Os investimentos devem ter queda de 3% neste ano, o que irá afetar negativamente o desempenho da atividade no período seguinte.
O Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgou nesta sexta-feira (23/11) sua previsão para a economia brasileira em 2013, que deverá ter um crescimento de 3,2%.
A pesquisadora do IBRE, Silvia Matos, ressaltou que essa projeção embute um cenário dos mais otimistas possíveis.
"O investimento continua em terreno negativo. Esperamos para esse ano uma contração em torno de 3%, o que coloca em risco o cenário de potencial crescimento não só para o ano que vem como para os próximos", pontuou a pesquisadora.
A equipe econômica do governo tem apostado em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 4% para o ano que vem.
Em relação aos rumos da política monetária nacional, o instituto avalia que o Comitê de Política Monetária (Copom) só voltará a elevar a taxa básica de juros no momento em que a inflação ameaçar romper o teto da meta.
"Não esperamos um vigor muito grande da economia mundial a ponto de fazer a inflação estourar o teto", disse a representante do IBRE.
Com expectativa de uma inflação de alimentos menor do que a verificada neste ano, a especialista entende que esse fator irá impedir que o IPCA se aproxime do centro da meta no próximo ano.
Pelas contas do IBRE, o índice oficial de inflação do país irá terminar 2013 entre os 5,5% e 6%. "A inflação está resistente. É difícil ficar muito abaixo disso".
Em relação ao ambiente internacional, José Julio Senna, diretor da MCM Consultores, voltou a lembrar de um tema recorrente do mercado, de que a China precisa alterar seu modelo de desenvolvimento econômico, hoje pautado no investimento, para um voltado ao consumo.
"Não há nenhum sinal de que o rebalanceamento da política será colocado em prática", destacou o especialista.
Sobre os Estados Unidos, Senna afirmou que, mesmo que o abismo fiscal seja evitado, o quadro não será tranquilo para os americanos.
"O prejuízo que a política fiscal causará no crescimento da economia americana em 2013 será superior ao prejuízo causado pela mesma política neste ano", ponderou.
Para a Zona do Euro, o diretor da MCM avalia que a situação do velho continente ainda irá "piorar significativamente" antes de começar a dar sinais consistentes de melhora.
"Estamos claramente em uma fase crônica da crise, não só na Zona do Euro, mas em toda a economia mundial".
Fonte: Brasil Econômico
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