestruturas e à fiscalidade poderiam ampliar os investimentos."
A organização critica os aumentos recentes das tarifas de importação no Brasil, que "deveriam ser temporários", e pede ao governo para "rever a eficácia" desses aumentos como também de algumas medidas de apoio à indústria.
"As medidas que entravam a concorrência das importações são sem dúvida prejudiciais ao crescimento e à produtividade a médio prazo e deveriam ser revistas", diz o estudo.

Economia mundial
A OCDE prevê que o PIB mundial deverá crescer 3,4% neste ano, após uma expansão de 2,8% em 2012.
"Apesar das performances permanecerem decepcionantes, a economia mundial avança, mas com ritmos diferentes", afirma Pier Carlo Padoan, secretário-geral adjunto e economista-chefe da OCDE.
"Os Estados Unidos deverão provavelmente registrar uma expansão mais rápida do que outras economias da OCDE (que reúne sobretudo países desenvolvidos). Na zona do euro, o crescimento permanece bloqueado pelos efeitos duráveis da crise", diz o estudo.
A OCDE prevê que o PIB dos Estados Unidos deverá crescer 2,1% em 2013 e, o do Japão, 3%, enquanto na zona do euro o aumento estimado é de apenas 0,1% neste ano.
A economia chinesa deverá crescer 7,9% em 2013 e 8,3% em 2014 nas previsões da OCDE.
"As perspectivas de crescimento também são divergentes nos países emergentes. A China lidera, enquanto a expansão dos outros é limitada por fatores estruturais, e uma tendência de estagflação (estagnação econômica e inflação persistente) até se manifesta em algumas economias", diz o estudo.

Fonte: BBC Brasil

PIB cresce 0,6% em relação ao 4º tri de 2012 e chega a R$ 1,11 trilhão



O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado apresentou variação positiva de 0,6% na comparação com o quarto trimestre de 2012, na série com ajuste sazonal. O maior destaque foi a agropecuária, com avanço de 9,7%. Os serviços cresceram 0,5%, ao passo que a indústria caiu 0,3%. Na comparação com igual período de 2012, houve aumento do PIB de 1,9% no primeiro trimestre do ano. No acumulado dos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2013, o PIB registrou crescimento de 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB a preços de mercado alcançou R$ 1.110,4 bilhões, sendo R$ 940,4 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 170,0 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página: www.ibge.gov.br

Em relação ao 4º tri de 2012, agropecuária e serviços crescem; indústria cai
O PIB cresceu 0,6% na comparação com o quarto trimestre de 2012, na série com ajuste sazonal. O destaque foi a agropecuária, com crescimento de 9,7%. Houve aumento de 0,5% nos serviços e queda de 0,3% na indústria.
A queda da indústria foi puxada pela extrativa mineral (-2,1%). Construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana variaram -0,1%, enquanto a indústria de transformação aumentou 0,3%.
Dentre os serviços, destacou-se o crescimento das atividades de administração, saúde e educação pública (0,8%), atividades imobiliárias e aluguel (0,7%), comércio (0,6%) e serviços de informação (0,3%). Já a intermediação financeira e seguros (0,1%) mostrou estabilidade. Outros serviços e transporte, armazenagem e correio caíram 0,5% e 0,9%, respectivamente.
Sob a ótica do gasto, destaque positivo o crescimento de 4,6% da formação bruta de capital fixo. A despesa de consumo das famílias e a despesa de consumo da administração pública ficaram praticamente estáveis (0,1% e 0%, respectivamente).
Quanto ao setor externo, as importações cresceram 6,3%; já as exportações caíram 6,4%.

