Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 9 de março de 2013

Dados da China mostram desequilíbrio na recuperação econômica


PEQUIM (Reuters) - A recuperação econômica da China, que ocorre num ritmo irregular, aponta um dilema iminente para os políticos, já que os dados oficiais divulgados neste fim de semana mostram a inflação em fevereiro em seu ponto mais alto em 10 meses, ao mesmo tempo que a produção industrial e os gastos dos consumidores foram mais fracos do que o previsto.

Dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China revelam que o índice de preços ao consumidor subiu 3,2 por cento em fevereiro na comparação anual ante expectativas do mercado de aumento de 3 por cento. Já o crescimento da produção industrial anual combinada em janeiro e fevereiro foi de 9,9 por cento, a menor desde outubro 2012, o ponto de partida da recente recuperação econômica da China.

Os números oficiais mostram que os investimentos em ativos fixos foram o principal motor do crescimento econômico nos dois primeiros meses do ano, com um aumento de 21,2 por cento, o mais forte em 12 meses, enquanto o crescimento anual das vendas de varejo ficou em 12,3 por cento, no mais fraco período de janeiro e fevereiro desde 2004.

"Esses dados mostram que a economia está em processo de leve recuperação, que ainda é frágil", afirmou à Reuters o analista-chefe de macroeconomia da Everbright Securities em Pequim, Xu Gao, à Reuters. "Ela enfrenta uma série de incertezas."

A maior incerteza é sobre o quanto o feriado do Ano Novo Lunar na China influenciou esses dados. Este ano, o feriado caiu em fevereiro e, em 2012, em janeiro. As fábricas costumam fechar por duas semanas durante os feriados.

O risco é que a economia precise de um aperto na política monetária para conter os preços antes que a atividade industrial e as vendas no varejo retomem o impulso perdido no ano passado, quando a economia chinesa cresceu 7,8 por cento, no ano de crescimento mais lento desde 1999.

QUADRO VARIADO

"O período de janeiro-fevereiro apresentou um quadro completamente misto", disse a economista sênior da consultoria IHS Global Insight, em Pequim, Ren Xiangang.

"Dados relativos a imóveis e crédito apontam para sinais de superaquecimento, enquanto a produção industrial e os investimentos em ativos fixos, bem como indicadores prévios do setor manufatureiro, tais como o PMI, esmaeceram de novo", escreveu ela em um relatório a clientes.

O índice de gerentes de compras (PMI) do setor manufatureiro divulgado em 1o de março já sinalizou atividade fabril em baixa em vários meses enquanto a demanda interna cai.

Parece também que o excesso de capacidade de produção continua grande, considerando os dados deste sábado dos preços ao produtor, os quais mostram que os preços na porta das fábricas permaneceram deflacionários em fevereiro, com uma queda de 1,6 por cento em relação a um ano atrás, como já havia ocorrido em janeiro.

Fonte: Reuters Brasil

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