O dólar comercial voltou a atingir o patamar de R$ 2 nesta quinta-feira (21). A moeda fechou em alta de 1,03%, a R$ 2,011 na venda. É a maior cotação desde 25 de janeiro, quando o dólar fechou valendo R$ 2,032.
A alta foi motivada por preocupações com a crise do Chipre. Isso faz com que os investidores levem menos dólares para países considerados "arriscados", como é o caso do Brasil. A menor oferta faz o preço da moeda norte-americana subir.
A Bovespa acumulou a terceira baixa seguida e fechou no menor nível em quatro meses. O Ibovespa (principal índice da Bolsa) perdeu 0,81%, a 55.576,67 pontos. É a menor pontuação desde 16 de novembro do ano passado (55.402,33 pontos).
As maiores influências de queda foram as ações preferenciais da Petrobras, com recuo de 1,7%, e da OGX, de Eike Batista, que perderam 4,6%. Os negócios movimentaram R$ 6,5 bilhões.
Empresas de Eike têm dia de queda; construtoras sobem
O maior tombo do dia foi da ação da MMX, mineradora de Eike Batista, que desabou 7,02%, a R$ 2,65. O desempenho se deve a uma antecipação equivocada do mercado: os investidores esperavam melhora no balanço da mineradora no quarto trimestre, que foi divulgado no início dessa semana. Ao invés disso, a empresa reportou um prejuízo 40 vezes maior do que no mesmo período em 2011.
A segunda maior queda do dia foi de outra empresa de Eike, a petrolífera OGX. A ação chegou a subir 6% ao longo do dia, depois que a empresa anunciou ter encontrado gás natural no Maranhão. Mas o movimento perdeu fôlego ao longo do dia, e a OGX fechou em baixa de 4,58%, a R$ 2,50.
A LLX, empresa de logística de Eike, cedeu 3,14%, a R$ 2,16.
A ação da Braskem caiu 3,45%, a R$ 13,70, e a da CSN recuou 3,18%, a R$ 9,12.
As maiores altas foram de construtoras: a PDG subiu 3,64%, a R$ 2,85, e a Brookfield avançou 3,47%, a R$ 2,68. A divulgação do balanço da Cyrela, que estava agendada para depois do fechamento do mercado, deu expectativas aos investidores.
A aposta é que os resultados da Cyrela podem ser um termômetro sobre a real situação do setor, depois que MRV e Gafisa apresentaram resultados decepcionantes.
A Cemig fechou com ganhos de 1,35%, a R$ 22,50, ainda longe de recuperar as perdas da véspera, quando desabou quase 14%. Por causa de trâmites com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o aumento de tarifas da empresa deve ser menor que o esperado.
As ações da Tim fecharam em alta de 1,09%, a R$ 8,38, e as ações ordinárias da Vale ganharam 0,84%, a R$ 34,64.
Entre as ações de maior peso na Bovespa, as preferenciais da Vale subiram 0,39%, a R$ 33,18; e as preferenciais da Petrobras recuaram 1,7%, a R$ 18,53.
Bolsas internacionais
Os principais índices acionários norte-americanos fecharam em baixa, com o peso das ações da Oracle depois que a empresa divulgou receita abaixo das expectativas. Pesavam ainda os temores em relação ao impacto da situação do Chipre na zona do euro.
O indicador Dow Jones encerrou com perda de 0,62%, a 14.421 pontos, enquanto o S&P 500 teve desvalorização de 0,83%, a 1.545 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq registrou queda de 0,97%, a 3.222 pontos.
As ações europeias recuaram para o menor nível em duas semanas. Investidores tiraram dinheiro dos mercados devido a dados fracos da Alemanha e o persistente nervosismo sobre o Chipre, onde dois dos maiores bancos do país enfrentam o risco de colapso.
O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 encerrou em queda de 0,7%, a 1.190 pontos, o nível mais baixo de encerramento desde o último dia 7. Em Londres, o índice Financial Times caiu 0,69%. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,87%. Em Paris, o índice CAC-40 cedeu 1,43%.
As ações asiáticas não mostraram tendência comum nesta quarta. Uma retomada na atividade industrial da China e o comprometimento do Federal Reserve, banco central norte-americano, em continuar estimulando a economia foram ofuscados por preocupações com o plano de resgate ao Chipre.
O índice Nikkei, do Japão, avançou 1,34%, atingindo o maior nível em quatro anos e meio. O índice de Seul encerrou em queda de 0,44%, a Bolsa de Taiwan subiu 0,18%, Cingapura ganhou 0,59% e Sydney fechou com desvalorização de 0,15%. As ações de Xangai subiram 0,3%.
Fonte: UOL Economia
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