Na comparação com o 1º tri de 2012, agropecuária cresce 17,0%
Em relação a igual período do ano anterior, o PIB a preços de mercado apresentou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2013. O valor adicionado a preços básicos cresceu 1,8% e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios 2,4%.
O destaque foi a agropecuária, que cresceu 17,0%. A taxa pode ser explicada pelo bom desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no 1º trimestre e pelo crescimento na produtividade. Entre os produtos com safras significativas no trimestre e que registraram crescimento estão soja (23,3%), milho (9,1%), fumo (5,7%) e arroz (5,1%).
A indústria apresentou queda de 1,4% contra uma estabilidade de 0,1% registrada no mesmo período de 2012. A indústria extrativa declinou 6,6%, afetada pela queda na extração de petróleo. A construção civil também apresentou queda de 1,3%. A indústria de transformação caiu 0,7%, resultado influenciado pelo declínio da produção de máquinas para escritório e equipamentos de informática; metalurgia; químicos inorgânicos; produtos farmacêuticos, têxtil e artigos do vestuário. A queda nestes setores foi parcialmente contrabalançada pelo crescimento da produção de veículos automotores; outros equipamentos de transporte, máquinas e aparelhos elétricos e mobiliário. Já eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana apresentou crescimento de 2,6%.
Os serviços cresceram 1,9%. Todas as atividades que o compõem registraram variações positivas, com destaque para o crescimento de 2,6% em outros serviços, que, além dos serviços prestados às empresas, engloba serviços prestados às famílias, saúde mercantil, educação mercantil, serviços de alojamento e alimentação, serviços associativos, serviços domésticos e serviços de manutenção e reparação. Os serviços de informação cresceram 2,5%, enquanto administração, saúde e educação pública subiu 2,2%, seguida pelos serviços imobiliários e aluguel (1,9%) e Intermediação financeira e seguros (1,5%). Comércio (atacadista e varejista) e transporte, armazenagem e correio (que engloba transporte de carga e passageiros) registraram expansão de 1,2% e 0,3% no trimestre, respectivamente.

Consumo das famílias cresce pela 38ª vez consecutiva
Dentre os componentes da demanda interna, a despesa de consumo das famílias apresentou crescimento de 2,1%, sendo a 38ª variação positiva consecutiva nessa base de comparação. Um dos fatores que contribuíram para este resultado foi o comportamento da massa salarial real, que teve elevação de 3,2% no primeiro trimestre de 2013. Além disso, houve um aumento, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas de 9,5% no primeiro trimestre de 2013.
A formação bruta de capital fixo registrou crescimento de 3,0% em relação a igual período do ano anterior, após quatro quedas seguidas em 2012, justificada pela expansão da importação e produção interna de bens de capital. A despesa de consumo da administração pública, por sua vez, cresceu 1,6% na comparação com o mesmo período de 2012.
A demanda externa apresentou contribuição negativa. Embora as importações tenham crescido 7,4%, as exportações diminuíram 5,7%. Dentre as exportações, houve quedas em máquinas e tratores; produtos alimentares; material elétrico; veículos automotores e refino de petróleo e petroquímicos. Os bens da pauta de importação que contribuíram para o resultado positivo das importações foram material elétrico; farmacêutica e perfumaria; madeira e mobiliário; produtos químicos; plástico; têxtil e refino de petróleo e petroquímicos.

Em quatro trimestres (12 meses), PIB cresce 1,2%
O PIB acumulado em quatro trimestres cresceu 1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da elevação de 1,1% do valor adicionado a preços básicos e do aumento de 1,8% nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. O resultado do valor adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: agropecuária (3,9%), indústria (-1,2%) e serviços (1,7%).
Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 3,0%, seguida pela despesa de consumo da administração pública (2,8%). A formação bruta de capital fixo caiu 2,8%. No setor externo, as exportações diminuíram 2,3% e as importações aumentaram 0,6%.

No primeiro trimestre de 2013, PIB chega a R$ 1,11 trilhão
O PIB a preços de mercado totalizou R$ 1.110,4 bilhões no 1º trimestre de 2013, sendo R$ 940,4 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 170,0 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. Considerando o valor adicionado das atividades no trimestre, a agropecuária registrou R$ 59,7 bilhões, a indústria, R$ 230,2 bilhões, e os serviços, R$ 650,5 bilhões. Entre os componentes da demanda, a despesa de consumo das famílias totalizou R$ 722,9 bilhões, a despesa de consumo da administração pública, R$ 212,9 bilhões, e a formação bruta de capital Fixo, R$ 204,9 bilhões.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2013 foi de 18,4% do PIB, inferior à taxa referente a igual período do ano anterior (18,7%). A taxa de poupança alcançou 14,1% no primeiro trimestre de 2013 (ante 15,7% no mesmo trimestre de 2012).
No 1º trimestre de 2013, a necessidade de financiamento aumentou em R$ 29,5 bilhões em relação ao mesmo período de 2012. A renda nacional bruta atingiu R$ 1.090,8 bilhões contra R$ 1.023,3 bilhões em igual período do ano anterior. Nessa mesma base de comparação, a poupança bruta atingiu R$ 156,7 bilhões contra R$ 162,6 bilhões no mesmo período de 2012.

Fonte: IBGE

PIB abaixo do esperado pressiona e Ibovespa recua

Além disso, redução das estimativas de crescimento das principais economias mundias dissemina pessimismo entre os investidores.

As atenções dos investidores nesta quarta-feira (29/5), véspera de feriado no Brasil, se voltam para o crescimento dos principais países neste ano. Por aqui, a cautela não seria diferente, com o mercado analisando o mau desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre.

