Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Política brasileira sofre transtorno bipolar e confunde investidor


Ao mesmo tempo que a Bolsa sofre uma fuga de investidores estrangeiros, os players domésticos apostam na melhora do país e não se desfazem de seus ativos, mesmo com preços altos.

A visão dos investidores estrangeiros do Brasil já foi melhor, quando o país viveu uma euforia entre 2006 e 2011, influenciada pelo otimismo em relação ao crescimento do país. Agora, com fraca expansão e a interferência do governo nos setor da economia, a percepção paira sobre um cenário negativo.

Um país de quase 200 milhões de habitantes, estrategicamente importante em diversos pontos, o investimento estrangeiro direto (IED) não para. Um tanto disso se deve à visão atual, que indica que embora não caminhemos para o modelo de reformas do México, do Chile ou da Colômbia, tampouco iremos para o caminho da Argentina ou da Venezuela.

De acordo com o Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), em relatório, o melhor, para resumir o Brasil, seria dizer que nossas políticas, tanto externas quanto internas, sofrem de "transtorno bipolar".

As ações na Bolsa brasileira começaram a sofrer uma fuga de investidores estrangeiros mais acentuada no ano passado, quando o governo anunciou as reduções das tarifas elétricas. Agora, com o poder judiciário interferindo no caso da Vale, que pode ter que pagar R$ 31 bilhões, a quantidade de investidores que estão se desfazendo aumenta, mas ainda não preocupa.

"A alocação de investimentos estrangeiros para o Brasil está estagnada num nível alto, mas sem saídas significativas até o momento. Já a percepção dos investidores domésticos é uma mescla. Se por um lado percebemos e criticamos fortemente os problemas locais, por outro mantemos o "gosto" pelo país onde nós e nossas famílias residimos e onde pretendemos que nossos descendentes continuem", destaca a equipe de análise do CSHG.

Os players domésticos e externos estão "embriagados" com o sucesso da valorização de ativos brasileiros como ações, imóveis, arte, entre outros, e apesar de terem certa noção de que os preços estão exagerados, não tomam nenhuma atitude para vendê-los em quantidades significativas, apenas marginalmente.

O CSHG destaca quatro motivos para isto acontecer, como a rentabilidade dos ativos em dólar americano, perto de zero, e ninguém quer saber da Europa e a Ásia. Além disso, os investidores não gostam de sair da zona de conforto.

Outro ponto é que os juros ainda estão muito altos no Brasil se comparados aos do restante do mundo, o que ficou ainda mais exacerbado após a super injeção de dinheiro por parte do banco central japonês e, por último, o crescimento na média de 3% do Brasil, apesar de ser considerado baixo.

Fonte: Brasil Econômico

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