Curva de juros futuros da BM&F Bovespa opera estável no pregão que antecede a decisão do Copom.
As expressivas baixas experimentadas pelos índices acionários das principais bolsas mundiais nesta quarta-feira (18/4) provocam uma valorização global do dólar, e o mercado cambial doméstico não tem força para se descolar do forte movimento desta vez.
Instantes atrás a moeda americana tinha valorização de 0,55% ante a brasileira, e era negociada a R$ 2,002 na venda.
O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, avançava 0,92%.
"O mau humor externo visto desde a abertura dos mercados europeus piorou com rumores de rebaixamento do rating da Alemanha. As bolsas, tanto na Europa como nos Estados Unidos acentuaram suas quedas e o dólar renovou a máxima ante ao euro, que já opera abaixo dos US$ 1,31", afirma João Paulo de Gracia Corrêa, gerente da mesa de câmbio da Correparti, em relatório.
O euro tinha perdas de 0,97% frente ao dólar, cotado a US$ 1,3049.
"Internamente, apesar da expectativa de maior fluxo com a revogação da suspensão do IPO da BB Seguridade e o aumento da taxa Selic, a notícia também mexeu com o mercado de câmbio doméstico", pondera o especialista.
Os dados de fluxo cambial divulgados pelo Banco Central (BC) agora à tarde contribuem para os ganhos do dólar - em abril, até o dia 12, as saídas prevalecem em US$ 3,002 bilhões.
No acumulado do ano, o fluxo está negativo em US$ 5,102 bilhões, contra o fluxo positivo de US$ 18,908 bilhões em igual período do ano passado.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva opera estável, com leve viés de queda, após a expressiva abertura da véspera, no pregão que antecede a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros nos próximos 45 dias.
Mais negociado, com giro de R$ 29,976 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo recuava de 7,63% para 7,61%, enquanto o para janeiro de 2014 cedia de 8,23% para 8,21%, com volume de R$ 24,988 bilhões.
Pela precificação da curva, a maior parte dos agentes apostam que o início do ciclo de aperto monetário será mesmo hoje, com uma primeira alta de 0,50 ponto percentual.
No entanto, enquanto o mercado praticamente "exige" um aperto monetário por parte do BC, que parece ter sido dobrado, tendo em vista as recentes declarações de representantes do governo, de longe é consenso fora das praças financeiras.
Até mesmo porque a própria autoridade monetária, há pouco tempo, já disse que o problema inflacionário do país está relacionado com a incapacidade de elevar a oferta, que não é afetada pela alta dos juros.
Na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, o aumento da taxa Selic é um recurso válido para conter a alta dos preços no Brasil, no entanto, esta decisão, que é ruim para o comércio, pode ser adiada, já que o recuo no preço dos alimentos medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) nas primeiras semanas de abril já mostra que a inflação vem dando sinais de trégua por si só.
"Os números mostram que o custo de vida das famílias diminuiu no começo de abril. Além disso, o recente atentado em Boston, nos Estados Unidos, fez o preço das commodities passar por um resfriamento. Dessa forma, a inflação vai recuando automaticamente e a decisão de aumentar os juros pode ser adiada", avalia Pellizzaro Junior.
Fonte: Brasil Econômico
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