Há pouco, o Ibovespa futuro sinalizava abertura do pregão em baixa de 0,82%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, há pouco, que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,6% entre janeiro e março, em relação ao quarto trimestre. As estimativas eram de alta entre 0,8% e 1%.

No mesmo sentido, as principais bolsas mundiais também são penalizadas com as projeções de crescimento.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a estimativa de expansão da China de 8% para 7,75%. Além disso, a OCDE cortou a projeção de crescimento mundial de 4% para 3,1% em 2013 e vê recessão de 0,6% neste ano na Zona do Euro.

A notícia pesou no mercado europeu. Há pouco, o CAC 40, de Paris, caía 1,35% e o DAX, da Alemanha, perdia 1,51%.

Contribui ainda para o cenário negativo, o desemprego na Alemanha, que apesar de ter permanecido em 6,9%, ganhou 21 mil pessoas sem ocupação em maio, somando 2,96 milhões de desempregados.

Nos Estados Unidos, com a agenda mais fraca, as notícias pessimistas ao redor do globo pressionam Wall Street.

Em instantes, o Dow Jones recuava 0,45%, o S&P também tinha queda de 0,45% e o Nasdaq diminuía 0,31%.

Fonte: Brasil Econômico

Efeito consumidor dos Estados Unidos na economia global

A melhora da confiança do consumidor americano sustenta a teoria de que a economia do país está se reanimando.

As suspeitas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que a economia americana enfim começa a se reanimar, após quase cinco anos em que oscilou entre a recessão e a letargia, receberam ontem uma confirmação enfática, embora ainda não definitiva.

O índice de confiança do consumidor dos EUA deu um salto para 76,2 em maio, o nível mais elevado desde o início de 2008, ano do colapso de Wall Street, superando largamente a expectativa média dos analistas. Estes esperavam um índice melhor que os 69 de abril, mas nem tanto. A aposta era de um indicador na casa de 72.

Como a maior economia do mundo é movida pelo consumo do seu gigantesco mercado doméstico, se os consumidores estão confiantes no futuro o restante da economia vai atrás, principalmente o investimento. Isso mexe poderosamente com todos os mercados mundo afora. E o Brasil não é exceção. 

O retorno do otimismo com a economia americana provocou vigorosas altas nas bolsas mundiais. O principal índice da bolsa de Londres avançou 1,62%, o pregão de Paris subiu 1,39% e o de Frankfurt, 1,16%. Na Ásia, o Nikkei valorizou-se 1,2% e o Xangai Composite, 1,2%. Em Nova York, o Dow Jones evoluiu 0,69% e o Nasdaq, 0,86%. 

Internamente, a Bovespa destoou, caindo 0,64%, a 56.036,26 pontos. Falta à bolsa paulista o seu combustível vital: investidores estrangeiros.

O dólar ampliou o seu ritmo de alta. Ao contrário das valorizações tímidas exibidas nas sessões anteriores, temerosas de atrair intervenções do Banco Central, a de ontem, amparada por forte argumento externo, foi desinibida. A moeda fechou com alta de 0,88%, cotada a R$ 2,074, maior preço desde 24 de dezembro, quando fechou a R$ 2,078. 

Antes de segurar o ímpeto da arrancada do dólar, danoso à inflação, o BC pode querer saber os efeitos da alta que o Copom irá determinar hoje na taxa Selic sobre a disposição dos investidores estrangeiros em aplicar recursos no Brasil. 

Mas, agora, o juro brasileiro terá a pesada concorrência dos títulos do Tesouro americano. Ontem, as taxas dos treasuries subiram com desenvoltura, antecipando a já prometida retirada gradual dos estímulos monetários ao crescimento criados pelo Fed. O juro dos T-Notes de 10 anos avançaram de 2,01% para 2,16%. As taxas para o papel de 30 anos subiram de 3,17% para 3,32%.

Os analistas defendem que o BC não se limite a esperar pela reação dos estrangeiros à nova Selic. Deveria, antes mesmo do início da reunião do Copom de hoje, zerar a alíquota do IOF, atualmente em 6%, que incide sobre a aquisição de títulos de renda fixa brasileiros por parte de estrangeiros. 

Mais ainda: para acelerar o ingresso de capitais e tornar desnecessário o uso dos dólares das reservas cambiais, o diretor-executivo da NGO Câmbio, Sidnei Nehme, sugere ao BC reduzir de um ano para 90 dias o prazo dos empréstimos externos sujeitos ao recolhimento do imposto. 

A reconfiança na economia americana afetou também o mercado futuro de juros da BM&F. As taxas dos contratos mais longos - as que mais refletem os juros internacionais - dispararam. 

