IGP-DI acima do esperado mantém a trajetória da véspera de abertura da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.
O dólar tem uma sessão global de desvalorização nesta terça-feira (9/4), com os investidores animados após a divulgação do resultado da Alcoa no primeiro trimestre de 2013, que deu início à temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.
O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, recuava 0,52%.
O euro, principal componente da cesta, ganhava 0,62%, a US$ 1,3089.
Já no âmbito doméstico, a moeda americana cedia apenas 0,10% ante a brasileira, e era negociada a R$ 1,986 para venda.
"A desvalorização da moeda americana aqui se mostra bem mais comedida após as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante evento ontem à noite em Porto Alegre, dando ênfase ao crescimento, diferentemente de seus discursos anteriores onde a inflação era sua principal prioridade", afirma João Paulo de Gracia Corrêa, gerente da mesa de câmbio da Correparti, em relatório.
Existe no mercado a percepção de que o governo não permite, no momento, que a cotação do dólar ultrapasse o nível de R$ 2,03, para que a valorização tida como excessiva do dólar não tenha impacto futuro nos índices de preços.
Na outra ponta, o piso de R$ 1,95 é defendido para que um valor muito depreciado da divisa dos Estados Unidos não prejudique o desempenho da indústria, e consequentemente, do crescimento nacional.
"As declarações acontecem na semana de divulgação do índice oficial de inflação do governo, o que deixa os agentes domésticos do mercado de câmbio em posição de cautela", avalia Corrêa.
Amanhã, o IBGE divulga o IPCA de março, que, se confirmar as projeções das casas, ao redor de 0,50%, irá estourar o teto da meta de 6,5% em 12 meses.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva opera em alta, por influência do IGP-DI, bem acima das expectativas, e com os agentes de olho na divulgação do índice oficial de inflação nesta quarta.
Mais negociado, com giro de R$ 15,150 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 subia de 8,43% para 8,47%, enquanto o para janeiro de 2014 avançava de 7,82% para 7,86%, com volume de R$ 8,5 bilhões.
O IGP-DI acelerou para 0,31% em março, frente aos 0,20% de fevereiro, e as estimativas do mercado também em 0,20%.
Os agentes têm se mostrado bastante divididos quanto aos próximos passos que serão tomados pelo BC na política monetária, mas, com a persistência apresentada pela inflação recentemente, tem ganhado força a ala que aposta em um aumento da Selic ainda no primeiro semestre, possivelmente em maio.
Não faz parte dessa corrente o economista-chefe da CM Capital Markets.
"Aqueles que defendem a elevação da Selic ainda esse semestre ancoraram suas expectativas no trecho que Tombini enaltece o risco da inflação: ‘A sociedade brasileira sabe que a inflação distorce a economia e eleva prêmio e risco'", pontua o especialista, em boletim.
Fonte: Brasil Econômico
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