Segundo o ministro, as commodities, apontadas como vilãs do aumento do índice de preços, estão cedendo.
Durante mais de duas horas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reuniu ontem com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A pauta do encontro foi discutir a situação macroeconômica do Brasil e analisar as principais dificuldades da indústria no momento. Nenhuma medida foi tomada no encontro, que deve virar uma rotina nos próximos meses, já que ficou combinada uma agenda de reuniões quinzenais.
Com o tom otimista de costume, o ministro reconheceu que a principal reclamação dos empresários é o custo de produção, incluindo o custo de mão de obra. "Estamos reduzindo a maioria dos custos, como financeiro e tributário, mas temos que enfrentar o custo de infraestrutura. São algumas medidas que demoram um tempo para surtir efeito", comentou.
Ao falar da tão temida inflação, tema que fez questão de responder, Mantega garantiu que os índices vão recuar e que os valores das commodities, apontadas pelo governo como uma das principais culpadas pela aceleração, já estão diminuindo.
"A inflação vai cair no Brasil, nós tivemos problemas principalmente com as commodities, o problema veio de fora. Tivemos uma mudança cambial no ano passado que criou uma inflação naquele ano. No atacado, os preços dos alimentos já caíram. Estamos com a inflação descendente."
Porém, ao ser questionado quanto tempo levaria para a inflação recuar para níveis satisfatórios, o ministro esquivou-se. "Aí tem que perguntar para o Banco Central, eles que sabem isso", afirmou.
O recente aumento da taxa básica de juros, que subiu de 7,25% para 7,5% ao ano, foi defendido pelo ministro considerando que a taxa real de juros ainda é atrativa. Na visão de Mantega, os juros não são impeditivos para os investimentos no país.
"O juro real no Brasil é um dos mais baixos dos últimos tempos, deve estar em 1,5%. Ele já foi mais de 10% real. Estamos com o menor custo financeiro de todos os tempos. Para longo prazo, é um juro favorável para reduzir o custo financeiro e estimular investimentos", afirmou.
Reconhecendo ainda muita dificuldade de crescimento por conta da crise internacional, que afeta o Brasil, o ministro garantiu que a economia brasileira está melhorando a cada trimestre.
"Vamos ter um PIB (Produto Interno Bruto) maior no primeiro trimestre do que foi no anterior. Nós estamos conseguindo crescer apesar das dificuldades internacionais, alguns setores crescem menos e outros mais. Temos que olhar para os que crescem menos", disse sem estabelecer uma previsão de crescimento para o período.
"O Banco Central falou em 1%. A Fazenda está observando e ainda não temos os dados concretos. O mercado fala que está havendo uma aceleração de crescimento", concluiu Mantega, negando qualquer problema com o desemprego. "Os empresários reclamam da falta de mão de obra".
Pelo lado dos empresários, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, elogiou as últimas medidas do governo para acelerar o crescimento econômico, como a desoneração da folha de alguns setores e até a aprovação da MP dos Portos.
Fonte: Brasil Econômico
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