Quanto mais longínquo o vencimento, maior a alta, pois a taxa passa a incorporar vários riscos, principalmente o de o câmbio precipitar algum descontrole inflacionário. O contrato para janeiro de 2015 subiu de 8,60% para 8,62%. A taxa para janeiro de 2016 avançou de 9,05% para 9,14%. E, para janeiro de 2017, de 9,37% para 9,49%.

O novo dado sobre a economia dos EUA pode desempatar o jogo no Copom. O principal elemento de incerteza em relação ao resultado da reunião de hoje - se o ritmo de alta de 0,25 ponto seria mantido ou se haveria opção para um aumento mais contundente, de 0,50 ponto - vinha da divisão interna entre os oito membros do Comitê a respeito do cenário externo. 

O diretor de Assuntos Internacionais Luiz Awazu Pereira da Silva, para justificar seu voto pela manutenção da Selic em 7,25% no encontro de abril, invocou o cenário desinflacionário prevalecente nos EUA, Europa e Ásia. Se a economia americana sair de fato do atoleiro, Europa e China podem ser içadas juntas.

Esse fator de incerteza desapareceria, abrindo as portas para a construção de um consenso dentro do Copom em torno de uma alta de 0,50, puxando a taxa básica para 8%. Retirado o obstáculo externo, prevaleceriam duas variáveis internas propícias a um aperto monetário mais incisivo: atividade em retomada e esforço fiscal mais brando.

Grande prejuízo para o Brasil poderá causar o choque de políticas contraditórias, na avaliação do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Enquanto a política monetária é contracionista, a fiscal é expansionista.

"De um lado, o BC se esforça para colocar a trajetória da inflação em um curso declinante e convergente para o centro da meta de 4,5%, seja com a elevação da Selic ou nos recentes discursos severos de seu presidente. De outro, para garantir êxito na estratégia de política econômica, a política fiscal executada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega míngua sem dó os esforços do BC ao estimular o consumo doméstico por meio de desonerações fiscais e turbinando o crédito nos bancos públicos federais, resultando na equação onerosa de aumento do endividamento público", diz Agostini.

Está na hora de alinhar as políticas monetária e fiscal num viés contracionista, "mas ainda em doses homeopáticas, para não matar o doente". Tanto que Agostini defende que o Copom sustente o compasso mais suave de alta da Selic, de 0,25 ponto.

Não se pode, na sua visão, correr o risco de a economia retroceder justamente nesse início de recuperação, mas é necessário preservar os ganhos da estabilidade conquistados ao longo dos últimos 18 anos.

"O ônus das políticas monetária e fiscal conflitantes está na acomodação da taxa de inflação em níveis acima dos toleráveis por tempo maior que o permitido. Já são quatro anos com inflação média acima de 5,5% ao ano. A perda de poder de compra da população atinge 25% nesse período. Enquanto isso, aumenta o endividamento público via emissão de títulos para aportar recursos nos bancos públicos federais", diz Agostini.

Ele lembra que o capital social da Caixa Econômica Federal (CEF) subiu 169%, de R$ 9,3 bilhões para R$ 25 bilhões, entre 2009 e 2013. Esses aumentos foram feitos por meio de aportes do Tesouro e de transferências de ações de empresas estatais. No ano passado, a Petrobras concedeu R$ 1,5 bilhão à Caixa por meio desta modalidade.

Fonte: Brasil Econômico

Novo marco da mineração terá texto mais brando

Para facilitar a aprovação pelo Congresso, o governo vai submeter projeto que transforma o atual DNPM em agência reguladora.

Apesar da disposição do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de encaminhar no próximo mês ao Congresso a proposta de reforma do marco regulatório da mineração, os líderes governistas no Senado estão pedindo cautela. 

O relator do projeto, Senador Eduardo Braga, concorda. A proposta, que já estaria pronta, acabou ficando um pouco mais tempo na gaveta por conta do desgaste causado pela MP dos Portos. 

"No clima que temos hoje há um risco de que a proposta de um tema tão delicado como este acabe sendo desconfigurada. Nós, lideres, estamos pedindo cautela ao governo", afirma o líder do PT no Senado Wellington Dias (PI). 

Segundo apurou o Brasil Econômico, o governo analisa uma estratégia de enviar ao Congresso um texto "mais brando" da reforma do código mineral. 

Dessa forma, a ideia seria enviar ao um projeto de lei - e não mais uma Medida Provisória como se pensava - que transforma Departamento Nacional Pesquisa Mineral (DNPM) em agência reguladora do setor - a única das três partes que compõe a reforma da legislação mineral que tem consenso entre as empresas e parlamentares. 

