Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alteração no Focus não sensibiliza curva de juros


Com o mercado americano de títulos fechado nesta segunda, a liquidez fica bastante reduzida no âmbito interno, e prejudica a volatilidade nos negócios de juros futuros.

Ainda que, em teoria, a alteração na expectativa da Selic trazida no boletim Focus desta segunda-feira (12/11) tivesse de gerar um fechamento da curva de juros futuros da BM&FBovespa, o que se vê na primeira sessão da semana é a estabilidade prevalecendo.

Isso porque, com o feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos, o mercado de ações permanece aberto, mas o de títulos fica fechado, que é justamente o que reúne as negociações com os treasuries americanos, esvaziando a liquidez das operações com juros ao redor do globo.

O giro extremamente reduzido faz com que a curva não responda à mudança na expectativa dos economistas no que se refere à política monetária em 2013, com suas variações dificilmente fugindo da linha d'água.

Mais negociado, com volume de R$ 8,506 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,34% para 7,35%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 7,89% para 7,93%, movimentando R$ 4,719 bilhões.

"Essa é uma semana mais lenta em função dos feriados, mas acho que deveria ter mexido com a curva [a alteração do Focus], poderia estar influenciando um pouco mais. Foi de uma alta de praticamente 0,50 ponto percentual para manutenção, não esperava não", diz Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.

"O mercado está observando o cenário externo um pouco mais positivo, e não deu muita importância para o Focus", acrescenta o especialista.

Os índices acionários das principais Bolsas europeias operaram com pequenas variações - o FTSE-100, de Londres, caiu 0,04%, e o DAX, de Frankfurt, ganhaou 0,07%.

No boletim Focus desta semana, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) alteraram de 7,63% para 7,25% sua projeção para a taxa básica de juros ao final de 2013.

A alteração ocorre depois de repetidas sinalizações da autoridade monetária de que a Selic deve seguir nos atuais 7,25% ao ano por um período de tempo suficientemente prolongado.

"O Bacen leva em conta que a recuperação da economia mundial será mais lenta do que o imaginado e isso terá impacto positivo nos preços locais, justificando a taxa básica de juros em nível historicamente baixo, que estimula a economia", pondera a consultoria LCA, em relatório.

O índice de preços divulgado nesta manhã também tenderia a diluir os prêmios embutidos na curva, já que o IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) desacelerou para 0,75% na primeira prévia de novembro, ante 0,80% na semana anterior.

"Com o volume muito baixo, não dá para realmente ter uma tendência definida", diz Ures Folchini, vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB. "O mercado fica nessa estabilidade".

Fonte: Brasil Econômico

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