Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 16 de março de 2013

IBC-Br trabalha a favor do aperto monetário


O resultado do índice de atividade doméstica do BC, acima da expectativa do mercado, pode reduzir a relutância da autoridade em promover um ciclo de elevação dos juros ainda em 2013.

A frágil retomada da economia brasileira, o principal obstáculo do Banco Central (BC) para promover um aumento da taxa básica de juros, deu sinais em janeiro de que pode deixar de ser um problema no caminho da autoridade para assegurar o poder de compra do real.

Após resultados acima da expectativa da produção industrial e das vendas no varejo, o índice que mede o ritmo da atividade, aferido pelo próprio BC, também superou as estimativas do mercado, ao avançar 1,29%, ante as projeções ao redor de 0,80%.

Com isso, a média móvel de três meses passou de 0,2% em dezembro, que correspondia a um ritmo anualizado de 2,7%, para 0,4%, com uma taxa anual de 4,4%.

Pelos cálculos da consultoria LCA, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter crescimento de 1,5% no primeiro trimestre de 2013, após os 0,6% do último trimestre do ano precedente.

No lado da oferta, o PIB agropecuário, que deve avançar 7%, e reverter o impacto negativo de 0,3 ponto percentual de outubro a dezembro de 2012, para um positivo de 0,4 ponto de janeiro a março de 2013, e no lado da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo, que cresceu 12,8% em janeiro, pelos cálculos da LCA, sustentam a forte projeção da consultoria.

"O sólido crescimento de janeiro pode contribuir para aliviar a persistente relutância do BC para aumentar os juros e obter um controle sobre a dinâmica inflacionária", afirma Alberto Ramos, do Goldman Sachs, em relatório.

Em linhas muito similares também foram os economistas do Espírito Santo Investment Bank, o que evidencia a latente preocupação dos agentes com a resiliência de inflação.

"O resultado indica um ritmo mais forte da economia brasileira, que pode se aproximar do nível desejado pelo governo, de 4% ao ano em 2013, e esperamos que isso abra caminho para a autoridade monetária se concentrar em sua principal responsabilidade: o poder de compra do real", pontuam Jankiel Santos e Flávio Serrano, do banco de investimento português.

Até porque, enquanto os índices referentes à atividade têm surpreendido positivamente, os que tangem à evolução dos preços, por outro lado, tem consistentemente surpreendido negativamente, lembram os especialistas.

Para 2013, a projeção da RC Consultores indica crescimento de 3,3% para o IBC-Br, após os 1,35% de 2012, e está alinhada ao Focus, onde a estimativa está em 3,10%.

A estimativa dos economistas consultados pelo BC para o IPCA, por sua vez, está em 5,82%, frente aos 4,5% do centro da meta de inflação do governo.

Fonte: Brasil Econômico

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