Feito isso, o governo deixaria a cargo dessa nova agência a tarefa de aprofundar estudos que levem a uma alteração do marco regulatório em si - que estabelece licitações de jazidas e prazos de concessões. 

Até lá, o governo continuaria adotando as regras atuais para autorizar exploração de jazidas com o objetivo de destravar os investimentos do setor. Ontem, mais três autorizações foram publicadas, incluindo um projeto da Vale.

Outra medida mais recente para liberar investimentos foi publicada discretamente na segunda-feira, dia 27, no Diário Oficial da União. Trata-se de uma portaria do DNPM que autoriza concessões de alvarás de pesquisa para todo o tipo de minério por períodos inferiores ao de três anos. 

A medida revisa o texto de uma portaria anterior, de 2004, que criou critérios objetivos para concessão dos alvarás de pesquisa. Pelas regras em vigor, o alvará da pesquisa do minério de ferro, por exemplo, teria que ser de 3 anos, mas agora poderá ser menor. 

"Foi o próprio DNPM que estabeleceu essa limitação e agora recua, mas não de forma casuística", afirma o advogado de direito mineral, Bruno Feigelson, do escritório Ribeira Lima. 

Para ele, o governo dá sinais de que deve liberar alvarás de pesquisa parados no DNPM. O prazo menor seria estratégico para que as regras da pesquisa sejam revistas logo após uma reforma mais ampla do código, contando que ela aconteceria apenas em 2014.

Fonte: Brasil Econômico

OCDE reduz previsão de expansão mundial; vê PIB do Brasil em 2,9%

PARIS, 29 Mai (Reuters) - A recessão da zona do euro deve ser ainda pior este ano e levou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a reduzir nesta quarta-feira suas estimativas para o crescimento global, apesar da situação em geral boa nos Estados Unidos e no Japão.

Em seu relatório semestral Cenário Econômico, a OCDE estimou que a economia mundial crescerá 3,1 por cento em 2013, antes de acelerar para 4 por cento em 2014.

A estimativa mostra um cenário mais pessimista do que em novembro, quando a instituição estimou crescimento global de 3,4 por cento em 2013 e 4,2 por cento no próximo ano.

Os Estados Unidos devem conduzir o crescimento global com uma estimativa de expansão de 1,9 por cento para a maior economia do mundo neste ano, acelerando para 2,8 por cento em 2014, taxa que seria a melhor para o país desde 2005.

Por outro lado, a zona do euro deve permanecer em recessão pelo segundo ano. A OCDE vê contração da economia da região de 0,6 por cento em 2013, voltando ao crescimento no próximo ano com uma taxa de 1,1 por cento.

Entretanto, o cenário é bastante divergente dentro do bloco de 17 países, com previsão de a Alemanha registrar crescimento de 0,4 por cento e se recuperar para uma taxa de 1,9 por cento em 2014.

Após anos de crise da dívida testando a capacidade da zona do euro de se sustentar, o economista-chefe da OCDE, Pier Paolo, disse que os riscos ao cenário econômico finalmente começaram a diminuir.

Mas ele alertou que o alívio na crise da dívida da zona do euro pode levar a uma fadiga das reformas.

"Em relação à Europa, estamos preocupado que a complacência se estabeleça", disse Padoan à Reuters. "Esse é um novo risco que está surgindo na Europa."

Para o Brasil, a OCDE reduziu a previsão de expansão neste ano para 2,9 por cento ante 4,0 por cento em novembro. Para 2014, a projeção é de crescimento de 3,5 por cento.

ÁSIA

Elevando sua estimativa para o Japão, a OCDE disse que a promessa do banco central do país de elevar seu estímulo monetário de forma agressiva vai ajudar a economia a crescer 1,6 por cento neste ano.

A OCDE adotou uma visão mais pessimista para a China, estimando que a economia vai crescer 7,8 por cento neste ano, ante previsão anterior de 8,5 por cento.

Com as economias na maioria dos países ainda em modo de recuperação, a OCDE afirmou que os bancos centrais devem manter as políticas monetárias frouxas, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) deveria aumentar drasticamente seus esforços para garantir que o crédito flua pela economia.

A OCDE pediu que o BCE faça os bancos pagarem por manterem depósitos junto a ele e quer que o banco compre ativos de pequenas e médias empresas com problemas de crédito, duas opções que autoridades do BCE dizem estar avaliando.

No caso do Federal Reserve, banco central norte-americano, a OCDE disse que pode ser justificado em breve que ele comece a reduzir as compras de títulos do governo e hipotecários.

Fonte: Reuters Brasil