Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Investidor prefere ficar longe das commodities


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Se você dormiu durante todo o primeiro trimestre nos mercados de commodities, não perdeu muito. O Índice de Commodities Dow Jones-UBS UBSN.VX +1.72% caiu 1,1% no primeiro trimestre e o resultado pode fortalecer os que afirmam que o superciclo das commodities terminou por ora. O índice caiu 1,1% em 2012, depois de cair 13% em 2011.

A maioria dos mercados reflete expectativas modestas para a economia global, atingida pelafraca demanda chinesa, perspectivas de crescimento incertas nos Estados Unidos e na Europa, estoques adequados de matérias-primas e um dólar se valorizando, fatores que prejudicam os preços das commodities.

"A recuperação do apetite pelo risco dos investidores está passando à margem dos mercados de commodities, pois as perspectivas de crescimento ainda não bastam para sustentar uma recuperação mais ampla, tal como a vista em outras classes de ativos", declarou o Barclays BARC.LN +2.15% numa nota de 21 de março.

As ações subiram graças a balanços empresariais fortes, lucros satisfatórios, medidas de estímulo do Federal Reserve, o banco central americano, e a sensação de que, embora o crescimento seja fraco, a economia americana está no caminho da recuperação. Mas isso tem ajudado pouco as commodities.

Com os mercados de commodities desaquecidos, os investidores têm se afastado. Um relatório recente do JP Morgan Chase JPM +0.56% & Co. observou que os volumes de fevereiro nos contratos mais líquidos — petróleo, ouro e cobre — estavam nos níveis mais baixos desde que o banco começou a acompanhá-los, há seis anos.

Os melhores retornos estão nas ações. Tanto a Média Industrial Dow Jones como o índice de 500 ações da Standard & Poor's chegaram a níveis recorde, encerrando o trimestre com alta de 11% e 10%, respectivamente.

No geral, as commodities de energia ficaram ligeiramente positivas no trimestre, enquanto os metais e os produtos agrícolas perderam algum terreno.


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Energia

Foi um trimestre volátil para o contrato do petróleo americano de referência, o West Texas Intermediate, com os preços subindo de US$ 91,82 no início do ano para quase US$ 98 e em seguida baixando e subindo outra vez. O principal contrato europeu, o Brent, ficou na faixa de US$ 110 a US$ 120, só caindo nas últimas semanas do trimestre.

Uma incógnita foi o spread entre os dois contratos, um investimento popular por ser um dos poucos em que os investidores podem lucrar com oscilações de preços. A diferença diminuiu em meados de janeiro, com os investidores apostando que os novos oleodutos para as refinarias da Costa do Golfo do México reduziriam os estoques petrolíferos no centro de armazenamento de Cushing, em Oklahoma, mas problemas de capacidade fizeram o spread aumentar em até 41% nas três semanas seguintes, causando grandes prejuízos para alguns investidores.

O melhor investimento no setor de energia foi o gás natural, pois um inverno longo e intenso em boa parte dos EUA aumentou a demanda, puxando os preços para mais de US$ 4 por milhão de BTUs (unidades térmicas britânicas) pela primeira vez desde outubro de 2011. O gás natural subiu 20% no trimestre.

Metais

Os preços do ouro continuaram um longo declínio iniciado no terceiro trimestre de 2012. O ouro caiu até 6% no trimestre, chegando a US$ 1.571,90 a onça- troy, para recuperar-se depois e fechar o trimestre com perda de 4,8%, em US$ 1.594,80 a onça.

Apesar de condições que poderiam sustentar o ouro — balanço em alta do Federal Reserve, temores de inflação, crescimento econômico fraco e alto desemprego —, investidores estão tendo melhores retornos nas bolsas.

Poderíamos pensar que o apetite por risco que alimenta as ações beneficiaria também o cobre, um indicador da atividade econômica. Mas o cobre caiu 6,8% no trimestre devido a estoques altos e receios de queda na demanda chinesa.

Agricultura

As poucas oscilações de preços significativas ocorreram nas commodities agrícolas. O trigo vermelho duro de inverno negociado em Kansas City caiu 13%, mais que qualquer commodity importante, devido a temores relativos ao clima, enquanto o algodão foi o que mais subiu, 18%, devido às fortes exportações americanas e às vendas mundiais, para depois entrar em ligeira queda.

Alguns investidores podem ver a relativa inatividade desses mercados como um ponto baixo e uma oportunidade. Mas os dias de altas sucessivas das commodities terminaram por ora, deixando mercados desfavoráveis para o investidor que compra e segura ativos. As oportunidades de ganhar dinheiro estão em transações complexas e voláteis, tais como os spreads entre os contratos de diferentes meses, as estratégias usadas por investidores profissionais ou abordagens como comprar ações de empresas de recursos naturais.

Fonte: The Wall Street Journal

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