Também por conta da decisão do colegiado na noite de ontem, curva de juros futuros da BM&F Bovespa desaba nesta quinta-feira (18/4).
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na noite de ontem, de elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, para 7,50% ao ano, provoca uma forte alta do dólar frente ao real no pregão desta quinta-feira (18/4), em desalinho ao movimento que prevalece no exterior.
Há pouco a moeda americana avançava 1,05% ante a brasileira, e era negociada a R$ 2,020 para venda.
O euro, por sua vez, ganhava 0,45%, a US$ 1,3091. O Dollar Index, índice que mede a variação do dólar contra uma cesta de divisas, que inclui a moeda única do bloco europeu, recuava 0,36%.
"O mercado acreditava que a alta na Selic seria de 0,50 ponto, que, se fosse confirmada, poderia trazer mais fluxo ao país. A alta de 0,25 ponto diminui o apetite do agente em investir no real", explica Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB.
A expectativa do mercado em relação a um início mais forte do ciclo de aperto, somado a outros fatores, como os esperados IPOs que devem ocorrer nos próximos meses, levaram o dólar a uma queda acumulada de 1% no mês de abril, até ontem, que já se perde totalmente só nesta quinta.
Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, a curva desaba, também em função do ajuste de posições, uma vez que a precificação da noite desta quarta apontava uma alta de 0,46 ponto na Selic neste encontro do Copom, segundo Rostagno.
Mais negociado, com giro de R$ 164,88 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 recuava de 8,20% para 7,85%, enquanto o para julho próximo cedia de 7,61% para 7,39%, com volume de R$ 106,543 bilhões.
"Além da alta de 0,50 ponto esperada para abril, os agentes precificavam um movimento similar na reunião de maio. Como veio 0,25, estão tendo ajustes para maio também, que agora prevê uma elevação de 0,36 ponto", diz o estrategista do WestLB. "Cresceram as chances de ser 0,25 ponto em maio", diz o especialista.
O teor do comunicado divulgado pela autoridade monetária junto à sua decisão, que destacou as "incertezas internas, e principalmente externas", que "cercam o cenário prospectivo para a inflação, e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela", também contribui para o fechamento da curva, uma vez que as apostas em relação ao ciclo total de aperto estão sendo ajustadas.
"O BC mostrou-se bastante preocupado com o cenário externo, e indicou que o ritmo das altas deve ser de 0,25 ponto, e não de 0,50. O ciclo não deve ser tão grande quanto o mercado esperava", fala Rostagno.
"Mantive minha aposta em um ciclo total de 1,25 ponto [todo ele em 2013], mas vi muitas casas revisando para baixo, de 1,5 para 1 ponto".
Fonte: Brasil Econômico
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