Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

PIB chinês provoca valorização global do dólar


Curva de juros futuros da BM&F Bovespa mantém trajetória de abertura da sessão anterior, após declarações de autoridades indicarem início do ciclo de aperto monetário.

O dado referente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre de 2013, abaixo do esperado pelo mercado, interrompe nesta segunda-feira (15/4) a sequência de sete quedas seguidas do dólar frente ao real.

Há pouco a moeda americana tinha valorização de 0,50%, e era negociada a R$ 1,978 para venda.

O movimento está em linha com seus pares internacionais - ante o dólar australiano, a divisa dos Estados Unidos ganhava 1,04%, frente ao peso mexicano, avançava 0,74%, e contra o rand sul africano, apreciava 2,04%.

A corrida pelo ativo ainda considerado o mais seguro em momentos no qual a aversão ao risco prevalece no mercado reflete hoje o PIB chinês, que avançou 7,7% de janeiro a março, queda de 0,2 ponto percentual na comparação com o período imediatamente anterior.

As estimativas indicavam incremento de 8%.

Além da questão sobre o gigante asiático, outro ponto que contribui para a desvalorização do real foi a suspensão anunciada nesta segunda pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da oferta pública inicial de ações da BB Seguridade, uma vez que, na maioria dos casos, os investidores estrangeiros predominam na participação de tais ofertas.

"No Brasil, deve preponderar o esforço para manter o câmbio oscilando em torno de R$/US$ 2,00, taxa aparentemente considerada pelo governo como "ideal" para evitar um aumento da pressão inflacionária, sem sacrificar (ainda mais) a competitividade da indústria nacional", pondera Flávio Combat, da Concórdia, em relatório.

A leitura feita pelo especialista sobre o mercado cambial doméstico vai de encontro ao consenso dos agentes.

No boletim Focus desta semana, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram, pela sétima vez consecutiva, a projeção para a cotação do dólar ao final de 2013 em R$ 2,00.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa mantém a trajetória de abertura já verificada no último pregão, após declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, interpretadas pelo mercado como sinalização de que o início do ciclo de aperto monetário está próximo.

Mais negociado, com giro de R$ 52,228 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo avançava de 7,530% para 7,605%, enquanto o para janeiro de 2014 subia de 8,17% para 8,24%, com volume de R$ 31,845 bilhões, e o para janeiro de 2015 crescia de 8,68% para 8,74%, movimentando R$ 23,962 bilhões.

Na sexta passada Mantega falou que o governo tomará as medidas que forem necessárias para controlar a inflação, mesmo que impopulares, como o aumento da taxa básica de juros.

"Não titubeamos em tomar medidas que julgamos necessárias. Inclusive posso dizer que mesmo as medidas que são consideradas menos populares são tomadas, por exemplo, em relação às taxas de juros", disse o ministro.

Além da declaração de Mantega, que já seria suficiente para levar os investidores a pedirem mais prêmios na curva, o presidente do BC, Alexandre Tombini, também falou, e também deu a entender que o aumento na taxa básica de juros está próximo.

"O Banco Central tem dito que não há e não haverá tolerância com a inflação. Nós estamos nesse momento monitorando atentamente todos os indicadores e obviamente no futuro vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária", pontuou a autoridade.

A pressão do mercado por uma alta da Selic foi intensificada após a divulgação do IPCA de março na última quarta, que, em 12 meses, estourou o teto da meta estabelecido pelo governo.

Fonte: Brasil Econômico

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